Sobre trabalhar e ter filhos

Evernote Brazil
7 min readJun 8, 2018

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*Jessi Craige

Os altos, baixos e cinco dicas para dar certo

Pra quem não tem filhos, é difícil entender a vida daqueles que se dividem entre se organizar no trabalho e cuidar das pendências dos pequenos.

Sabemos da exaustão dos nossos colegas que se encaixam nessa rotina. Mas há um milhão de outras coisas acontecendo nos bastidores que nós, pessoas sem filhos, nem sequer imaginamos.

Então ficamos curiosos: como eles fazem isso dar certo? Como (e se) isso impacta suas carreiras? E por que eles são tão animados com a ideia de ter filhos, mas não sabem descrever em palavras como é ter essa experiência?

Andrew Malcolm, o ‘cara do marketing’ aqui na Evernote diz que “é tão interessante como todos falam sobre ser pai/mãe, é indescritível. Porque todos os seres humanos estiveram envolvidos no processo de alguma maneira. Mas, concordo que existem estes momentos mágicos e é impossível colocar isso em palavras. Você realmente não consegue descrever porque está tão feliz passando por tudo isso.”

Andrew e outros membros da equipe Evernote se juntaram para compartilhar o altos e baixos de suas vidas como pai/mãe que trabalha, junto com suas melhores dicas.Se você é um pai/mãe que busca conselho, está pensando em ter filhos, ou trabalha com um desses, aqui está o que você precisa saber.

Altos:

Quando foi questionado sobre a melhor parte de ser pai, Andrew — que tem um filho de um ano de idade e outro de três — brincou: “ser pai pode ser descrito como só alegria e nenhuma diversão.” E de onde vem essa alegria?

O gerente de desenvolvimento de produto Jesse Day, compartilhou que: “são estes pequenos momentos incríveis: quando seu filho descobre pizza ou a lua pela primeira vez. E você se motiva pelo deslumbramento enquanto passa pelas noites sem sono usando isso como combustível.”

A diretora de Produto Nancy Fu Magee, que teve seus três filhos enquanto trabalhava na Evernote, concorda. “É ótimo porque há pequenas coisas diferentes sobre cada um de seus filhos. Por exemplo, meu filho é muito curioso, e pergunta constantemente algo do tipo: ‘Orcas conseguem abraçar a gente?’ o que é realmente hilário.”

Os desafios diários: almoços esquecidos, sono perdido e a falta de tempo

Mas nem de pizzas, luas e orcas os pais e mães vivem. Obviamente existem momentos bem difíceis!

Existem as pequenas lutas do cotidiano. Não importa se é levar o almoço esquecido do seu filho para a escola (de novo) ou acabar a reunião mais cedo por causa de um problema de mordida na creche — interrupções podem impactar sua produtividade no escritório.

O filho da designer Nancy Phon está prestes a completar um ano de vida, então resumiu seu novo calendário como mãe.

“Há momentos restritos para você pegar e deixar o seu filho na creche. Então, eu precisei descobrir como ser produtiva no trabalho entre 10 da manhã e 4 da tarde. E se você acrescentar a amamentação, acaba sendo quase do meio-dia até as 4. Além disso, você está fazendo tudo com pouquíssimo tempo de sono… e há uma série de coisas para fazer com o seu filho quando você chegar em casa. É bem desafiador. Para fazer dar certo, aprendi a priorizar o que é importante para mim.”

Andrew concorda: “Deixo meus filhos cinco dias por semana na escola, e janto com eles 4 dias por semana. E é claro que isso significa que eu mando e-mails às 3h45 da manhã, às vezes, mas eu deito às 8h30 da noite, então é isso que eu tenho para trabalhar. É por isso que sempre estamos falando da mistura entre trabalho e vida aqui na Evernote. Não há ‘horas de trabalho’ e ‘horas da família’. Está tudo junto.”

O peso emocional: tudo que você não vê

Fora o esforço físico necessário para fluir bem, tentar encontrar tempo pra tudo pode ser desgastante também. Yi Ma, diretor de análise de dados da Evernote disse:

“Existe uma sensação que às vezes você está falhando dos dois lados. Você não fica até o final da feira de ciências do seu filho porque tem que ir trabalhar, mas acaba se atrasando para sua reunião.”

Assim, entra em cena a culpa. Katie So’oto, assistente executiva e mãe destemida compartilha sobre seus quatro filhos: “não consigo deixar de pensar como se estivesse faltando em alguma coisa com os meus filhos porque sou apaixonada pela minha carreira e quero conquistar mais. Mas, ao mesmo tempo, estou sendo um bom exemplo para eles e isso ajuda um pouco.”

Em um momento vulnerável, uma mãe Evernote compartilhou sua luta com a depressão pós-parto, algo que muitas mães enfrentam. Pode não parecer tão comum pois é um assunto raramente discutido.

