O Brasil invisível

Feh Ramon
O Centro
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2 min readNov 16, 2017
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Se você chegou até aqui e está lendo esse texto, você está processando letra por letra, até elas formarem uma palavra. Depois, juntou palavra a palavra e formou uma frase. E então, extraiu um sentido dela.

Isso para nós é tão automático e corriqueiro que nem pensamos em como o fazemos.

Mas, para 12,9 milhões de brasileiros analfabetos (8% na faixa dos 15 anos de idade ou mais), isso não existe.

O analfabetismo é um problema que o país ainda não resolveu.

São milhões (!) de pessoas que não sabem sequer escrever um bilhete, ler um destino de ônibus, ou qualquer tipo de informação necessária no dia a dia. Entre os menos favorecidos, os índices são mais alarmantes: O Nordeste é a região que concentra o maior número de analfabetos, com 16,1% da parcela.

Sem alfabetização não se tem acesso a uma educação formal. E sem educação, surgem graves consequências na qualidade de vida de uma pessoa, ao decorrer dela.

A não alfabetização tem impactos na saúde, no planejamento familiar e nos ganhos financeiros. E esses impactos me fazem pensar na invisibilidade dessas pessoas perante a sociedade.

São pessoas que não conseguiram bons empregos e que não terão acesso a informações básicas e necessárias para uma boa qualidade de vida.

São pessoas que muitas vezes nem estão registradas nas estatísticas, porque nem registro ou documento tem.

Em um país que se importa e fala tanto em ENEM, o que estamos fazendo de fato para erradicar o analfabetismo? O que estamos avançando na educação arcaica que temos? Educação que faz muitos (na maioria os menos favorecidos) não se acharem capazes de conseguir aprender dentro dos padrões estabelecidos, e consequentemente, abandonarem a escola.

É preciso mudar e repensar todo o sistema.

Afinal, como poderemos questionar a falta de crescimento econômico de um país que pouco se importa com a política educacional?

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Feh Ramon
O Centro

Escritora amadora. Amante de shows. Contadora.