Design Inclusivo

Carolina Duarte
8 min readNov 18, 2023

Forma, Função e Inclusão

Hoje, venho explorar a fusão entre o Design e a Acessibilidade. O Design por si só, já é fascinante, porém, a junção com a Acessibilidade leva à criação de produtos incríveis, que são capazes de proporcionar experiências únicas para todas as pessoas. Vamos tornar a estética e a funcionalidade do design acessível a todas as pessoas, independentemente das suas dificuldades.

Parte 1: Conceito de Acessibilidade e Design Inclusivo

O conceito de Acessibilidade e Design Inclusivo vai se referir a uma abordagem que privilegia a criação de produtos, dispositivos, serviços e ambientes que possam ser utilizados por todas as pessoas com deficiências motoras, visuais, auditivas e cognitivas. Esta abordagem deseja que a experiência do utilizador seja a mesma para todos.

No âmbito do Design, a Acessibilidade e a Inclusão envolvem considerações desde a fase inicial do desenvolvimento de um projeto. Os designers devem pensar desde início em soluções que respondam às necessidades dos utilizadores, incluindo aqueles com deficiências visuais, auditivas, motoras e cognitivas.

O foco principal é a criação de soluções ágeis e adaptáveis, de modo a promover a igualdade de acesso e participação. A Acessibilidade no Design Inclusivo, não vai atender apenas aos requisitos básicos, como também vai procurar superar as expectativas, com a intenção de proporcionar experiências significativas e inclusivas a todos.

Parte 2: Diretrizes do Design para a Acessibilidade

As diretrizes de Acessibilidade têm um papel importante na criação de Acessibilidade e de Design Inclusivo. As diretrizes mais conhecidas são: Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) e o Design Universal.

Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG):

As Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG), são um conjunto de recomendações que ajudam a tornar o conteúdo web mais acessível a todas as pessoas, incluindo aqueles com deficiências motoras, visuais, auditivas e cognitivas.

Estas diretrizes são divididas em quatro princípios, sendo eles:

  • Perceptível Os utilizadores devem ser capaz de percebê-los de alguma forma, utilizando um ou mais do seus sentidos.
  • Operável → Os utilizadores devem ser capazes de controlar os elementos da UI, User Interface.
  • Compreensível Os conteúdos devem ser compreensíveis por todos os utilizadores.
  • Robusto O conteúdo deve ser desenvolvido de forma a dar uso aos padrões web, que funcionam de maneira distinta em diferentes navegadores, de maneira a que estes estejam preparados caso sofram alterações.

As WCAG fornecem critérios específicos em diferentes níveis de conformidade.

Exemplo: Em contexto web, é necessário garantir que exista um contraste de cor que atenda aos requisitos específicos, isto é importante para os utilizadores que sofram de daltonismo. Ter isto em consideração, não só melhora a estética do Design, como ajuda na compreensão visual.

Design Universal

A segunda diretriz, é o Design Universal, que significa “design que inclui”. É uma abordagem que visa criar produtos que atendam à diversidade dos utilizadores, tendo isto em consideração desde o início do desenvolvimento do projeto. Isto inclui:

  • Considerar as necessidades de pessoas com diferentes dificuldades;
  • Idade e Origens Culturais;

No âmbito do Design, o Design Universal vai incentivar a simplicidade e a clareza visual.

Exemplo: A escolha de cores e fontes contrastantes, como a simplificação dos elementos gráficos vai permitir uma experiência mais acessível para um público mais vasto.

Influência que têm no Design:

Tanto as diretrizes do WCAG como os princípios do Design Universal influenciam o Design, promovem clareza, simplicidade e adaptabilidade. A escolha das cores, o contraste adequado e a simplicidade dos elementos visuais, não só melhora a experiência dos utilizadores com deficiências, como beneficia os restantes utilizadores. A utilização destas práticas contribuem para designs mais intuitivos e impactantes, o que torna a interação dos utilizadores mais eficiente e agradável.

Parte 3: Design Responsivo

O Responsive Design, ou Design Responsivo, desempenha um papel importante na promoção da acessibilidade, vai garantir que o conteúdo se adapte a qualquer dispositivo e tamanho de tela.

