No momento em que streaming é colocado em xeque e novo modelo é discutido, private equity intensifica frente que mira os direitos musicais

Eduardo Mendes
4 min readFeb 10, 2023

A receita de streaming de música aumentou a cada ano desde 2010 e, a partir de 2014, cresceu a uma taxa média de 43,9%. Hoje, corresponde a 84% dos ganhos da música gravada nos Estados Unidos.

No momento em que o formato é colocado em xeque e um novo modelo é discutido com o Universal Music Group liderando a causa, o private equity abre outra frente ofensiva, mirando os direitos musicais como uma potencial classe de ativos.

Responsável por 3–5% do volume diário de ações em dinheiro nos EUA, a GTS Securities LLC anunciou uma parceria estratégica com a JKBX (Jukebox) para oferecer a “fãs e ao mercado de varejo a oportunidade de investir em royalties de música em grande escala.”

A JKBX diz que tem atualmente mais de US$ 1,7 bilhão em direitos musicais garantidos exclusivamente, e prevê mais de US$ 4 bilhões em lançamentos até o fim deste ano.

Fundada pelo veterano da indústria Scott Cohen, a empresa promete transformar este mercado e “revolucionar a propriedade dos royalties” amparada pelo capital privado.

“Um punhado de firmas de private equity, corporações multinacionais e grandes gravadoras controlam os direitos musicais mais valiosos do mundo”, disse Cohen.

No acumulado de 2021, o private equity e o venture capital aplicaram cerca de US$ 1,51 bilhão em direitos de música digital, de acordo com dados da S&P Global Market Intelligence.

Uma delas foi a Kohlberg Kravis Roberts, que tem mais de US$ 230 bilhões em ativos sob gestão, e comprou uma participação majoritária no catálogo de Ryan Tedder, o frontman do One Republic e quem escreveu canções para Adele, Beyoncé e Stevie Wonder.

A investida acontece simultaneamente ao aporte pesado de gravadoras para a aquisição de catálogos de músicas.

Uma compra típica é igual a dez a 15 vezes ao atual valor anual dos direitos, de acordo com o City National Bank.

Em meio à proposta de reformulação do streaming e à corrida pelos direitos musicais, as plataformas Web3 para música trazem soluções para os dois principais problemas que estão no cerne das discussões de momento deste mercado: a melhor distribuição dos royalties e apoio aos artistas independentes, e a possibilidade para os fãs terem parte das músicas de seus cantores favoritos por meio dos produtos digitais.

A favor da tecnologia emergente está o processo liderado pelos próprios artistas. Além de reverterem o papel passivo subserviente aos interesses e controle das gravadoras e editoras, os músicos ganham poder sobre sua propriedade e estabelecem conexões diretas com sua base de apoiadores.

É um extensão natural da economia do criador, como bem pontuou Vickie Nauman, consultora de tecnologia musical.

A nova era centrada no artista é apenas mais um elemento que amplifica as discussões sobre a revolução que está por vir na indústria da música. E o tema Web3 fica cada vez menos latente para este movimento. É apenas uma questão de tempo.

O streaming colocado em xeque

Universal Music lidera frente com Tidal, ganha coro de Drake para novo streaming, e plataformas da Web3 esperam vez para entrar na discussão: https://rebrand.ly/y5m82ra

Presidente do Universal Music condena atual formato, e pede novo modelo para indústria, apontando tecnologias emergentes e melhores conexões entre artistas e fãs como soluções: https://theblockpoint.substack.com/p/economia-do-streaming-musical-e-desatualizada

CRB emite decisão final sobre royalties de streaming, enquanto surgem novas formas de licenciamento de música via Web3: https://rebrand.ly/8u213gk

A empresa de música e tecnologia que promove playlists com faixas de 30 segundos propõe novo modelo para pagamento de royalties: https://rebrand.ly/3qlo2em

Por que os artistas não estão mais ‘quebrando’ no Hot 100 da Billboard: https://rebrand.ly/8nwyuxs

CRB emite decisão final sobre royalties de streaming, enquanto surgem novas formas de licenciamento de música via Web3: https://rebrand.ly/8u213gk

Reconstruindo ’The Playlist’

A The Block Point criou a própria versão para a minissérie sobre o Spotify. O review serve de guia, e mostrará o contexto da história para você entender a próxima revolução da indústria musical.

Nesta primeira parte, contamos como a plataforma foi idealizada em meio a uma guerra entre gravadoras e os serviços que disponibilizavam música pirata, e qual a relevância da Suécia para esta indústria: https://theblockpoint.substack.com/p/dissecando-the-playlist

A segunda edição mostra que o modus operandi do negócio de streaming deflagrou conflito com artistas, de estrelas a uma maioria independente. Como a Web3 pode pacificar e dar novo rumo a esta indústria? https://theblockpoint.substack.com/p/scratch-the-record

Alguns exemplos recentes de como a tecnologia emergente está impactando a indústria musical

De volta ao Brasil, Blond:ISH desponta como voz feminina criadora e estrategista na Web3: https://rebrand.ly/635b73

Encontraremos os próximos artistas SoundCloud nas plataforma de música Web3? https://rebrand.ly/cc4844

Levada ao mainstream por causa de avatares, inteligência artificial (AI) tem sido integrada à indústria musical para alçar formato de co-criação desenvolvido por machine learning: https://theblockpoint.substack.com/p/o-seu-novo-compositor-favorito

A estreia em Los Angeles da DAO que empodera artistas, e como a indústria da música se prepara para integrar a inteligência artificial: https://rebrand.ly/2dmj7ak

Billboard apresenta colecionáveis do seu fã-clube global de música na Web3: https://rebrand.ly/yzwoftn

Plataforma de música Web3 aproveita momento Spotify Wrapped e manda recado provocativo: https://rebrand.ly/559f4e

Em segunda distribuição de royalties para fãs via Royal, cantor de hip hop destaca-se e mostra como a Web3 pode alavancar artistas emergentes: https://rebrand.ly/8mhy3ky

Principal nome da música Web3 assina com agência CAA. Colaboração mostra como Web3 complementa negócio da música: https://rebrand.ly/7s4udks

A primeira colaboração entre uma gravadora e uma plataforma Web3. Spinnin’ Records’ promove single com Royal.io: https://rebrand.ly/7mp1ypg

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Eduardo Mendes

Advisor for Culture and Innovation | Co-Founder na The Block Point | Web3 & New Technologies | Strategy, Research & Content | Sports | Entertainment | Media