Conhecendo o Laos em 11 dias
No meu último post “O dia que larguei meu trabalho para viajar” contei um pouco sobre minha decisão de largar o emprego para fazer um mochilão pelo sudeste asiático. No texto de hoje quero compartilhar um pouco dos 11 dias que passei no Laos, país que iniciei minha trip de 3 meses pela ásia.
Era uma terça-feira dia 13 de setembro de 2016 quando as 06:00 da manhã cheguei no aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, junto da minha fiel
mochila com algumas poucas peças de roupa era hora de partir. Minha primeira viagem de avião seria para o outro lado do mundo, meu destino final era Chiang Mai no norte da Tailândia.
Meu primeiro voo daquela longa jornada partiria 13:15 com duração de 1 hora até o Aeroporto Internacional de Guarulhos no qual tive uma conexão
de 10 horas. Tudo parecia ocorrer bem quando depois de 1 hora na fila do embarque recebi a informação de uma funcionária da companhia que a partida atrasaria devido à problemas com a aeronave, bela de uma notícia para quem estava fazendo sua primeira viagem de avião, não é mesmo ? Depois de quase 3 horas de atraso o tão esperado voo partiria rumo ao desconhecido e até então inexplorado por mim.
Após 14 árduas horas de voo e algumas turbulências no oceano atlântico eu aterrizava em Abu Dhabi nos Emirados Árabes, minha conexão durou cerca
de 40 minutos, tempo esse usado para mandar algumas mensagens para minha mãe que estava em Passo Fundo e para meu irmão que estava aguardando minha chegada em Chiang Mai.
Meu próximo voo rumo à capital da Tailândia, Bangkok, duraria cerca de 6 horas. Até lembro da minha euforia pousando no Aeroporto Internacional
de Suvarnabhumi, parecia não acreditar que estava em terra firme naquele país antes conhecido somente por fotos e textos. Na imigração o processo foi
simples e rápido, apresentei meu passaporte, certificado internacional de vacinação contra a Febre Amarela e o formulário de chegada ao país que
ganhei durante o voo. Após apresentar os documentos e não trocar uma sequer palavra com o cidadão que me atendeu, ganhei o carimbo no
passaporte e 90 dias de visto que para brasileiros não tem custo.
Depois de pedir algumas informações cheguei ao ônibus que faz o translado sem custo para o aeroporto de voos doméstico Don Mueang, de lá partiria meu último voo agora com destino a Chiang Mai. Após cerca de 50 minutos de voo lá estava eu na segunda maior cidade da Tailândia, Chiang Mai.
Meu irmão me pegou no aeroporto e dentro de 15 minutos já estávamos no hostel o qual deixei minha mochila, tomei um banho e fomos conhecer um pouco da cidade.
Minha primeira refeição na ásia não foi das mais agradáveis, na rua mesmo comprei uma espécie de bolo de arroz que estava com uma cara ótima, após duas ou três mordidas comecei a sentir a pimenta consumindo minha alma e queimando meu corpo. Consegui amenizar após beber aproximadamente 1,5 litros de água.
Na manhã seguinte acordei cedo depois de dormir 12 horas seguidas, agora recuperado aproveitamos o dia conhecendo os principais pontos turísticos
da cidade, destaque para o complexo de templos Wat Chedi Luang que foi construído em 1441. Ficamos mais 2 dias em Chiang Mai e fizemos mais algumas atividades, tudo isso com uma moto alugada por cerca de R$ 20,00 por dia
A Tailândia é um país incrível culturalmente, seu idioma oficial é o Tailândes o qual aprendi a falar apenas obrigado, que seria algo como “ขอบคุณ (Khob khun)”, facil né ? hahaha! Cerca de 95% da população é praticante do budismo e encontrar monges de todas as idades por todo lado é algo muito comum por lá. Os monges são muito respeitados pela população e algumas vezes vi pessoas dando seu lugar para monges em ônibus e tuk tuk.
