Apelo à Revolução!
Já não há muito que possa ser feito para salvar Portugal a não ser recorrer à violência. Os ditos conservadores somente conservam, não governam. Para já ainda são contra a eutanásia; daqui a uns anos já são a favor e assim sucessivamente até à queda definitiva — Graças a Deus! — do demoliberalismo. Aqueles que acreditam que o populismo radical de direita vai resolver o problema são iludidos. Até poderão mudar alguma coisa (pouca!), mas não farão a verdadeira Revolução que é necessária para transformar Portugal novamente numa grande nação. Enquanto houver ganga na rua, não há esperança.
Portugal é um ótimo país para um regime autoritário. O povo português, de forma geral, é conformado. A adesão em massa à vacinação é mais uma evidência disso. Não que o «Zé Povinho» concorde com a vacina, mas como necessita de certificado, então está garantida.
Somos o país da Europa com a maior taxa de divórcio de 2012 a 2017. Atualmente (2020) estamos novamente em primeiro, com um novo recorde (91,5%), ainda que a pandemia não tenha ajudado. Isto, num país alegadamente católico, em que 79,5% (2011) se diz como tal e em que Fátima é um fenómeno universal.
Possuímos a terceira maior dívida pública da Europa (atrás de Grécia e Itália), três intervenções externas desde 1974, e uma economia que vem sendo ultrapassada por países que fizeram parte da União Soviética (Eslovénia, Estónia, Lituânia etc.) e que apenas aderiram ao Euro em 2004.
Num país com apenas 10 milhões de habitantes, 92 256 km², 18 distritos, e duas Regiões Autónomas, tantos políticos (230 somente na Assembleia da República) são desnecessários para bem servir o país. Cada deputado em S. Bento ganha mais de 3 mil euros mensais, fora abonos. Se reduzíssemos o número de cargos políticos e outros luxos de inspiração norte-americana (o combate ao racismo e afins) teríamos muito mais para investir no que realmente importa: o desenvolvimento do país (Saúde, Educação e Segurança).
Ainda que sejamos um dos países mais seguros do mundo e um dos países com menos imigrantes da Europa (6,4%, 2021), somos também um dos países mais dependentes da União Europeia — na economia — e da NATO — na segurança. Uma Revolução certamente abalará estas duas alianças, sobretudo a primeira, mas não há nada que não se possa negociar, a não ser a independência e soberania de Portugal que tanto custou a conquistar.
O que proponho é a instauração de uma Monarquia de caráter não hereditário, em que o poder é concentrado no rei — ou seja, eu. Não considero que a Casa de Bragança tenha direito ao trono, pois desde a sua derrota em 1910, nada fez para o merecer. A tradição certamente tem a sua importância, mas um Rei tem que merecer sê-lo. Se o Duque de Bragança ou outro candidato ao trono estiver disposto a participar e liderar com sucesso uma Restauração, tudo bem. Caso contrário, perderá a sua dinastia para a Revolução.
Todos os notáveis revolucionários serão devidamente condecorados com os títulos tradicionais monárquicos: duque, marquês, conde etc. Serão eles os governadores e defensores dos respetivos territórios: ducado, marquesado, condado etc. Os apoiantes da Revolução terão a felicidade de terem participado de algo absolutamente único na História de Portugal e na História da Humanidade: a derrota definitiva do demoliberalismo. Portugal «estendeu o Império Romano ao mundo» (na expressão de Agostinho da Silva), está na altura de Restaurar a decência ao mundo. A ganga não prevalecerá!
Todos os principais problemas da pátria serão resolvidos, pelo menos enquanto eu for rei. O meu sucessor será por mim nomeado baseado nas suas competências. Poderá ser um filho ou uma filha, ou outro familiar, caso isso se justifique. Uma Dinastia baseada no mérito, e não no sangue ou no voto popular é necessária. A autonomia das regiões é essencial, mas todas as principais decisões nacionais têm que ser aprovadas pelo Rei. Não será permitida qualquer oposição política liberal. Será exemplarmente punida.
O Reino privilegia a Religião Católica como religião fundadora e dominante do Reino de Portugal. Contudo, não toleraremos os excessos clericais que estão na origem do liberalismo. «[…] a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus» (Mt 22, 21). Não ignoramos a crise de fé contemporânea, mas esse é um problema que cabe à Igreja, e não ao Rei, resolver. Uma mudança drástica de poder certamente ajudará a fé católica, mas dificilmente resolverá, tendo em conta o secularismo dominante.
Todos os estrangeiros ou portugueses de origem estrangeira que promoverem o caos social serão imediatamente repatriados. As religiões e grupos minoritários serão tolerados, desde que não sejam causa de desordem social, política e/ou cultural. A raça “branca” é e deverá continuar a ser a raça dominante na Europa e em Portugal.
A indústria será severamente prejudicada com a mudança de regime, pois entendemos que grande parte do que se produz tem um propósito meramente consumista e não estritamente necessário à nação. Defendemos um país autossuficiente, autárquico, que seja capaz de produzir todos os bens necessários à sua sobrevivência, mais especificamente nos setores de agricultura e pecuária. Beneficiaremos sempre o comércio tradicional, entendido como o comércio cujo valor cultural transcende o mero lucro.
