Parceria: Luiza Braz
Historicamente uma área desfavorecida em investimento na cultura, o Nordeste surpreendeu com percentual de crescimento da infraestrutura para cinema equivalente ao das regiões centrais, Sudeste e Sul. Os dados são do Relatório Anual de Salas de Exibição — 2017, disponibilizado pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) e de acesso público em seu site.
O documento traz informações sobre salas abertas, reabertas ou que foram ampliadas por região do país. O Sudeste alcançou o maior índice, com 28,8% das novidades de exibição. Em seguida, com aproximadamente dois pontos percentuais a menos, as regiões Nordeste e Sul, com 27,2% cada. O Norte aparece com 12% e a região Centro-Oeste com apenas 4,8%. O acumulado de investimentos das três primeiras regiões soma 83,2%.
Brasil ainda tem poucos espaços de exibição
O território brasileiro dispõe de 3.118 salas de cinema, segundo dados do IBGE 2016.
Com uma população três vezes menor, a França possui cerca de 55% a mais de salas que o Brasil, totalizando 5.653.
A disparidade nos índices dessa comparação poderia ser menor visto que hoje o Brasil possui aproximadamente o mesmo número de 3.200 salas de cinema que no ano de 1975. O decréscimo se deu pela repressão cultural do período ditatorial brasileiro, entre os anos de 1964 e 1985. Em 1975, com o presidente Ernesto Geisel, o número de salas de exibição despencou para 1.400.
Após 33 anos do fim da repressão aos centros culturais, o Brasil vem retomando gradativamente o número de espaços para cinema e já alcançou mesma margem que tinha antes da Ditadura.
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