Contribuições do Responsive Design na Acessibilidade:

  • Adaptação Dinâmica → Permite que os layouts se adaptem a qualquer tela e dispositivo, o que vai facilitar na leitura e na interação de pessoas com deficiência visuais ou motoras.
  • Flexibilidade na Navegação → A adaptação do layout em diferentes dispositivos, vai promover uma navegação mais intuitiva. Isto vai ser benéfico para utilizadores com dificuldade cognitiva ou que dependem de tecnologias assistidas, facilita o acesso ao conteúdo de maneira eficiente.
  • Compatibilidade com Tecnologias Assistidas → O Responsive Design é fundamental para garantir a compatibilidade com as tecnologias assistidas. Ao otimizar a ordem e a apresentação do conteúdo, o Responsive Design ajuda na compreensão e na interação de utilizadores que dependem dessas ferramentas.

Parte 4: O impacto que a acessibilidade tem na marca e na reputação

A Acessibilidade e o Design Inclusivo não são apenas uma prática ética, mas também podem ter um impacto significativo na construção da marca e na reputação da mesma. Ao demonstrarem um compromisso genuíno com a igualdade e acessibilidade, as organizações vão ser capazes de fortalecer a sua presença no mercado e construir uma reputação positiva.

Fortalecimento da Marca:

  • Demonstração de Responsabilidade Social → Empresas que adotam práticas de Acessibilidade no Design enviam uma mensagem clara de responsabilidade social. Isto cria valores alinhados com a ética, demonstra à comunidade e aos consumidores que a empresa se preocupa com a inclusão.
  • Aumento da Acessibilidade ao Mercado → Ao garantir que produtos e serviços sejam acessíveis a uma vasta gama de utilizadores, as empresas expandem o seu alcance no mercado. Isto é relevante num cenário global diversificado, onde a acessibilidade pode ser uma diferença competitiva.

Melhorar Reputação:

  • Reconhecimento Positivo da Marca → Empresas que privilegiam a acessibilidade muitas vezes recebem reconhecimento positivo. Isto pode vir no feedback positivo dos consumidores, o que contribui para uma imagem positiva para a marca.
  • Fidelização dos Clientes → O ênfase na acessibilidade cria uma experiência positiva para os consumidores de todas as habilidades, constroem lealdade e fidelização. Os consumidores costumam apreciar empresas que consideram as necessidades individuais, o que pode levar a recomendações e um feedback positivo.

Parte 5: Ferramentas e Recursos para a Acessibilidade no Design

Para ajudar os designers na criação de designs acessíveis, existe uma variedade de ferramentas e recursos online. Estas ferramentas facilitam na implementação de práticas de design inclusivos, garantindo que o conteúdo seja acessível por muitos utilizadores.

Ferramentas de Teste de Acessibilidade:

  • axe Accessibility Checker É uma extensão do navegador, e com bases nas diretrizes WCAG, verifica as páginas web em busca de problemas de acessibilidade.
axe DevTools — Web Accessibility Testing (google.com)
  • WAVE (Web Accessibility Evaluation Tool) É uma ferramenta online que oferece feedback visual e sugestões para melhorar a acessibilidade das páginas web.
WAVE: Web Accessibility Evaluation Tool — IXD@Pratt (prattsi.org)

Plugins para ambientes de Design:

  • Stark: Um plugin para Sketch e Figma, ajuda os designers a verificar a acessibilidade das interfaces, destaca elementos de baixo contraste e fornece sugestões de melhoria.
Stark Accessibility Tools | Figma Community
  • Color Contrast Analyzer: Uma extensão para o Adobe Photoshop que ajuda a avaliar o contraste de cores nos designs, garantindo a legibilidade para os utilizadores com deficiências visuais.
Why is color accessibility important? (adobe.com)

Reflexão Final:

A junção do Design com a Acessibilidade destaca a importância e a necessidade de criar produtos e ambientes que respondam a uma vasta diversidade de utilizadores. A Acessibilidade no Design não vai melhorar apenas a funcionalidade para as pessoas com dificuldades, ao investir na inclusão e na igualdade, vai fortalecer a essência da nossa sociedade. Ao considerar as necessidades dos utilizadores desde o início do desenvolvimento do projeto, estamos a criar inovações impulsionadas pela empatia.

As ferramentas e recursos mencionados neste post, vão ajudar os designers a traduzir as suas intenções em práticas inclusivas. A procura por um design mais acessível é uma narrativa que constrói um futuro onde o design não exclui, mas acolhe. Esta visão de um mundo onde a inovação não é apenas a estética, mas a acessibilidade para todos, de forma a criar um mundo onde a inovação é inclusiva.

Contributos da IA

Pergunta:

Diz-me a tua opinião sobre Design Acessível e Inclusivo?

