Por que UX Design?

Diana Fournier
difournier_uxr
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4 min readJun 14, 2016

Em 26 de fevereiro de 2013 eu escrevi algo sobre isso como nota no facebook. O porquê de eu ter escolhido o UX dentro do Design, que é uma área que tem tantos caminhos pra se seguir.

Eu fiz faculdade de Design na Universidade Federal do Amazonas (que quando entrei — lá em 2006 — era Desenho Industrial, mas 1 ano depois mudou a grade e o nome do curso) e queria ter seguido para a área de Design de Produto.

Tinha decidido ir pra esse lado por que o outro lado (o Design Gráfico) foi posto dentro da grade curricular do curso como algo que acabei não me identificando, o que é natural, por isso tinha as duas habilitações: gráfico e produto.

Do lado gráfico foi muito falado e desenvolvido o tema sobre criação de Identidades Visuais e isso definitivamente não foi e não é minha praia. Logo percebi que não conseguia criar nada bom o suficiente, não conseguia ser criativa ao ponto de fazer algo que unisse em um único elemento (marca) todos os conceitos propostos por valores e ideais de uma empresa, serviço ou produto e aí me defini como péssima nisso! Nesse momento poderia ter desistido do Design, já que essa área era a que 90% dos alunos acabavam indo e desenvolvendo carreira nela.

Mas algo além da minha falta de criatividade para desenvolver formas e cores representativas não me apetecia no Design Gráfico e aos poucos fui descobrindo o que era. Desenvolver Identidades Visuais, peças publicitárias, diagramar livros e revistas pra mim não parecia ser o trabalho em pura essência do Designer. Para mim desenvolver um projeto em design ía muito mais além do setor criativo.

Na própria universidade aprendemos que todo projeto em design começa de um problema ao qual devemos solucionar. Então para mim essa solução do problema tinha que ser algo palpável e que faria diferença na vida das pessoas, não somente em sentido representativo, mas gerando valor, mudando a experiência de quem teria contato com aquilo.

Aí comecei a entender o porquê de eu não me identificar com certos pontos do Design Gráfico. Enquanto uma identidade visual poderia ser tão boa ao ponto de converter ainda mais clientes ou gerar maior visibilidade à uma empresa, eu como aprendiz de designer estava pensando nos clientes como usuários, algo além daquilo tudo!

Pra mim tanto faz se a maçã da Apple é uma marca forte e a grade de construção dela é perfeita, o que eu queria saber e aprender era "Como ela pode ser tão forte, tão imponente em questão de experiência? O que a faz ser assim?" e cada vez mais ficava claro que a marca em si, com seu manual de uso e sua paleta de cores eram apenas 1% (ou menos) de todo esse poder.

A facilidade de uso dos produtos, o minimalismo, a estética, os materiais utilizados, as cores… tudo isso era um pacote só que tinha O SEGREDO! E foi aí que eu percebi que queria seguir do lado "Design de Produto" da parada.

Queria mexer ali, na experiência!

Como todo designer que se preze, queria mudar o mundo! Mas sabia as limitações desse devaneio e por isso fui pelo caminho de tentar mudar um pouco a vida das pessoas por meio de algo que elas tivessem contato sempre! O objetivo era tentar melhorar a vida delas por meio de uma boa experiência, seja ela em o que for (produto, serviço, etc.).

Fui pesquisadora durante toda minha vida na UFAM e devido a isso já era observadora e curiosa academicamente. Com esse comichão interior, resolvi então desenvolver um projeto de pesquisa que entendesse isso — a experiência do consumidor/usuário pela percepção da semiótica. Eu nem sabia onde eu estava me metendo, mas este foi o meu primeiro contato com o UX Design ou User Experience Design!!!

E foi aí que eu me apaixonei! *-* Gritei pra mim mesma: "EUREKA! Era isso que eu queria pra minha vida!!!".

Acabou que nem foi no Design Gráfico e nem no Design de Produto que segui minha vida profissional, mas sim naquilo que o usuário precisa ter para ter uma boa experiência dentro de um contexto de um produto ou serviço — isso acaba mesclando ambas as habilitações.

Tudo que aprendi na faculdade tanto de Gráfico como de Produto valeu muito a pena: teoria das cores, ergonomia, sociologia, artes, projetos…
Conceitos e ensinos que estão em cada parte da projetação da experiência e que é de máxima importância saber.

Hoje, 7 anos depois do primeiro contato, vejo que me encontrar no mundo do design me fez (e me faz) feliz, mesmo que no final das contas ainda não faço algo palpável como um produto físico (que era o que eu desejava na universidade), mas desenvolvo algo realmente relevante e que fará a diferença na vida das pessoas.

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Diana Fournier
difournier_uxr

manauara, head of product user researcher at @picpay, catlover, tattoed girl