POWDERCAST#1: DJ Gustavo Tata é parte da música eletrônica no RJ desde os 80's

No podcast ele comenta a polêmica drogas+boates na Geórgia que levou multidões às ruas no último mês

afm
7 min readJun 5, 2018

Link direto pro podcast mais abaixo

Gustavo Tata, DJ | Divulgação

A história de um DJ

Gustavo Tata relata sua vida de DJ desde os anos 80, do surgimento à consolidação da música eletrônica no Rio de Janeiro. Ele conta sobre suas viagens ao redor do mundo levando seu som e comenta, ainda, os recentes protestos na Geórgia, país do leste europeu, que envolveu boates tech e movimento político. Veja a notícia completa clicando aqui!

Érica Alves, DJ, produtora e feminista | PULSO 2015

Participação especial

Érica Alves também é DJ, integrante da banda The
Drone Lovers e produtora que faz questão de transmitir na sua música a atitude feminista em um meio ainda povoado por maioria masculina.
Ela nos dá um breve panorama do eletrônico na noite carioca.

Ouça o POWDERCAST#1- DJ no SoundCloud clicando aqui!

Parceria: Lucas Freitas

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Por aqui você vai ler contos, poesias, cinema e reflexões pertinentes — ou não.

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Transcrição de áudio do POWDERCAST#1 DJ

Trilha Sonora 0’00’’ Abertura

Gustavo Tata
Entrevistado 1 0’21’’
“A discotecagem nos anos 90”

O interesse pela música sempre foi uma coisa presente na minha vida, eu tenho memorias muito antigas, muito remotas que estão relacionadas a música. Radio, compra de disco, enfim, eu consigo ter memorias bem antigas relacionadas a música. Mas o lance da discotecagem começou em 1990, quando eu fui a uma boate chamada Babilônia, ela funcionava no Scala, um lugar que nem existe mais, né, ali do lado do shopping do Leblon e da Cruzada e ai eu escutei uma música chamada Russian Radio do Red Flag e aquela música me tocou demais, uma música muito diferente do que eu tava acostumada a ouvir naquela época e ai eu fui ate a cabine, perguntei o nome pro DJ, ele me deu o nome da música e ai eu descobri que ao lado do meu colégio, ali no largo do machado, o franco brasileiro, ali existia uma das 3 lojas que vendiam vinil importado, né, um single, porque esse disco era um disco importado, o Red Flag não havia lançado nada oficialmente no brasil, né, até aquele dia, enfim, então a partir dali que eu comecei a comprar disco, comecei a me interessar, e ai eu descobri que aqui em Laranjeiras, onde eu moro, existia uma associação de DJs, de uma galera que tocava já e enfim já tinha um domínio da técnica, e foi ai que eu comecei a aprender com eles.

Gustavo Tata
Entrevistado 1 2’06’’
“De cabeça no tech”
Quando eu comecei tocar mesmo, lá nos anos 90, os estilos não eram bem definidos. Separava muito as musicas do começo da festa, que era aquele som tipo Soul to Soul, […], aqueles sons que tem uma levada com BPM mais baixo né, umas musicas menos aceleradas, e as musicas que a gente tocava no meio da festa né, que tinha muito mais Miami Base, Stevie B, Tony Garcia, que eram na época muito famosos, Information Society também que era super famoso naquela época, e a gente dividia assim né, nao havia muito esse conhecimento dos outros estilos né, e assim, a partir disso, eu fiquei um tempo parado sem tocar e quando eu voltei a tocar, ai eu já tava completamente inserido nessa cena Tecno aqui no rio, eu ja tinha saído bastante, ja tinha ido pra sao Paulo, conheci o Hells Club em São Paulo, que foi o primeiro after-hours do Brasil, e ai a partir dali realmente a minha vida mudou né, eu entendi como aquela musica conseguia alcançar as pessoas, e naquele dia realmente foi o dia que mudou a minha vida, e ai eu comecei a me aprofundar, naquela época mais no Tecno, mas logo depois, eu sempre gostei de House mas enfim eu tive uma oportunidade de começar, de ser residente em uma festa em Ipanema, que era uma festa de House, ai a partir disso eu segui mais nesse estilo, assim, seguindo as variações dele, com o tempo, logo depois veio o TecHouse, DeepHouse, Minimal, tem um monte de subestilos que vem e aparece com o tempo, as coisas são cíclicas, os estilos vem e vão

Gustavo Tata
Entrevistado 1 4’00’’

“Música é linguagem universal”
Foi bem interessante, você poder viajar né, a primeira viagem que eu fiz foi em 99, eu fui pra Austrália, um lugar que eu sempre quis conhecer, e a coisa foi muito rápida. Na verdade Tinha um DJ que ia e eu fui junto com uma festa daqui do rio que eu era residente, a X-demente, e foi no primeiro ano meu de residência né, tinha um monte de gente querendo ir, e ai tinha um DJ, que era o Felipe Venâncio, que ele ia com o Fabinho Monteiro, que era o produtor da festa, e ai no final o Felipe não pode ir e o Fabinho me chamou pra ir com ele, e foi muito interessante poder levar a musica, a energia do rio de janeiro pra Sidney, que é uma cidade tem muito a ver com o rio de janeiro, uma cidade praiana, a galera e muito receptiva, tem muito a ver com o carioca. Fora isso eu tive na argentina uma fez, foi bem interessante também, eu fiquei lá uns 10 dias tocando, toquei em 2 lugares, enfim, é sempre bom poder viajar, sair um pouco, e ai o ultimo lugar que eu fui foi Israel que eu fiquei mais um tempo lá em Israel, eu fiquei fazendo todo o circuito dos bares e festas. Foi bastante enriquecedor, muito bom, eu gosto muito de viajar.

