Teste: RGB do Super SD System 3 para PC Engine

Fabio Michelin
RGB Inside
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6 min readMay 26, 2018

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Parece um sonho: um aparelho feito para ser ligado ao PC Engine e, de cara, deixar 100% da biblioteca de jogos disponível. Um FPGA que emula o CD-ROM² e seus System Cards, até mesmo o grande Arcade Card. Tudo isso e ainda suporte a saída RGB. Mas será que o sonho do Super SD System 3 realmente vale o preço de 240 euros?

Lançado no mercado recentemente pela Terraonion, o aparelho miraculoso teve um lançamento conturbado, alguns problemas em suas funcionalidades, e um RGB “confuso” deixaram os seus novos clientes preocupados, mas nada que a empresa não se prontificou a resolver, atrasando a entrega dos produtos e até trocando os já entregues, assim seus clientes não iriam sofrer com esses detalhes.

Aparelho muito bem construído
Mais recente revisão da placa, já com o RGB revisado

Testamos a segunda revisão do aparato, já com o RGB consertado, inclusive esta unidade está com o capacitor C60 na placa soldado de maneira correta, e não invertida como alguns aparelhos entregues inicialmente aos clientes. A instalação é bem simples: você pluga o dispositivo atrás do PC Engine(vale salientar que ele é compatível com o PC Engine, CoreGrafx, CoreGrafx II e SuperGrafx, qualquer console em que é possível ligar o CD-ROM², os console já híbridos com o leitor de CD não são compatíveis), ligar a fonte no console e plugar um cabo SCART RGB igual ao usado pelo Genesis 2 (Mega Drive 3 no Brasil), um mini-DIN de 9 pinos. Claro, também temos que preparar um cartão microSD com jogos e os arquivos de BIOS dos System Cards. O aparelho executa as seguintes tarefas:

  • Suporte a jogos de CD no formato ISO ou CUE/BIN. Compatível com toda a biblioteca de jogos em CD, inclusive os que pedem o caro Arcade Card.
  • Não necessita de nenhum System Card plugado ao console.
  • Roda todos os jogos do padrão HuCard ou Turbochips.
  • Saída multi-AV padrão mini-DIN 9. Suporta vídeo composto e RGB com CSYNC.

Mas nós aqui do RGB Inside nos preocupamos e somos doidos pra testar mesmo é o sinal RGB, isso que nos atrai. Então, depois de ligar o cabo SCART aqui em nosso Framemeister, o que achamos do Super SD System 3? Lembrando que isso não é um review completo do aparelho e sim uma análise específica de RGB!

Usamos como comparativo um console CoreGrafx 2 com mod RGB feito pela GamesCare, já com troca de capacitores cerâmicos para remoção de jail bars e com outros mimos. Esse console está ligado a uma Interface Unit com um CD-ROM².

Do outro lado temos um PC Engine ligado ao Super SD System 3. Ambos consoles estão usando cabo SCART RGB feito pela RetroGamingCables com CSYNC.

Ambos ligados ao Framemeister, usando o perfil 5X feito pelo FirebrandX dando saída em 1080p.

Nas fotos a seguir, vemos que mesmo a Terraonion dizendo ter sanado os problemas de RGB, ainda falta um longo caminho a ser seguido. O RGB é bastante poluído e sofre de muita interferência, que até se alastra para o áudio, principalmente quando emulamos o CD-ROM — é possivel ouvir chiados e zumbidos, principalmente quando o jogo está carregando.

Já o nosso PC Engine de estimação, usado como referência, mostrou que tem um RGB muito mais puro. Obrigado ao site Retro RGB e ao mod de capacitores cerâmicos desenvolvido pelo Tim Worthington.

Seguem as fotos. E não se esqueça de clicar para ampliar — esperar alguns segundos para que a foto carregue por completo na máxima qualidade

PCE RGB
Super SD System 3

Nessa foto do 240p Test Suite fica claro a grande quantidade de ruído nas cores sólidas que o Super SD Sytem 3 exibe.

PCE RGB
SD System 3

Agora vamos para os jogos, começando com o carro chefe da plataforma: Bonk 3.

PCE RGB: nas cores sólidas dá pra perceber um padrão, mas isso é gerado pelo próprio Framemeister infelizmente.
Super SD System 3
PCE RGB
Super SD System 3: azul bem sofrível

Outro predileto da galera (na verdade meu e do meu amigo Alex): Dragon Spirit. Mais um exemplo do sofrimento do Super SD System 3 com as cores sólidas.

PCE RGB
Super SD System 3
PCE RGB
Super SD System 3

Agora partindo para os games em CD-ROM, o Super SD System 3 roda muito bem. O áudio é um pouco fora do padrão, mas de boa qualidade. Os problemas de imagem, claro, infelizmente continuam… Aqui, Dynastic Hero.

PCE RGB
Super SD System 3
Zoom para comparar
PCE RGB
Super SD System 3
PCE RGB
Super SD System 3 — RGB bem poluído, principalmente no cinza

Por fim, temos dois vídeos para comparar ambas soluções. É possível notar os ruídos no áudio do Super SD System 3, além do seu RGB inferior (assista em tela inteira em 720p60).

PCE RGB
Super SD System 3

É isso! Fica bem clara a diferença de um RGB feito nos padrões e o RGB do Super SD System 3. Claro, se você for usar somente em uma tela CRT, seja um monitor PVM ou uma TV comum usando os cabos da HD Retrovision (que são compatíveis), você notará menos os defeitos, devido à natureza da TV analógica, mas, se usar em uma TV digital com a ajuda do Framemeister ou OSSC, os defeitos no sinal RGB podem incomodar muito. Existe o argumento de que vale ignorar esses defeitos pela facilidade de poder jogar todos os games de PC Engine / TurboGrafx-16 sem a necessidade de ter um drive de CD ou mesmo os cartões de expansão, mas, na minha opinião, os 240 euros investidos no aparelho deveriam pagar não só todas essas facilidades como também um RGB cristalino!

Agradecendo ao pessoal por mais essa e aproveitando para indicar nosso canal no YouTube, página no Facebook, grupo no Facebook e nossa campanha de financiamento no Padrim — contribua se você curtiu este artigo e gostaria de ver mais conteúdo como este.

E um agradecimento especial ao meu amigo e cliente da GamesCare Thiago Moya, que gentilmente emprestou seu Super SD System 3 para nossos testes.

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Fabio Michelin
RGB Inside

Fanático por games, moder GamesCare, redator, perseguidor da crocância!