Doctor Who e uma nova forma de ver o mundo
Recentemente fui apresentado a série Doctor Who, e em poucos meses eu já posso dizer que sei mais sobre a série do que uma pessoa comum deveria saber. Não que eu seja o maior fã de Doctor Who de todos os tempos, e talvez esteja até um pouco longe disso, mal cheguei na 5ª temporada da saga moderna para acompanhar o Matt Smith (11º doutor). Mas é fato que logo após começar a assistir eu me perguntei como consegui passar por toda minha vida sem isso.
Mas talvez eu esteja colocando os pés pelas mãos, vamos voltar um pouco.
Pra quem não conhece a série ela narra a história de um “Time Lorde” (raça alienígena fictícia do protagonista) e seus/suas “companions” (que podem ser humanos ou alienígenas) e se baseia em princípios de ficção científica muito parecidos com os do Guia do Mochileiro das Galáxias (aquele non-sense com crítica social e um pouco de ciência, sabe?).
Mas o que fascina nessa série não é ele ter a TARDIS, uma nave capaz de viajar no espaço-tempo (o que quer dizer qualquer lugar e a qualquer momento), mas sim o fato do protagonista ser uma “pessoa”.
O Doctor pode não ser um humano e pode até ter alguns poderes que seriam considerados por nós como “sobrenaturais”, mas a forma na qual ele resolve problemas não envolve atributos normais de um super-herói de ficção. O Doctor não voa, não tem super força, não tem armas laser super modernas… ele é só uma pessoa, uma pessoa com uma boa intenção.
É fascinante assistir as aventuras e ver alguém resolver problemas gigantescos e interplanetários, usando apenas a sua inteligência e um plano bem criativo. Não espere ver batalhas épicas de espadas brilhantes, na verdade, é pouco provável que você vá ver o Doctor usar uma arma sequer.
O Doctor já foi interpretado por 12 diferentes atores, cada vez que ele “morre” ele regenera em alguém novo, mas ao mesmo tempo ele sempre foi bem… ele sempre foi o Doctor! Cada ator leva um pouco da sua personalidade para o personagem (personalidade essa que se acumula e implementa pelas “centenas de anos” em que um “Time Lorde” vive).
O que Doctor Who proporciona nenhuma outra série consegue proporcionar, a série mostra que é possível resolver coisas com diálogo, que é possível dominar e vencer seus inimigos sem usar a violência direta e que para fazer o bem ninguém precisa sofrer. É uma lição de vida, com discursos inspiradores que alimentam sonhos e fazem você acreditar que o futuro pode ser melhor. E será, enquanto o Doctor estiver presente.