Resposta do ChatGPT:

O design acessível e inclusivo é uma abordagem fundamental para criar produtos, ambientes e serviços que atendam às necessidades de todas as pessoas, independentemente de suas habilidades, idades ou condições. Minha “opinião” sobre design acessível e inclusivo é baseada em princípios e valores que refletem a importância de garantir que todos tenham acesso igualitário a informações, espaços e oportunidades.

1. Equidade e Justiça: O design acessível visa promover a equidade e a justiça, garantindo que todas as pessoas, independentemente de suas habilidades físicas ou cognitivas, tenham a capacidade de participar plenamente na sociedade. Isso significa remover barreiras e criar soluções que considerem uma variedade de habilidades e necessidades.

2. Empatia e Diversidade: O design inclusivo é impulsionado pela empatia, compreendendo as experiências diversas das pessoas. Reconhece que a diversidade é uma realidade e não apenas inclui, mas valoriza as diferenças. Ao considerar as necessidades de uma ampla gama de usuários, o design pode se tornar mais inovador e eficaz.

3. Usabilidade para Todos: Um design acessível se preocupa com a usabilidade para todos, independentemente de deficiências ou limitações. Isso envolve criar interfaces intuitivas, fornecer alternativas para diferentes modalidades de interação (como texto alternativo para imagens ou legendas para vídeos) e garantir que os produtos sejam utilizáveis por pessoas com diversas habilidades.

4. Inclusão desde o Início: O design acessível não deve ser uma reflexão tardia, mas sim integrado desde o início do processo de design. Quando a acessibilidade é considerada desde o início, torna-se parte intrínseca do produto, em vez de ser adicionada como uma característica secundária.

5. Normas e Diretrizes: A conformidade com normas e diretrizes de acessibilidade, como as estabelecidas pelas WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), é essencial. Esses padrões fornecem um conjunto de diretrizes claras para criar conteúdo digital acessível, promovendo consistência e facilitando a avaliação da acessibilidade.

6. Educação e Conscientização: Para promover um design mais acessível e inclusivo, é crucial educar designers, desenvolvedores e profissionais de todas as áreas sobre as melhores práticas e os benefícios do design inclusivo. A conscientização sobre a importância da acessibilidade contribui para uma cultura mais inclusiva.

Em resumo, o design acessível e inclusivo é uma abordagem ética e prática que visa garantir que todos tenham oportunidades iguais de participar plenamente na sociedade. É uma parte vital da criação de um mundo mais equitativo, onde a diversidade é celebrada e as barreiras são superadas.

Palavras-Chave: Design Acessível, Inclusão, Acessibilidade, Design Universal, Design Responsivo

Obrigada pela leitura, até breve!

Referências

aliensdesign. (14 de Setembro de 2017). O design universal e seus princípios. Obtido de Medium: https://medium.com/@aliensdesign/o-design-universal-e-seus-princ%C3%ADpios-775b18e5aa56

Design Responsivo. (10 de Setembro de 2023). Obtido de Developer Mozilla: https://developer.mozilla.org/pt-BR/docs/Learn/CSS/CSS_layout/Responsive_Design

Design Universal. (s.d.). Obtido de Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Design_universal

Entendendo as Diretrizes de Acessibilidade do Conteúdo Web. (s.d.). Obtido de mdn web docs: https://developer.mozilla.org/pt-BR/docs/Web/Accessibility/Understanding_WCAG

Freiras, R. (17 de Junho de 2020). Acessibilidade e Design responsivo são coisas diferentes? Obtido de Linkedin: https://www.linkedin.com/pulse/acessibilidade-e-design-responsivo-s%C3%A3o-coisas-rodrigo-freitas/?originalSubdomain=pt

Pimenta, G. (4 de Agosto de 2021). 7 aspectos do design responsivo que você não pode ignorar. Obtido de Rock Content: https://rockcontent.com/br/talent-blog/design-responsivo/

Stark Accessibility Tools. (s.d.). Obtido de Figma: https://www.figma.com/community/plugin/732603254453395948/stark-accessibility-tools

Teixeira, F. (18 de Junho de 2015). Acessibilidade: experiências acessíveis em vários dispositivos. Obtido de Medium: https://brasil.uxdesign.cc/acessibilidade-experi%C3%AAncias-acess%C3%ADveis-em-v%C3%A1rios-dispositivos-fab3b32b8a11

Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.0. (s.d.). Obtido de W3C : https://www.w3.org/Translations/WCAG20-pt-br/

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Carolina Duarte

Haloo!! O meu nome é Carolina e sou uma aspirante a designer ✨