Ecstatic Dance: a festa sem fala, álcool e celulares.

Eduardo Grossman
4 min readJul 19, 2017

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Sexta-feira, dez horas da noite. E você, mais uma vez, se preparando para o momento mais esperado da sua semana: uma festa naquele bar super famoso.

Amigos, banda tocando e muita cervejinha. Ufa, — pensa você — finalmente vou me divertir! E então parte em direção ao bar.

Chegando lá você coloca o papo sobre corrupção, daquele seriado novo e da rotina do trabalho em dia. E então, depois de alguns copos de cerveja e amigos nos respectivos celulares, você decidi ir próximo à banda para escutar melhor a música.

Após seus primeiros tímidos movimentos de dança lhe abordam para encher seu saco, digo, seu copo, e perguntar mais daquilo. Isso, daquilo mesmo:
blá, blá, blá.

Espera. Um sentimento implode dentro de ti: tem algo de errado nisso tudo isso aqui. Meus amigos mal se escutavam, falavam um por cima do outro e julgavam-nos sem parar. A banda não tinha um par de pés que vibravam junto à sua música. A cervejinha, bem, me faz lembrar dela a cada ida ao banheiro, indigestão e indisposição.

Realmente tem algo de errado aqui. Isso não está tão divertido quanto eu pensava. Será mesmo que eu deveria ter vindo aqui? Não seria melhor eu ter ficado em casa e ter assistido aquele seriado? Ou será que o problema está comigo que estou envelhecendo?

Se você, assim como eu, já se sentiu assim algumas vezes, eu tenho algo muito especial para te contar.

E se você fosse para uma festa que você pudesse sentir a música e dançar como sempre quis e como nunca fez? E se nela você pudesse se desenvolver por completo: exercitar seu corpo, expandir a sua mente e acessar a essência da sua alma? E ainda por cima encontrar diferentes pessoas dispostas a tudo isso numa só noite?

Essa festa é a Ecstatic Dance. Uma festa sem fala, álcool e celulares.
O espaço sagrado para quem quer dançar como sempre quis e como nunca fez.

Todos dançando como nunca fizeram e como sempre quiseram.

A Ecstatic Dance foi criada em 2010 no Hawaii para aqueles que buscam a diversão, a qualidade de vida e o auto-conhecimento na sua máxima potência, tudo junto. Uma verdadeira celebração à vida, inspirada no Burning Man.

A diversão é garantida pela seleção cuidadosa das músicas a cada edição. Após um alongamento, elas iniciam de forma mais calma, aumentam a frequência, chegam ao êxtase, navegam por diferentes tons, diminuem o ritmo e, por fim, se encerra serena. Como a forma de uma onda, ou, para alguns (como eu), uma tsunami de emoções.

A qualidade de vida é garantida pelo exercício físico de 2–3 horas, rompimento do uso de álcool ou qualquer outra substância e um início/término de festa em um horário mais natural, além da economia financeira. Sua disposição e fluidez após a dança fará você se sentir como se tivesse 7 anos de idade de novo, quando ainda dançava como acabara de fazer.

O auto-conhecimento é garantido pelo aumento da expressão corporal, superação dos próprios limites (estamos desabituados a tamanha liberdade) e desenvolvimento de outras formas de comunicação com as pessoas (olhares, toques e afins). Você nunca mais será o mesmo, vai por mim!

Para isso tudo isso acontecer os participantes seguem os cinco princípios da Ecstatic Dance:

  1. Dance como quiser.
  2. Pista de dança sem conversa.
  3. Sem uso de drogas lícitas ou ilícitas.
  4. Sem uso de celular ou qualquer outro eletrônico.
  5. Respeito ao espaço do outro.

Todo esse êxtase acontece em estúdios de yoga/dança, espaços colaborativos ou na natureza. No Brasil, onde iniciamos em maio deste ano, tivemos três edições em dois meses. Duas no Rio de Janeiro e uma em Salvador. Na última edição no Rio tivemos mais de 50 pessoas, e depois da roda de partilha, oferecemos alimentação vegana além de anunciar o destino de todo o lucro da festa para uma ONG que entrega alimentação vegetariana para moradores de rua do Rio.

Incrível, não é verdade? Inclusive esse movimento já acontece por toda América do Norte, Europa e Sudeste Asiático. Em San Francisco, onde hoje a ED coloca mais de 500 pessoas por semana, a terceira edição não chegou a 20 pessoas. Então onde será que nós, o país do carnaval, podemos chegar?

Bem, essa não é uma pergunta fácil. Mas se você também cansou — ou ao menos deseja testar ou variar — das festas regadas a álcool, celulares e interrupções, eu lhe faço um convite:

Vem dançar como sempre quis e como você nunca fez?
Custa quase nada e o valor (de ser criança) é inestimável.

Se você quer ver na prática, confere este vídeo da ED da Índia aqui:

O que acontece em uma Ecstatic Dance.

E agora, quer dançar na próxima Ecstatic Dance Brazil?
Teremos essa semana em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Não estará em nenhuma dessas cidades e deseja co-produzir uma?
Não perca a chance e envia uma mensagem agora em nossa fanpage! ;-)

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