As relações com os países aliados e estrangeiros serão reavaliadas sempre na medida em que isso não afete a soberania portuguesa. As relações com EUA e Reino Unido serão cruciais e as mais difíceis de negociar. Quanto ao vizinho Reino de Espanha, creio que a mudança de regime será vista com bons olhos, ainda que temida devido ao seu caráter revolucionário antiliberal. Não ignoramos todos esses perigos, mais especificamente a possível anexação dos Açores pelos EUA, mas estamos dispostos a enfrentá-los em nome de um país melhor.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverá manter-se, assim como todas as alianças políticas que não prejudiquem a independência de Portugal. Não tememos a hegemonia liberal internacional, até porque o demoliberalismo está em crise. Entendemos que vivemos uma oportunidade única de voltar a colocar Portugal no mundo. Fomos o primeiro país da Europa a conquistar um Império Ultramarino (o 3.º maior da História) e o último a dissolvê-lo, mais por pressão internacional liberal do que por verdadeira necessidade. Não obstante, muitos conservadores americanos têm uma admiração pelo regime nacionalista Estado Novo, que apesar de todos os seus defeitos, levamos em consideração. Contudo, não somos saudosistas! Somos Revolucionários!
Revolucionários no sentido de que vamos na contramão da História, na interpretação liberal iluminista pós-Revolução Francesa e, no nosso caso, pós-Revolução Liberal, mais especificamente pós-Implantação da República. Somos revolucionários antiliberais.
Todas as principais “conquistas” do pós-25 de abril serão imediatamente revogadas, principalmente aquelas que atentam contra a moral pública (aborto “porque sim” e afins). Os topónimos, mais especificamente a ponte 25 de abril, serão renomeados. Contudo, não esquecemos os liberais. A estátua equestre de D. Pedro IV — traidor da Pátria! — na Praça da Liberdade no Porto será removida, assim como a de Almeida Garrett, cuja excelência literária não pomos em causa. A primeira será substituída por uma estátua do novo Rei e a segunda será colocada num lugar menos nobre (atualmente está em frente à Câmara Municipal do Porto, uma belíssima obra da Primeira República). A Bandeira e o Hino Nacional também serão mudados.
Reconhecemos que as almas mais ou menos liberais (o que inclui qualquer filosofia política de inspiração revolucionária francesa) considerarão este projeto político absurdo; quimérico; fantasioso; contrarrevolucionário. Contudo, nós estamos além do bem e do mal. A nossa filosofia política baseia-se na violência; na crueldade. Defendemos uma estrutura social tradicional em que os líderes da nação são os primeiros a liderarem a sua defesa. Não reconhecemos o direito de sermos governados por covardes, ainda para mais incompetentes, gananciosos e vis.
O povo português terá uma vida modesta, mas minimamente confortável. Não ignoramos 233 anos de conquistas liberais, ainda que Portugal tenha quase 900 anos de História, a Reconquista da Península Ibérica tenha quase 800 e a Igreja Católica tenha quase 2 mil (a partir da entrega das chaves a Pedro).
Quanto ao ambiente, certamente Portugal será um dos países mais limpos e belos do mundo. Somos um país bastante homogéneo e harmonioso. Temos tudo para sermos, mais uma vez, a luz do mundo. Quarenta e oito anos de governos democráticos não matam, mas tornam mais fortes. Repito: não idealizamos o passado, mas respeitamos e promovemos as suas conquistas e belezas. O regime atual deu-nos a Ponte Vasco da Gama (1998), a segunda maior da Europa, mas o Medievo deu-nos o imponente Mosteiro da Batalha (1386) e a Modernidade o belíssimo Mosteiro dos Jerónimos (1502), além do suntuoso Palácio Nacional de Mafra (1717) no século XVIII, o século do Absolutismo e do Ouro do Brasil.
D. Afonso Henriques é o legítimo fundador do Reino de Portugal. A ele devemos grande parte das conquistas do belíssimo território português. O Infante D. Henrique liderou as expedições marítimas portuguesas. Albuquerque legitimou-as pela espada. A Igreja Católica educou e difundiu a fé no mundo, gostem ou não. Em quase tudo, ainda somos um país católico. O liberalismo pode rejeitar toda uma cultura, mas não coloca nada no lugar. Até hoje, não surgiu um verdadeiro substituto secular da religião tradicional portuguesa que não fosse vergonhoso. Somente o facto de grande parte dos seculares não desejarem reproduzir-se, mesmo tendo todas as condições para tal, é uma refutação, por si só, do liberalismo, mais precisamente da sua versão democrática de inspiração anglo-saxónica, mais especificamente norte-americana. Não nos ajoelhamos perante o Império Ianque. Somos portugueses. Temos a nossa História. Temos as nossas Tradições e temos imenso orgulho nisso. Portugal, fora preconceitos liberais, e apesar de quem nos governa, é um dos países europeus com melhor qualidade de vida. Não somos grandiosos — por enquanto! — , mas somos um país em que vale a pena viver. Os brasileiros são os primeiros a aprovarem o que digo. Caso contrário, porque abandonariam o maior país do hemisfério Sul, o 5.º maior do mundo, e o detentor do 10.º maior PIB do mundo (2022)?
Temos toda uma costa marítima, a terceira maior Zona Económica Exclusiva da UE, por explorar. Um interior do país desertificado, e envelhecido. Uma economia completamente dependente de ajuda externa. Umas Forças Armadas abandonadas. Umas Forças de Segurança desautorizadas. Uma Justiça podre. Uma Educação caótica. Uma Saúde ineficaz. Um povo que clama, no fundo, por mudança.
Caros portugueses, compatriotas, guerreiros, revolucionários, sábios, chegou o momento de mudar. Quarenta e oito anos depois da revolução dos cravos, os resultados são muito fracos, tal como seria de esperar. Somente a revolução, a meu ver, é a solução. Apelo a todos aqueles que desejam uma mudança para melhor, e que estejam dispostos a lutar, que se juntem a mim, um Rei verdadeiramente Virtuoso que será capaz de nos governar. Nada temos a temer, pois a Beleza, a Verdade e a Glória estão do nosso lado. Por um país melhor, por uma vida melhor, por uma política melhor. A aristocracia é a solução.
É a hora!