Trilha Sonora 5’38’’ Vinheta

Andrei Felipe
Narrador 1 5’53’’
“Panorama notícia Geórgia”
Em um mundo globalizado a música não fica fora disso. Na sexta (15) a Geórgia foi tomada por manifestantes que pediam renúncia do Primeiro Ministro e Ministro do Interior do país. As manifestações tiveram como ponto deflagrador uma operação policial nas casas noturnas locais. De acordo com Ministério do Interior 8 narcotraficantes foram detidos. Órgãos de imprensa da região afirmam que 70 pessoas, inclusive inocentes, foram presas. Semanas antes um grupo de 5 jovens foi morto na na capital da Geórgia por consumo de drogas. Em um país com leis restritivas, com pena de 8 anos por uso, e em meio a crise democrática relacionada a criminalidade e liberdade de expressão, o debate se avolumou para os clubes noturnos. As boates de música eletrônica entraram na mira da policia do pais. Divertimento para uns, para as autoridades se tornou foco de disseminação e consumo de drogas.

Gustavo Tata
Entrevistado 1 7’45’’

“Movimentos culturais são acompanhados por entorpecentes”
Todo movimento vem atrelado com o uso de drogas. O rock dos anos 70, 60, usavam drogas. Hippies, punks, mésica eletrônica… A droga anda junto da humanidade. aqui no Brasil ja tentaram vincular o uso de drogas sintéticas a musica eletrônica. E uma coisa que existe nas festas assim como existe num show de reggae, rock, punk. A cena não se resume a isso, a um punhado de gente usando droga. A noite arrecada muito dinheiro para cidade. Na Europa muito mais, em Berlim, Inglaterra, a arrecadação de imposto com a vida noturna e muito importante pro orçamento. Aqui deveria ser mais explorado, principalmente no rio que tem litoral com bastante lugar interessante para produzir evento, mas que a gente encontra empecilho para tirar alvará para eventos. Vira e mexe ocorre essa caca as bruxas. Um pais desenvolvido entende a vantagem do investimento na musica eletrônica e vida noturna.

Gustavo Tata
Entrevistado 1 10’15’’
“Cortina Moralista”
As coisas são parecidas com aqui. Se quisessem acabar com o tráfico iriam em Brasília em quem precisa estar preso, iriam na fronteira e bloqueava de entrar agora ir na casa do traficante prender ele, ao meu ver, não faz nem muito sentido. A coisa precisa ser tratada de maneira mais seria, mais profunda com mais argumentos. As pessoas problematizam sem conseguir enxergar aliem do próprio baseado. A questão da droga e muito seria em qualquer meio, na música eletrônica, mas o meio mais degradado pela droga nem e esse. Se você andar no centro da cidade a noite vai achar questões muito mais relevantes a serem debatidas que o uso da droga na música eletrônica.

Lucas Freitas
Narrador 2 11’24’’
“Apresentação Érica Alves”
Érica é cantora, produtora e DJ e traz sua experiência nas pistas de São Paulo e mundo afora para o Rio de Janeiro. Se junta à trupe da Manga, tanto com seu trabalho autoral ao vivo, quanto com suas discotecagens. Além da Manga Radio, ÉRICA tem um programa mensal na Reform Radio de Manchester (Reino Unido) chamado Baphyphyna Radio Show, em que divulga produções de artistas da cena de música eletrônica brasileira. Érica vai falar um pouco pra gente com ela vê a cena eletrônica carioca

Érica Alves
Entrevistada 2 11’52
“Cena eletrônica carioca”
A cena musical eletrônica carioca está fragmentada. São muitos núcleos com estilos de músicas diferentes e muito especializados. Ta rolando pouca interação e muitas bolhas, que a-mesmo tempo estão crescendo e se profissionalizando, o que e positivo. rola também uma inflação de núcleos, são muitos. muita festa e pouca comunicação com o publico. Em geral eu vejo eu avalio que a cena esta crescendo e se transformando, alem dos lances de cortes na cultura e a prefeitura não dando alvará fácil, regulação da cena de rua que beneficia os clubes, representando uma volta a cena da privatização que também pode ser interessante.

Trilha Sonora 13’10’’
Encerramento

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afm

Em Jornalismo por fluência e Cinema por paixão. No café pelas xícaras e em RJ por SP. Vinte e 3.