O programador e o emprego

Evaldo Barbosa
3 min readNov 6, 2017

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Alguns sabem uma coisa específica da minha vida: fui fazer administração e não ciência da computação. Até tentei o vestibular, mas não estava motivado o suficiente e, consequentemente, não passei. Ainda bem, o que eu queria mesmo não era aquilo.

Desde cedo, quando tinha, sei lá… 20, 22 anos, eu já procurava formas de organizar melhor o meu trabalho, fosse ele o do emprego, fosse o “por fora” e com isso acabei me deparando à época com o que chamavam de “desenvolvimento iterativo e incremental”. Só vi isso, não consegui chegar a me aprofundar porque não achava muito mais informações a não ser de metodologias mais tradicionais e que não me serviam muito.

Com isso fui melhorando com o tempo, aprendi Scrum, virei CSM… etc. Mas antes disso tudo, devo lembrar, já aprendia coisas sobre como fazer mais, em menos tempo e com os recursos aplicados na hora e da maneira correta, com empoderamento dos envolvidos: falo de uma aula onde fui apresentado ao Lean. Lembro da professora (que não me ajudou muito além disso, devo também dizer) falando “maravilhada” daquela técnica de outro mundo.

Nessa época também a cadeira de administração de materiais, onde era mais dentro do que eu fazia, que era automatização de processos gerenciais, me apresentava outra visão da mesma coisa. Esses conhecimentos foram se enraizando e hoje em dia falo dessas coisas a outros programadores, de como a administração me fez um programador melhor.

Nesse meio tempo conheci o marketing e aquela pulga ficou atrás da orelha, a visão se aguçou mais, a análise de vários aspectos de negócios melhorou e hoje em dia uso essas coisas para ajudar os clientes, os amigos e as startups que precisarem.

Mas o que tem a ver o título deste artigo que só falou do que eu aprendi, é miniautobiografia? Definitivamente não. Eu vim mesmo falar foi sobre emprego… ou melhor, sobre empregabilidade.

Nós programadores somos “educados” para sermos antissociais, os caras que são colocados em salas escondidas (como se estar perto do servidores que roda os códigos fosse diminuir a probabilidade de erros), para sermos… sei lá que adjetivo usar. Somos estereotipados até por nós mesmos e nos vangloriamos disso. Pra mim isso — hoje — é um problema.

O que falei nos parágrafos anteriores sobre o que aprendi é sobre como me sinto (e vejo que outros demonstram isso) sobre a CAPACIDADE que desenvolvi de resolver problemas desde a forma mais simplificada (que pode ser uma “gambiarra”) até uma forma mais elaborada e com mais recursos. Essa capacidade aumenta a minha empregabilidade porque me torno um ativo mais importante para a organização.

Me faz feliz ser empregado e não dono do meu negócio próspero? Não me faz completamente, mas com meu emprego as contas são pagas e eu consigo ajudar a SEATI a melhorar. Quanto ao negócio próspero, talvez não tenha chegado a hora ainda, mas continuo perseguindo esse objetivo. Posso dizer que mais longe eu já vim.

O que eu gostaria de dizer (e irei mostrar na minha palestra do 8php.phpmaranhao.com.br) é que se você ainda não está preparado para ser patrão ou mesmo só quer ser o dev, você pode ser alguém importante para o negócio enquanto aprende a dor e o prazer de empreender. A melhor parte é que a dor, nesse momento, só quem sente a dor é o empreendedor (que nesse caso não é você).

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Evaldo Barbosa

Cofundador do Agile-MA, Coorganizador do SLZ Agile & Business, membro do PHP-MA. www.mrlucky.com.br