Henrique Veber — Escrevendo para VIVER

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“Não acho que a poesia sirva para alguma coisa, que ela tenha uma função social. O papel da arte é quebrar coisas e paradigmas, não necessariamente explicar coisas ou construir. A ideia da minha arte é criar um espaço de reflexão, que possibilite sairmos do cotidiano ”.

É assim que o canoense Henrique Martins Veber, de 30 anos, define sua forma de fazer arte: a poesia. Filósofo por formação e poeta por paixão, Henrique Veber, como prefere ser chamado, encontra na escrita uma forma de expressar seus sentimentos e emoções. É formado em Filosofia pelo Centro Universitário Metodista IPA, mas sua verdadeira paixão, segundo ele mesmo, sempre foi a escrita. Com a filosofia aprendeu a refletir e trouxe a reflexão para a poesia, sua forma de expressão desde a adolescência.

Henrique Veber é formado em Filosofia, mas sua paixão é a poesia. Foto: Fabio Andrei.

A necessidade de escrever para se expressar surgiu na adolescência, quando, nesta época, seu sonho era ser compositor e cantor. Quando tinha 15 anos fundou com alguns amigos o grupo Quimera Letárgica, que mesclava música, poesia e teatro.

Seu objetivo inicial era usar a música como forma de expressão e trabalho, mas o tempo foi passando e a afinidade com a poesia foi aumentando, à medida que o interesse pela música em si ia diminuindo. Não demorou muito para que a poesia fosse a protagonista na vida de Henrique: a falta de aptidão musical o fez voltar seus olhos totalmente para a escrita, em forma de composição de letras.

Livro que Henrique Veber produziu na adolescência junto com alguns amigos. Arquivo pessoal

Ainda na adolescência, Veber criou um livreto com uma coletânea de poemas de 4 autores diferentes, incluindo a si mesmo. O canoense conta que os livros eram “xerocados”, e que faziam uma quantidade pequena, vendiam e com o lucro produziam mais. E assim, com 17 anos, começa a sua história com a poesia e o poema.

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“Escrevo para estar vivo”.

É essa a resposta que Henrique dá quando questionado do por que escreve. Complementa afirmando que a escrita é uma extensão da sua vida, é o que o mantém vivo. Ela surgiu inicialmente como uma necessidade de expressar suas angústias. Com o passar do tempo, porém, a necessidade transformou-se em vontade.

Tem plena convicção de que a arte “é mais arte” quando feita por vontade e não mais necessidade.

Confira no vídeo abaixo Henrique Veber declamando uma poesia de sua autoria em um sarau:

Hoje denomina-se artista independente. Já trabalhou com um livro coletivo, o Entreverbo, no qual era editor executivo, e também já teve um livro lançado com outros autores — o A quem interessar possa.

Henrique conduziu e conduz seminários e oficinas de leitura e escrita em diferentes grupos de diferentes idades.

Henrique ministrando a oficina de leitura e escrita em uma escola de ensino fundamental. Arquivo pessoal.

Atualmente o poeta trabalha em um livro novo, com expectativa de lançamento para o fim do ano. Intitulado Kairos — palavra grega que representa o tempo divino, ou o tempo certo; é oposta ao Chronos, o tempo cronológico — o novo livro do canoense traz poesias autorais que expressam algumas experiências de vida. Ele acredita que esse seja o seu tempo de expressar sua poesia, por isso o título Kairos.

O brilho nos olhos é nítido ao falar da poesia como forma de expressão. Viver disso e viver por isso é um prazer para Henrique, que vê na arte da poesia o seu refúgio.

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Fabio Andrei Kuckert Rodrigues
Carretel Arte & Jornalismo

22 anos | Estudante de Jornalismo | Estágiário - Comunicação Interna Sodexo | Tout est Grâce.