Ela disse: “Depois que tive meu último filho, voltei a trabalhar após a licença maternidade, e logo saí novamente, porque sinceramente, me senti horrível. Eu era inútil, cancelando metade de minhas reuniões, chorando no banheiro. E, depois que fui diagnosticada, não sabia o que fazer, porque há todo esse estigma e bagagem sobre depressão, especialmente quando você é mulher. Mas, não se abrir também é um problema. Você não pode simplesmente dizer ‘Oi, vou parar de trabalhar hoje por motivos pessoais.’ Isso também não dá certo…Todos me deram muito apoio. Aí eu saí e fui resolver os problemas. Eles sempre dizem que a volta é difícil, com todos perguntando sobre, mas a minha experiência na Evernote foi totalmente diferente. E não acho que me sentiria confortável em compartilhar minha história se todos não tivessem sido tão legais.”

De pais para pais: trocando dicas especiais

Conciliar o trabalho e a família é um ato de equilíbrio! Veja as dicas de nossa equipe:

1) Traga seus filhos junto

Como pai/mãe, você precisa aproveitar ao máximo suas horas. Katie compartilhou que: “Focamos em usar o nosso tempo no carro. É o local que mais passo tempo e, enquanto levo e busco meus filhos, conversamos sobre os pontos altos do dia, compartilhamos nossas gratidões e nos conectamos como família.” Katie também notou que, quando ela precisa fazer um trabalho em casa, ela dá livros aos filhos para que eles façam companhia . “Acho que isso realmente ajuda, pois eles sentem essa noção profunda de conquista e conexão comigo junto com meu trabalho.”

2) Lembre-se que a perfeição é superestimada.

Quando o assunto é como ser pai/mãe, certamente há várias opiniões e julgamentos junto com elas. Compartilhar dicas de como ser pai/mãe pode desenvolver rapidamente um jogo de comparação, ou até mesmo competição. Não importa se é a pressão para tera casa perfeita, com alimentos livre de agrotóxicos e filhos multilíngue, ou as sobrancelhas levantadas quando você fala sobre a quantidade de TV que seu filho assiste: é fácil sentir que você não está acertando muito nessa história de ser pai/mãe.

Nancy Phan revelou que: “Sempre ouço outros pais falando sobre como seus filhos dormem a noite inteira ou como tudo está totalmente perfeito. Mas sempre tento me lembrar que a maioria só fala das coisas que estão indo muito bem, então tem muita coisa que você não sabe de verdade.”

3) É uma questão de qualidade. Não quantidade.

Sempre há aquela sensação incômoda de que você não está fazendo o suficiente. Katie compartilha: “você se esforça para tentar ticar tudo na lista de tarefas dos pais mas, sendo honesta, seus filhos não se lembram de 75% disso. Eles só vão se lembrar de algumas das milhares de coisas que você fez por eles. Então, realmente é uma questão de qualidade e não quantidade. Focar em fazer algumas coisas bem ou aparecer nos momentos que realmente importam gera um impacto mais forte.”

4) Lidere a partir do exemplo.

Outra coisa que ajuda? Olhar para outros pais que trabalham e ver os seus exemplos. Katie diz: “temos líderes incríveis aqui que realmente nos ajudam a priorizar nossos filhos e famílias. Seja garantindo o calendário para os filhos ou para a escola de manhã, é inspirador e um bom lembrete para focar no que é importante.”

Katie ressaltou um momento especialmente poderoso quando tudo fez sentido para ela: “um líder disse pra mim ‘eu preciso desse tempo pois meus filhos vão se lembrar deste momento. As pessoas com as quais eu estou em reunião, não irão se lembrar”

5) Crie um espaço para se conectar.

Com a intenção de estar por inteiro no trabalho, compartilhar o que você está enfrentando como pai/mãe pode ser de grande ajuda. Se você está com dificuldades em casa, compartilhe estas dificuldades. Katie diz: “Você ficaria surpreso sobre como é possível encontrar outras pessoas para se conectar com relação a isso e o apoio que você consegue. Conheci outra mãe na Evernote que também tem um filho diagnosticado com DDA, e foi reconfortante dividir experiências.”

Aqui na Evernote, criamos um canal #parents no Slack para ajudar a começar estas discussões, construindo um local para compartilharmos tudo, desde controlar o tempo em frente a uma tela, a como aplicativos podem ajudá-lo a equilibrar o trabalho com eventos familiares. É claro que muitos usam o próprio Evernote para permanecerem organizados como pais, armazenando os trabalhos de arte dos seus filhos, salvando formulários de escola, e gerenciando as atividades das férias.

Mantendo tudo em perspectiva

Quando você está exausto como mãe ou pai que trabalha, é bom lembrar que você não está sozinho/a. Conectar-se com outros pais/mães, compartilhar suas histórias com aqueles que não têm filhos e encontrar maneiras de aproveitar ao máximo as horas no seu dia é a chave para criar locais de trabalho que funcionam para as famílias.

Porque, afinal, ser pai/mãe é um emprego para o resto da vida. Como Andrew disse: Só quero dizer que esta reunião e meu trabalho são as coisas mais importantes que farei hoje, mas, na verdade não são!

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