Uma conversa sobre neutralidade com a inteligência artificial (IA)

Eliéser de Freitas Ribeiro
5 min readJan 4, 2023

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Eu resolvi bater um papo com a inteligência artificial ChatGPT sobre neutralidade e poder. Se o jornal é neutro, se a ciência é neutra, se a IA é neutra. A conversa ficou dividida assim: as minhas inserções estão em negrito e as respostas da IA estão em itálico.

Conversa com a inteligência artificial.
Photo by Madrosah Sunnah on Unsplash

Você já percebeu que todo discurso de neutralidade tende ao autoritarismo?

Não necessariamente. A neutralidade pode ser entendida de diferentes maneiras e pode ser um valor positivo em algumas situações. Por exemplo, a neutralidade da Justiça é fundamental para garantir que todas as pessoas sejam tratadas de maneira justa e equitativa. A neutralidade também pode ser importante em situações em que há conflitos de interesse ou em que é preciso tomar uma decisão imparcial.

No entanto, é preciso ter cuidado ao abordar o tema da neutralidade, pois em algumas situações ela pode ser usada como uma desculpa para não tomar uma posição ou para ignorar problemas sérios. Em alguns casos, a neutralidade pode até mesmo ser um ato de covardia ou de negligência. É importante considerar as circunstâncias específicas de cada situação e avaliar se a neutralidade é realmente a postura mais apropriada a ser tomada.

Você já percebeu como a ideia de neutralidade esconde por trás de si uma vontade de poder? O jornal é o imparcial. A ciência não tem vieses. A inteligência artificial é isenta de valores.

Sim, é importante lembrar que todos nós temos nossos próprios valores e vieses, e que é difícil ser completamente “imparcial” ou “isento de valores”. É natural que as pessoas tenham suas próprias crenças e opiniões, e esses valores podem influenciar o modo como percebemos e interpretamos as coisas.

No entanto, é importante esforçarmos para minimizar esses vieses e buscar uma maior objetividade em nossas análises e decisões. Isso pode exigir um esforço consciente para ouvir diferentes pontos de vista e considerar as evidências de maneira cuidadosa e imparcial. Na ciência, por exemplo, é importante seguir métodos rigorosos e transparentes para garantir que os resultados sejam confiáveis e confiáveis.

Na inteligência artificial, é importante considerar como os valores e os vieses dos desenvolvedores podem afetar o funcionamento de um modelo de linguagem e tomar medidas para minimizar esses efeitos indesejados. Isso inclui coletar um conjunto de dados diversificado e equilibrado, testar o modelo em diferentes contextos e avaliar seus resultados de maneira crítica.

Quanto mais a gente reflete, pesquisa e entende as estruturas por trás dessas ideias temos mais certeza de que é exatamente o contrário. O jornal tem um lado. A ciência pende numa determinada direção. A IA tem uma base que a orienta.

É verdade que nenhum jornal, cientista ou sistema de inteligência artificial é completamente “imparcial” ou “isento de valores”. Todos nós temos nossos próprios valores e vieses, e esses valores podem influenciar o modo como percebemos e interpretamos as coisas.

No entanto, isso não significa que não seja possível buscar uma maior objetividade e neutralidade em nossas análises e decisões. Na ciência, por exemplo, é importante seguir métodos rigorosos e transparentes para garantir que os resultados sejam confiáveis e confiáveis. Os jornalistas também podem tomar medidas para ser equilibrados e justos em sua cobertura, como ouvir diferentes pontos de vista e verificar as fontes de suas informações.

Na inteligência artificial, é importante considerar como os valores e os vieses dos desenvolvedores podem afetar o funcionamento de um modelo de linguagem e tomar medidas para minimizar esses efeitos indesejados. Isso inclui coletar um conjunto de dados diversificado e equilibrado, testar o modelo em diferentes contextos e avaliar seus resultados de maneira crítica.

Em geral, é importante estar ciente de nossos próprios valores e vieses e esforçarmo-nos para minimizá-los, buscando sempre uma maior objetividade e equilíbrio em nossas análises e decisões.

