Para além dos textões do Facebook: Primeira Festa Literária Informal do Maracanã é neste fim de semana
A FLIMaraca é gratuita e promove encontro entre escritores e quem ama livros e até deseja publicar o seu — evento tem início às 16hs no sábado e domingo
O bairro do Maracanã — reverenciado mundialmente pelo futebol, saúda neste fim de semana a literatura. A inédita Festa Literária Informal do Maracanã — FLIMaraca, não poderia acontecer em lugar mais propício; o bar Estação Maracanã Botequim, na Rua Visconde de Itamarati, 115.
Neste sábado e domingo a partir das quatro da tarde até nove da noite (até oito da noite no segundo dia) a FLIMaraca será espaço para conversar com escritores e entender mais do universo literário, adquirir um exemplar e também conhecer passo-a-passso para publicar seu livro. É o que promete a escritora Carla Cintia Conteiro, que adianta: “A jornada de um autor independente, por exemplo, é bem diferente daquela de quem escolhe buscar trabalhar com as grandes editoras.”
Carioca de Campo Grande, Carla é bacharel em Ciências da Computação e tem uma visão bastante precisa sobre a situação dos escritores brasileiros para além dos textões de Facebook.
O momento abraçado pelas editoras é o da representatividade.
Carla, que tem contato com escritores de periferias, afirma que não é raro receber notícia de editoras e eventos que procuram autores negros, por exemplo. O motivo ela nos diz: “São pessoas que estão percebendo que têm voz e querem ser protagonistas das próprias histórias.”
Eventos como a FLUP — Festa Literária Internacional das Periferias e a FLIZO — Festa Literária da Zona Oeste são importantes para incentivar novos talentos vindos de áreas negligenciadas culturalmente. De lá surgem referências como Binho Cultura, criador da FLIZO e o escritor e radialista Bruno Black — ambos com presença garantida na FLIMaraca.
Atitudes essas, na qual a FLIMaraca se coloca, ajudam a corrigir lacunas históricas do país que outrora branqueou Lima Barreto e Machado de Assis. Para Cátia, é sinal de um redescobrimento literário de nomes como Carolina Maria de Jesus e Maria Firmina dos Reis chegando à outras referências negras nomeadas Cidinha da Silva e Eliana Alves Cruz — co-organizadora da FLIMaraca.
Outra força deste momento literário brasileiro é a feminina. O Movimento Mulheres Reais, do qual Carla Conteiro faz parte, esteve na conceituada FLIP — Festa Literária Internacional de Paraty e também na Bienal de São Paulo. Carla reforça o caráter de união do grupo: “Fazem parte deste movimento de doutoras a empregadas domésticas, mulheres de 8 a 80 anos” que se incentivam a serem ativas culturalmente. Ela nos deixa o convite para outro coletivo: “O Mulherio das Letras está organizando mais um encontro nacional, desta vez no Guarujá, em São Paulo, para novembro.”
Abaixo, outras importantes presenças confirmadas:
- Graça Lima — Prêmio Jabuti de 1982, 1984 e 2003.
- Eliana Alves Cruz — Prêmio Literário Oliveira Silveira, da Fundação Cultural Palmares de 2015.
- Luiz Antonio Simas — Prêmio Jabuti de 2015.
- Marcelo Maldonado — Autor do audaz “Aquele Abraço”.
- Ricardo Pessanha — Jornalista com obras lançadas em vários países.
- Kátia Pires — Fundadoras do Movimento Mulheres Reais.
Carla Cintia Canteiro tem em seu currículo literário o recente “Krainen e Kraken”, arremassado na Bienal carioca do ano passado e “FEL Amargando Felicidade”, vencedor do Concurso Internacional de Literatura da União Brasileira de Escritores de 2010, além dos premiados “O Ponto Aumentado” e “A Conteira”.
Ela também tem dois livros lançados na França em parceria com Ricardo Pessanha, “Caetano Veloso L’âme brésilienne” (2008) e “Gilberto Gil, L’enchanteur tropical” (2014). Além disso participou em várias coletâneas, sendo a mais recente “Construtoras do Bem”, com o Movimento Mundial Mulheres Reais.
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