5 dicas para sua startup ganhar dinheiro em vez de status

Eu adoro o fim de ano, pois é o momento em que eu paro para refletir tudo que fiz e tudo que eu pretendo fazer nos próximos 365 dias (ou 366).

Muitas vezes nós acreditamos em métodos/teorias contraditórias e como não paramos para organizar as ideias, acabamos atirando para todos os lados. Por este motivo, há algum tempo eu resolvo esse problema criando mini posts privados com tópicos sobre determinado tema, onde eu deixo claro não somente o que eu acredito, mas principalmente no que eu deixei de acreditar. É uma espécie de retrospectiva e resoluções de ano novo. Este ano eu resolvi compartilhar e espero que isso possa lhe ajudar de alguma forma.

Nos três últimos anos eu acabei me envolvendo (um pouco) com o mundo das startups e descobri uma infinidade de coisas que eu nunca fiz na minha pequena empresa.

Eu acabei cometendo o erro de tentar fazer quase tudo que indicam ou que tentam vender como sendo a chave do sucesso, e por este motivo, o meu mini post anual de esclarecimento de ideias para este próximo ano ficou mais relacionados com "o que não fazer".

Antes de começar as dicas, quero deixar um bônus para você que está começando a se iludir com o glamour do empreendedorismo e seus eventos. Se a sua empresa não criou um produto para outras startups, esqueça os eventos, meetups e coisas do gênero. Menos ego, por favor. Estes eventos servem quase que exclusivamente para promover startups que criam serviços para outras startups. Prometa que em 2016 você irá participar menos de eventos e vai colocar mais a mão na massa.

Bom, antes de começar é importante esclarecer alguns detalhes:

• Eu nunca recebi investimento (e não tenho capacidade/talento/paciência para isso).
• As dicas que eu vou repassar não são fórmulas de sucesso. Elas parecem funcionar comigo e com o meu jeito de administrar os meus negócios.
• Minha empresa é pequena. Se a sua não é, essas dicas não serão úteis.
• Eu criei um SaaS. Talvez tudo que eu escrevi aqui não faça o menor sentido para você, se você possui outro tipo de negócio.

Ok, vamos lá.

1 — Mantenha a sua empresa enxuta

Eu sempre usei a tática de enxugar para atacar. Esse método consiste em reduzir drasticamente a estrutura da empresa para cortar gastos. Quando descubro uma forma de atacar, utilizo toda a reserva que fui capaz de fazer. Mas atacar quem? Atacar o quê? Bom, você precisa saber o que faz (ou pode fazer) a sua empresa crescer de uma forma acelerada e é justamente ali que você deve atacar. Você pode utilizar a sua reserva em uma campanha de marketing agressivo, por exemplo. Eu já utilizei para marketing mas costumo utilizar para acelerar a criação ou reformulação de um produto. Neste caso, após alcançar o objetivo, volto a enxugar radicalmente a estrutura. Este método parece um recuo, mas na verdade é uma forma de ganhar impulso e manter a empresa sem investidores, além de controlar as despesas que costumam sempre aumentar, muitas vezes de forma desproporcional ao faturamento. Resumidamente, é aquela velha tática de reinvestir, porém de forma estratégica e pontual.

2 — Menos conteúdo e mais produto

Se você possui uma pequena empresa, assim como eu, e participou recentemente de algum evento, deve ter sido bombardeado com a ideia de marketing de conteúdo e inbound marketing. Eu não quero entrar na discussão sobre a eficácia dos métodos (que eu inclusive utilizo em algumas situações) mas quero lhe alertar sobre o tempo que você estará perdendo ao se preocupar com isso. Esqueça seu blog e suas redes sociais. Esqueça os compartilhamentos e os likes. Mantenha o foco no seu produto e no que o seu cliente precisa.

Mas então, eu devo abandonar todos estes canais? Não! Apenas mantenha a credibilidade atualizando com as informações básicas do seu negócio, por exemplo em ocasiões e datas especiais ou comunicados de atualizações de recursos. Por que isso é importante? Para mostrar que a sua empresa está viva quando um possível cliente pesquisar nas redes sociais.

Ainda sobre inbound, me espanta como os empreendedores perdem tempo tentando vender o seu produto para quem não quer comprar. Criam posts, ebooks, landing pages, fluxos, etc. Já imaginou se toda essa energia (e $$$) fossem utilizadas para melhorar o produto e criar um diferencial? Lute por isso, crie um diferencial capaz de gerar indicações espontâneas em vez de insistir em convencer pessoas que não querem comprar o seu produto.

Se você está achando a minha decisão um pouco radical, comece a monitorar os resultados gerados por estes métodos e compare com os custos e energia gasta em todo o processo. Avalie friamente e mantenha-se firme se estiver funcionando. No meu caso, nunca funcionou bem o suficiente para manter a estratégia.

3 — Tenha um atendimento FODA

Este item é clichêzão. Sempre que você fala isso, vêm alguém e diz: "Mas atendimento não deveria ser o diferencial". Ok, mas é. Felizmente é. E eu digo felizmente pois é algo que está ao alcance de qualquer empresa, mas poucas fazem. Não jogue fora essa oportunidade. Fale a língua do seu cliente e seja rápido e extremamente acessível. Sempre faça tudo que estiver ao seu alcance para ajudá-lo.

4 — Aprenda a cobrar do seu cliente

Se você também criou um SaaS, você precisa urgente de duas coisas:

• Cobrá-los de forma automática (cartão com recorrência automática).
• Oferecer descontos para pagamentos de ciclos maiores (trimestrais, semestrais e anuais).

A primeira opção gera comodidade ao cliente e evita atrasos no recebimento dos valores. A segunda opção gera caixa imediato e aumenta o tempo de vida do cliente na sua empresa. Além disso, você deve ficar atento ao preço do seu serviço. Não brigue por preço mas ofereça sempre um ótimo custo benefício. E o mais importante: divida a sua energia em aumentar o ticket médio dos clientes atuais e não somente em atrair novos clientes. É bem mais barato (e mais fácil) vender para um cliente do que conquistar um novo, além de tornar a sua empresa mais sustentável.

5 — Menos EGO

Essa é a parte que mais me irrita. Eu me considero um empreendedor antissocial pois odeio eventos, meetups e coisas do gênero. Talvez pela minha introversão e pela falta de habilidade em fingir que acredito nas ideias mirabolantes que encontramos por lá. Nas minhas resoluções de ano novo, eu prometo evitar eventos e concursos. Também prometo não iludir as pessoas com matérias em revistas ou portais. Eu experimentei um pouco desta sensação de estar na mídia e é frustrante saber como tudo isso funciona de verdade. Seus amigos e familiares criam expectativas gigantes e a pressão em fazer dar certo aumenta muito mais. Se você é daqueles que criaram empresas para se promover e passar o ano inteiro pulando de evento em evento ou revista em revista, tenho uma má notícia para você: Likes e shares não pagam as suas contas no fim do mês. Quem opta por esse caminho sempre termina sumindo, quietinho ou fingindo uma venda do negócio para alguém que ninguém conhece por um valor que não pode divulgar.

Em 2016, não seja esse cara.