Se você chegou até aqui e está lendo esse texto, você está processando letra por letra, até elas formarem uma palavra. Depois, juntou palavra a palavra e formou uma frase. E então, extraiu um sentido dela.
Isso para nós é tão automático e corriqueiro que nem pensamos em como o fazemos.
Mas, para 12,9 milhões de brasileiros analfabetos (8% na faixa dos 15 anos de idade ou mais), isso não existe.
O analfabetismo é um problema que o país ainda não resolveu.
São milhões (!) de pessoas que não sabem sequer escrever um bilhete, ler um destino de ônibus, ou qualquer tipo de informação necessária no dia a dia. Entre os menos favorecidos, os índices são mais alarmantes: O Nordeste é a região que concentra o maior número de analfabetos, com 16,1% da parcela.
Sem alfabetização não se tem acesso a uma educação formal. E sem educação, surgem graves consequências na qualidade de vida de uma pessoa, ao decorrer dela.
A não alfabetização tem impactos na saúde, no planejamento familiar e nos ganhos financeiros. E esses impactos me fazem pensar na invisibilidade dessas pessoas perante a sociedade.
São pessoas que não conseguiram bons empregos e que não terão acesso a informações básicas e necessárias para uma boa qualidade de vida.
São pessoas que muitas vezes nem estão registradas nas estatísticas, porque nem registro ou documento tem.
Em um país que se importa e fala tanto em ENEM, o que estamos fazendo de fato para erradicar o analfabetismo? O que estamos avançando na educação arcaica que temos? Educação que faz muitos (na maioria os menos favorecidos) não se acharem capazes de conseguir aprender dentro dos padrões estabelecidos, e consequentemente, abandonarem a escola.
É preciso mudar e repensar todo o sistema.
Afinal, como poderemos questionar a falta de crescimento econômico de um país que pouco se importa com a política educacional?