Haeckel: quando a ciência encontra a arte

Há 183 anos nascia um importante personagem na história da biologia

Dispersciência
3 min readFeb 16, 2017

Estamos falando de Ernst Heinrich Philipp August Haeckel ou apenas Haeckel, para os íntimos.

Nascido em 16 de fevereiro de 1834, Haeckel foi um naturalista, filósofo, médico, professor e artista alemão que ajudou a popularizar o trabalho de Charles Darwin e contribuiu para as mais diversas áreas da biologia. Em zoologia, Ernst Haeckel descreveu e nomeou várias espécies, tendo se debruçado principalmente sobre o grupo dos invertebrados.

O lado cientista

Haeckel foi um dos importantes cientistas que defendeu a Teoria Evolutiva de Darwin em uma época em que essas ideias ainda não eram bem vistas mesmo no meio acadêmico. Inspirado pela teoria, criou um sistema próprio de classificação dos seres vivos representado como uma árvore (como veremos, ele também era artista), que está representada abaixo:

Árvore da vida montada por Haeckel

Foi ele quem delimitou o grupo protista, no qual agrupou organismos microscópicos. Várias escolas ainda adotam esse grupo em suas aulas de biologia (porém é obsoleto no meio acadêmico). Dentro de protista o naturalista incluiu monera, que reúne as bactérias: outro grupo criado por ele que é usado ainda hoje. Mais tarde ele restringiu os protistas apenas a organismos unicelulares.

Animado pela teoria Darwinista, Haeckel tentou ligar a teoria à embriologia (estudo do desenvolvimento dos organismos) e sugeriu que a evolução ocorria quando novos estágios eram “adicionados” ao desenvolvimento embrionário, teoria que intitulou “Lei da Biogenética”. Porém, a teoria foi rapidamente refutada.

O lado artista

Não foi apenas na sistemática (ramo da biologia que organiza os seres vivos em grupos) que Haeckel se destacou. O naturalista acabou se interessando por ilustração científica e pintura após viajar para a Itália em meados do século XIX.

Essa inspiração o levou a publicar o livro Kunstformen der Natur (em português Formas de Arte da Natureza), que tinha 100 ilustrações elaboradas de diversos grupos de organismos dispostos de forma artística em pranchas (separamos alguns exemplos nas ilustrações desse artigo). A publicação ganhou posição de destaque e no século XX serviu de base para o estudo de História Natural no mundo todo (inclusive na USP). Você pode conferir todas as pranchas clicando aqui.

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