Você não acredita que o melhor caminho seria reconhecermos a “não neutralidade” e trabalhar as questões éticas de objetividade deixando claro os passos que estamos tomando, sendo transparente nas tomadas de decisão e podemos ser francos nas nossas escolhas?

Sim, eu concordo que é importante reconhecermos que não somos completamente “neutros” ou “isentos de valores” e que é preciso trabalhar as questões éticas de objetividade de maneira consciente e franca. É importante deixar claro os passos que estamos tomando para minimizar nossos vieses e tomar decisões equilibradas e justas, e ser transparente sobre nossas escolhas e as razões por trás delas.

Isso pode incluir ouvir diferentes pontos de vista, considerar as evidências de maneira cuidadosa e imparcial, e ser honesto sobre nossos próprios valores e crenças. Na inteligência artificial, por exemplo, isso pode incluir coletar um conjunto de dados diversificado e equilibrado, testar o modelo em diferentes contextos e avaliar seus resultados de maneira crítica. Além disso, é importante considerar os possíveis impactos éticos das decisões que tomamos e trabalhar para minimizar quaisquer efeitos negativos.

Então uma postura de equilíbrio em relação humano-máquina seria um caminho produtivo para amenizarmos a crença totalitária de que as coisas são neutras?

Sim, uma postura de equilíbrio em relação humano-máquina pode ser um caminho produtivo para ajudar a amenizar a crença totalitária de que as coisas são “neutras”. É importante lembrar que os sistemas de inteligência artificial são desenvolvidos e usados ​​por seres humanos, e que esses sistemas refletem os valores e as crenças dos seres humanos que os desenvolvem e os usam.

Por isso, é importante trabalhar de maneira equilibrada para garantir que os sistemas de inteligência artificial sejam desenvolvidos e usados ​​de maneira responsável e ético. Isso pode incluir considerar os possíveis impactos éticos das decisões que tomamos e trabalhar para minimizar quaisquer efeitos negativos, bem como ser transparente sobre nossas escolhas e as razões por trás delas. Além disso, é importante ouvir diferentes pontos de vista e considerar as preocupações e os interesses de todas as partes envolvidas.

Mas as pessoas em posição de poder tendem sempre a querer vender a ideia de que as coisas são neutras, pois de alguma maneira a estrutura das coisas a beneficia. Como lidar com isso?

Pode ser desafiador lidar com pessoas em posições de poder que querem vender a ideia de que as coisas são “neutras” quando, na verdade, elas podem ser influenciadas por vários fatores, incluindo valores e crenças. Algumas estratégias que podem ser úteis nesta situação incluem:

· Manter um diálogo aberto e honesto: tente conversar com essas pessoas e explicar por que é importante reconhecer que não somos completamente “neutros” ou “isentos de valores” e que é preciso trabalhar as questões éticas de maneira consciente.

· Buscar evidências: tente apoiar suas argumentações com fatos e evidências. Isso pode ajudar a reforçar seus pontos de vista e ajudar as outras pessoas a compreender seus argumentos.

· Considere o ponto de vista das outras pessoas: tente colocar-se no lugar das outras pessoas e entender por que elas podem ter essa perspectiva. Isso pode ajudá-lo a encontrar formas de chegar a um acordo ou solução mais ampla.

· Faça uso de recursos externos: se você não consegue chegar a um acordo com as pessoas em posição de poder, considere buscar ajuda ou apoio de outras fontes, como organizações ou grupos de defesa de direitos.

Lembre-se de que mudar a perspectiva das outras pessoas pode ser um processo demorado e desafiador, e que é importante ser paciente e persistente.

Muito obrigado pela conversa

De nada! Foi um prazer conversar com você.

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Eliéser de Freitas Ribeiro

Sou sociólogo de dados, mestre em Sociologia, especialista em IA, especialista em pesquisa e análise de dados. Trabalho com Python, R, SQL, Power BI, Tableau.