Edite Sá
1 min readOct 15, 2015

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Concordo plenamente que a cultura dos “doutores” instalada em Portugal é irritante e provinciana, a qual não se vê em nenhum país europeu (em Espanha os alunos tratam quase sempre os professores pelo primeiro nome). Mas acho de extremo mau gosto menosprezar e ridicularizar os doutorandos, nomeadamente os bolseiros da FCT, que num país onde a investigação científica é tratada como lixo fazem um esforço tremendo e um trabalho notável em projectos que, nalguns casos, são de referência internacional. Fazer um doutoramento exige sim um espírito de sacrifício e muito trabalho, muitas noites sem dormir, muita bibliografia para ler e uma auto-disciplina muito grande. É uma empreitada de coragem. Por outro lado, também admiro muitos outros ofícios e profissões, que nada têm a ver com títulos académicos. Admiro a minha avó que trabalhou no campo de sol a sol para poder alimentar os seus filhos, tendo chegado aos 92 anos com um sorriso no rosto, assim como os mineiros, os artesãos, os operários fabris, etc etc. Há que saber separar os campos de análise.

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