Se é pra fazer, começa logo.
Não existe segredo para começar algo. Acredite: às vezes, planejar muito resulta em não fazer nada. E isso se aplica pra quase tudo na vida (vou deixar o “quase” pelo benefício da dúvida), principalmente na hora de começar um projeto novo. Quer meu conselho? Só vai. Porque se você não for, sua ideia vai parar no caminho… ou pior, na gaveta.
Claro que fazer algo sem planejar direito pode resultar em alguns perrengues. Faz parte. Mas sabe porque isso acontece? Porque você começou! Tente dar o melhor de si, remediar o que tiver que ser remediado e seguir tocando o barco. Uma hora as pontas soltas se amarram e seu projeto fica mais redondo. Enquanto não fica, pelo menos ele saiu do papel e ganhou vida.
Foi isso que aconteceu quando resolvi, junto com o Thom, fazer o Freela For Miami. Basicamente, era um projeto com o objetivo de arrecadar dinheiro para estudar na Miami Ad School, uma escola de comunicação. Arriscamos: usamos as cores da identidade visual da marca, transformamos o flamingo, grande símbolo dela, em um alvo que tentávamos capturar de qualquer jeito! (fizemos artes com armadilhas, laços e até uma mão agarrando a perna do bichinho). Pra completar, colamos adesivos nos postes com essas artes. Cara, que loucura! Poderíamos tomar processo, ser pegos pela polícia, ser xingados por alguém… mas ganhamos uma bolsa. Sorte? Sorte seria nascer com o dinheiro para estudar lá sem precisar fazer nada disso, mas não foi o caso. A gente decidiu fazer, fomos lá e fizemos.
Inclusive, algo que ouvimos de muitas pessoas nesse período foi: “nossa, eu também tinha pensado em fazer isso”… mas não fez, né? Claro que requer uma pitada de coragem e uma grande dose de loucura, e ninguém é obrigado a ter esses componentes. Mas se quiser arriscar, tem que começar. Parece até óbvio, e realmente é, mas sem um início não existe um meio e nem um fim.
Mais pra frente rolou o Projeto Belguinhas, junto com a minha namorada. A ideia era, basicamente, vender brigadeiros para arrecadar grana e viajar pra Bélgica, em um festival de música que aconteceria por lá. Compramos as passagens e tivemos 8 meses para correr atrás e fazer muitos brigadeiros. Claro, o storytelling foi poderoso nesse processo: um casal correndo atrás para realizar um sonho. Mas pensa na loucura de comprar uma passagem caríssima para uma viagem caríssima sem ter dinheiro? Nem paramos pra pensar quantos brigadeiros teriam que ser vendidos para isso, mas se tivéssemos parado… bom, continuaríamos parados. E aí vai o spoiler: rolou. E mais do que apenas a Bélgica, passamos 3 semanas na Europa.
Peço permissão para uma última história pessoal, apenas para reforçar como o “vai e faz” sempre foi meu norte. Um publicitário fazer uma campanha para ganhar uma bolsa ainda é uma zona de conforto. E fazer uma campanha para vender brigadeiros, também. Mas e organizar uma viagem? É, aí pisamos pra fora do quadrado! E foi o que eu fiz. E meu parceiro foi tão improvável quanto eu, pois trabalha em vendas. Começamos por São Thomé. Achávamos que seria fácil fechar um ônibus, falamos com os fornecedores… e na hora de verdade, batemos de cara com o muro de concreto que se chama realidade. Reduzimos para um micro-ônibus, achamos um camping em São Thomé, fomos atrás de um guia… e rolou. Um erro aqui, outro ali, mas entregamos a viagem prometida e todos voltaram vivos!
Olhando para trás, considero essa a maior loucura. Pensa na responsabilidade de organizar tudo, cuidando de mais de 20 pessoas sem experiência alguma? Depois disso, criamos nossa agência de viagens, o Sai de Sampa, fizemos um CNPJ, registramos no Cadastur e tudo o mais se desenrolou. Hoje, organizamos viagens sabendo que entregamos um bom serviço, principalmente pelo feedback de quem viaja com a gente, e olhando para trás ainda vejo que nosso maior acerto foi…
Ter começado.
Chega de falar de mim. Vamos falar de você? Qual é a grande ideia que você está louco para tirar da gaveta? Bom, não importa a resposta. Você já sabe a minha dica.
Agora, quero ver o seu resultado.