Ana Primavesi: pioneira do solo vivo conversão com a nova geração da FEAGR

Expressão Popular
4 min readOct 25, 2016

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Ana Maria Primavesi participa de manhã de autógrafos com novos lançamentos da Coleção Agroecologia da Editora Expressão Popular.

Entre professores e estudantes da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagr), da Faculdade de Engenharia de Alimentos e da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ana Maria Primavesi lançou, no dia 14 de outubro, dois novos títulos:Manejo ecológico de pragas e doenças — técnicas alternativas para a produção agropecuária e defesa do meio ambiente e Manual do solo- solo sadio, planta sadia, ser humano sadio.

Os livros fazem parte da Série Ana Primavesi, que já conta com outros títulos: A convenção dos ventos: agroecologia em contos, da mesma autora, e a biografia Ana Maria Primavesi — histórias de vida e agroecologia, de Virgínia Mendonça Knabben.

Ana Maria Primavesi, que completou 96 anos em 3 de outubro, foi homenageada pelo diretor da Feagr, Zigomar Menezes de Souza, pelas professoras Maria Ângela Fagnani, Maristela Simões do Carmo, Julieta Tereza Aier de Oliveira, Silvia Valentini, e pelos professores Edson Matsura, Enrique Ortega, Silvio Luiz Honório.

Para a Profa. Dra. Maristela Simões do Carmo, a contribuição da Profa. Ana Maria Primavesi continua atual, tanto na formação dos estudantes quanto na pesquisa científica sobre a recuperação do solo: “Na grade curricular dos cursos não é abordado o estudo do solo vivo. Nas faculdades, os estudantes aprendem que o solo é apenas um suporte para as plantas que receberão adubos químicos e venenos. A contribuição da Profa. Ana Primavesi é mostrar que o solo não é um suporte físico, é um lugar de micro e macrovida, com sua fauna, as bactérias, entre outros seres vivos que irão nutrir o solo”.

A Profa. Maristela lembra-se da corajosa trajetória de Primavesi no campo da agroecologia: “Ela é uma pioneira e se mantém atual. No passado, tinha muitos opositores e, atualmente, conta com muitos adeptos e seguidores, pois com o tempo comprovou, na prática, que sua teoria estava correta”.

Os processos de destruição da vida do solo levaram à desertificação e ao adoecimento das plantas, dos animais e do meio ambiente, em geral. A crise ambiental demonstra a necessidade da retomada da teoria do solo vivo de Primavesi, como explicou a filha da pesquisadora, a psicopedagoga Carin Primavesi Silveira: “A saúde de todos nós depende das emoções, da nutrição e do movimento físico. É preciso que cada um faça a sua parte e que cuide para que o solo seja vivo. Se continuar esse processo de destruiçãop dos solos, a nossa civilização vai morrer. Tudo vai depender do agricultor que cuida do solo, da água, do alimento e do ar. Portanto, solo vivo é saúde, é vida”.

A autora da biografia de Ana Primavesi, Virgínia Mendonça Knabben, explicou que a epopeia da pioneira do solo vivo foi retratada no livro com a analogia do processo vital da natureza, desde o Germinar, com a infância e o amor à vida do solo, os Espinhos, com a difícil formação científica e profissional durante a Segunda Guerra Mundial, a Florada, o casamento com Odo Primavesi e a nova vida na ciência e no solo do Brasil, os Frutos, com o nascimento dos filhos Odo, Carin e Arturzinho, a Rebrota, viúva inicia o renascimento no retorno da vida do campo, as Sementes, com o trabalho de formação do Movimento de Agricultura Alternativa, o Disseminar, com o avanço das experiências agroecológicas e orgânicas, a Luz, com a comprovação da relação entre a saúde da planta e o solo vivo, e as Macieiras em Flor, com continuidade da vida de Ana com filhos e netos, com o avanço da teoria e da prática da agroecologia graças à ciência do solo vivo.

A manhã de autógrafos reuniu as diferentes gerações, amantes da natureza, em compromisso com a vida do solo, da produção agroecológica, por um mundo melhor para todos.

Confira, a seguir, o depoimento de Ana Maria Primavesi para a Editora Expressão Popular:

“Desde de pequenina, eu quase sempre trabalhava com o solo. Meu pai já trabalhava com solo vivo e adorava o solo. Então, o problema é que muita gente acha que o solo não é nada. E o solo é tudo. Toda nossa vida depende do solo. Todos os minerais que nós temos e que nós comemos vem do solo. Então, a gente tem que ver que o solo não pode ser simplesmente descartado, porque se o solo for descartado, nós estamos todos… sem solo não existe vida”.

Sobre os lançamentos e outros livros da Série Ana Primavesi:

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