Falando em Tuk Tuk este é um meio de transporte muito popular na Tailândia tal qual é definido como “Modelo de transporte motorizado com cabine para transporte de passageiros ou mercadorias”. A experiência de pegar um Tuk Tuk na Tailândia começa já na negociação do valor. Os motoristas possuem o dom de enrolar os turistas e chegam a cobrar até 3 vezes mais que o real valor de uma corrida. O segredo é já ter uma noção de preço e negociar o valor, caso o motorista insista em cobrar um preço absurdo, tente outro pois há inúmeros deles por todos os lados.
Após quatro dias em Chiang Mai partimos em direção ao Laos, paramos 200km ao norte em uma cidade chamada Chiang Rai. Lá tive uma das melhores experiências da viagem, fomos à uma festa local no centro da cidade na qual praticamente não havia turistas assim dando para ter perspectiva da real cultura do lugar.
Na feira havia música ao vivo e algumas atividades como dança, várias barracas de comida, roupas e diversos produtos.
No outro dia cedo pegamos um ônibus para Huay Xay no Laos. Para entrar no país precisei apresentar passaporte, uma foto 3x4 e pagar U$$ 30,00 por um visto de 30 dias.
Huay Xay é uma cidade base para quem faz o trajeto até Luang Prabang de barco, dormimos na cidade e no dia seguinte embarcamos por volta de 10:00. A viagem durou dois dias pelo Rio Mekong em um barco simples com bancos razoavelmente confortáveis.
No primeiro dia fizemos um trajeto de 6 horas até uma pequena vila chamada Pakbeng, achamos um lugar para passar a noite e na manhã seguinte seguimos por mais 4 horas de viagem até Luang Prabang.
Luang Prabang carrega o título de patrimônio mundial da humanidade da UNESCO e reflete a calmaria do povo Laosiano. Não é à toa que nosso roteiro de 3 dias acabou se transformando em 5.
Na cidade ficamos no DownTown Backpackers Hostel, ótimo hostel com ar condicionado, Wi-Fi e café da manhã por R$ 25,00 a diária. Durante a estadia visitamos a incrível Kuang si Waterfalls, um complexo de quedas d’água que variam entre tons de azul-turquesa a verde-esmeralda.
O Night Marketing da cidade também é outra atração, com inúmeras opções que vão de souvenirs até um buffet de comida típica.
O Mount Phousi é um complexo de templos com espetaculares vistas de 360º sobre Luang Prabang. Depois de subir 328 degraus você se depara com uma fantástica vista da cidade, especialmente no final do dia quando o local fica lotado de turistas para ver o pôr do sol.
Após 5 dias na adorável Luang Prabang, continuamos nossa viagem agora com destino a cidade de Vang Vieng. No início dos anos 2000 Vang Vieng foi a maior atração turística do Laos devido ao Tubing que é descer o rio de bóia e ir parando nos bares da borda pra tomar cervejas e drinks. Após algumas mortes por afogamento, em 2012 o governo decidiu tomar alguma providência e fechou os bares da borda deixando apenas 4 deles em operação.
A cidade possuí muitos sul coreanos e europeus que buscam baladas e um pouco de aventura. Fomos em uma festa e percebi que os sul coreanos são realmente muito loucos, dançavam em cima das mesas e bebiam muito.
Passados duas noites em Vang Vieng seguimos agora rumo a capital do país, Vientiane. A cidade é mais desenvolvida que as outras, apesar do sol insuportável aproveitamos conhecendo alguns pontos turísticos, museus, monumentos e a famosa feira noturna. O pôr do sol às margens do rio Maekon é um dos mais bonitos do país e atraí centenas de pessoas nos fins de tarde.
Pode parecer bobagem, mas viajar também cansa e requer planejamento. Em Vientiane decidimos parar alguns dias para descansar. Na ásia as chances de você ter uma intoxicação alimentar são grandes, pois há muita comida de rua e pouca fiscalização dos estabelecimentos. Em Vientiane peguei minha primeira intoxicação alimentar que me deixou um pouco debilitado por 2 dias, porém nada grave.
Nos últimos dias na capital encaminhamos o visto para entrar no Vietnam que seria nosso próximo destino. O processo todo durou cerca de 2 dias e contarei mais detalhes no próximo post.
Após 11 dias, minha estadia no Laos estava terminando e chegara a hora de partir. No próximo post vou falar como foram meus 20 dias no Vietnam, fiquem ligados.
Obrigado pela leitura!
