A guerra do streaming acabou? Enquanto Buffett desgosta do atual formato, jogos podem ser a próxima história da mídia e entretenimento

Eduardo Mendes
3 min readMay 13, 2023

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Nesta semana, a Alliance for Creativity and Entertainment (ACE) ganhou mais um integrante: a DAZN. A primeira transmissora de esportes online se junta a um grupo formado por Amazon, Apple, NBCUniversal, Netflix, Disney, Sony, Warner Bros. e outras 46 empresas cujo objetivo é combater as operações de streaming esportivo piratas.

Fundado em 2017, o conglomerado anti-fraude diz que as fontes não autorizadas consomem US$ 28 bilhões em receita anual das emissoras.

O esporte tornou-se uma espécie de crème de la crème para as empresas de tecnologia e entretenimento agregar mais aos seus serviços. Leia-se: aumentar a base de assinantes.

A incorporação de eventos desta indústria também é encarada como a tentativa derradeira de salvar o streaming.

O esforço, por sua vez, pode ser em vão, considerando as perspectivas sobre o futuro desta indústria.

A própria CNBC, o canal de assinatura da NBC Universal, decretou o fim de uma era: The streaming wars are over, and it’s time for media to figure out what’s next.

Para Alex Sherman, repórter de tecnologia e comunicação e quem assina a reportagem, é hora de virar a página: “2019–2023. RIP.”

Uma certeza provavelmente influenciada pelas últimas notícias vindas da Disney e de Nebraska, onde Warren Buffett realizou sua tradicional reunião anual, no último sábado.

Antes de a Disney+ anunciar a perda 4 milhões de assinantes no primeiro trimestre, o guru dos investimentos avisou:

“Você precisa de menos empresas ou de preços mais altos, ou não funciona.”

Esta foi uma das respostas dadas por Buffett quando questionado sobre se ele ainda havia “convicção em sua tese de investimento” na Paramount, que cortou dividendos enquanto tenta direcionar seus negócios de streaming para a lucratividade.

Ao lado de sua holding Berkshire, o investidor é detentor de 94 milhões de ações da empresa, atualmente avaliadas em cerca de US$ 1,6 bilhão.

O argumento de Buffett corrobora a profecia definitiva de Sherman: a corrida para adicionar assinantes de streaming, sabendo que os consumidores pagarão apenas por um número limitado deles, não é sustentável.

“A narrativa atual da grande mídia é sobre como obter lucratividade do streaming. Mas a questão-chave não é olhar para os números de crescimento tanto quanto é sobre a reação do investidor a isso. Aumentar preços e cortar custos não é uma boa estratégia”, justificou Sherman.

A busca irreal pelo milagre dos níveis de expansão vistos durante a pandemia e nos primeiros anos de streaming em massa, provoca uma alteração de rota para o mercado de mídia e entretenimento.

E qual será a próxima história?

“O candidato mais óbvio são os jogos. A Netflix iniciou um serviço de videogame incipiente. A Comcast considerou comprar a EA no ano passado. Embora a Disney tenha encerrado sua divisão de metaverso, ela casar sua propriedade intelectual com jogos parece uma combinação óbvia”, apostou Sherman, que já tem um nome para este novo capítulo:

Talvez, The Gaming Wars seja o que está por vir.

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Eduardo Mendes

Advisor for Culture and Innovation | Co-Founder na The Block Point | Web3 & New Technologies | Strategy, Research & Content | Sports | Entertainment | Media