Abundância Colaborativa
O momento em que estamos vivendo no planeta — pandemia, crise climática, crise política, crise financeira, crise ética, etc. — se apresenta como um possível ponto de inflexão para a humanidade.
Como diz Daniel Christian Wall, do outro lado de um ponto de inflexão há possibilidade de [construção de comunidades sustentadas pela]* abundância colaborativa ou a escassez competitiva.
No meu entendimento, abundância não está relacionado à "ter muito" ou "ter em excesso". Muito pelo contrário.
Entendo abundância a partir da seguinte definição:
Ter acesso ao que necessito, no momento em que necessito.
Neste cenário em que vivemos, tenho a convicção de que a melhor forma de ter acesso ao que necessito, no momento em que necessito é usando o poder da COLABORAÇÃO. De maneira simples, mas não simplista, o caminho é utilizarmos o princípio básico da colaboração EU PRECISO X EU OFEREÇO.
Quando, em uma comunidade a colaboração é pulsante, resgatando nossas origens ancestrais, a capacidade de geração de abundância se potencializa. Quando todos do grupo colocam o que podem genuinamente oferecer à disposição e à serviço do todo, se estabelece um fluxo de acesso coletivo ao que se precisa. Como isso é lindo! De tão simples e natural chega a bugar nossa mente, tão doutrinada sobre os processos relacionados ao ter. Por isso, acredito ser urgente a mudança do modelo mental do Ter = Possuir (Ego) para o Ter Acesso (Coletivo) e, assim, mudar todo o jogo da vida — e do sistema socioeconômico vigente — saindo do Paradigma da Escassez e acessando plenamente o Paradigma da Abundância.
Acredito que este momento seja uma ótima oportunidade para refletirmos — e agirmos sobre a cocriação de uma sociedade abundante colaborativamente.
Que assim seja e assim é!
*Grifo Meu.
Obs. Este texto é um trecho do texto “Eu sou porque nós somos — Parte 1: Intencionando Comunidades Regenerativas”, no qual apresento reflexões sobre a cocriação de Comunidades Regenerativas.