Recife, e seus 5 anos de gastos (jan/2011–dez/2015) #1

Felipe Bormann
4 min readJan 20, 2016

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Recife é uma cidade enorme e todos nós sabemos disto, segundo o último censo do IBGE a cidade possuia uma estimativa de 1.617.183 pessoas[1] em sua população no ano 2015.

Mas a prefeitura tem participado de uma nova tendência muito interessante: Open Data. A prefeitura do recife fornece os dados públicos de todas as suas secretarias no site http://dados.recife.pe.gov.br , meu intuito aqui não é auditar os gastos ou apontar irregularidades em suas contas, até porque não tenho autoridade (conhecimento) para tal.

Os dados da minha pesquisa são especificamente os dados das despesas da prefeitura, que estão livremente disponíveis no seguinte link: http://dados.recife.pe.gov.br/dataset/despesas-orcamentarias

Mas estes dados são fantásticos pois podem trazer muitos insights reais sobre como nossa cidade funciona e quais suas despesas mais caras ou os meses que há mais movimento na prefeitura para os pagamentos. Alguns padrões que encontrei foram relativamente interessantes e algumas mudanças principalmente.

Quando pagam?!

Essa foi uma pergunta que me surgiu ao ver as contas das prefeituras do recife e elas seguem, sim, um padrão porém diferente do que eu esperava. Segue abaixo a quantidades de contas pagas por mês em cada ano:

Então eu fui prestar atenção nas diferenças presentes em cada ano…Segue a lista:

  • Por exemplo, enquanto em 2013 a prefeitura pagou poucas contas em fevereiro, no mesmo mês em 2014 este mês foi um dos maiores pagantes!. [food for thought #1].
  • Porque será que Dezembro sempre esteve entre os top 3 pagantes? Que tipos de contas são pagas neste mês? [food for thought #2].
  • E janeiro…minha hipótese deve ser porque é um mês de férias em nosso país, por isso a produtividade seja tão baixa, contudo, não me arrisco à afirmar. [food for thought #3].

Todas estas perguntas eu pretendo responder no post seguinte e ainda “engordar” mais a discussão com novas perguntas.

E quem paga mais vezes?!

E para esta resenha, existem mais algumas complicações, por exemplo, a secretaria de educação da prefeitura não existia com este nome até 2012 onde era chamada de “secretaria de educação, esporte e lazer”, isto modifica um pouco a forma como os dados foram processados.

Fiquei em dúvida se deveria modificar o nome das secretarias nos registros(desta forma criando uma uniformidade na análise, já que as responsabilidades são quase as mesmas) ou se as mantinha separadas, resolvi manter a segunda forma pois assim eu posso adicionar uma nova camada à análise dos dados abaixo, segue os gráficos acerta dos departamentos que contribuiram acima de 5% para a quantidade de contas:

Quantidade de contas pagas por órgão — 2011
Quantidade de contas pagas por órgão — 2012
Quantidade de contas pagas por órgão — 2013
Quantidade de contas pagas por órgão — 2014
Quantidade de contas pagas por órgão — 2015

Legal perceber como em 2015, no ano da crise, a secretaria de educação teve sua porcentagem (não nos valores totais!) em quantidades de contas em torno de 8,4% comparado à 2014, enquanto a secretaria de cultura foi elevada à maior pagante daquele ano.

  • Esses gráficos se tornam mega interessantes pois denotam as prioridades de cada período de gestão, por exemplo, que custos levaram a secretaria de “Infraestrutura de infraestrutura e serviços urbanos” possuir tantas contas em 2013 e 2015? [food for thought #4]
  • Mas é importante louvar de que tanto a secretaria de educação quanto a de saúde parecem ter recebido uma dedicação elevada em todos os anos presentes nesta pesquisa.

Esse texto foi mais com uma forma de iniciar uma campanha para os cidadãos de nossas cidades abraçarem iniciativas como essas e se questionarem e questionarem todos os envolvidos na gestão dos recursos de nossas cidades. Espero que quem possuir mais conhecimento sobre o assunto ou até trabalhe na prefeitura possa participar desta discussão e analisar os dados mais à fundo.

[ESPEREM POR NOVOS POSTS!]

Referências

[1] http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=261160&search=||infogr%E1ficos:-informa%E7%F5es-completas

[2] Segue este bom post sobre como open data pode ser benéfico (e para “quem pode” ser): https://gurstein.wordpress.com/2010/09/02/open-data-empowering-the-empowered-or-effective-data-use-for-everyone/

[3] https://www.koshland-science-museum.org/events/empowering-people-big-data-0 Segue um bom uso de big data para todos, existem startups que já estão utilizando tal conceito como o MapMe, que nada mais é uma aplicação em cima de tais dados do Google Earth, por exemplo.

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