Jornalismo, bola e paixão: a credibilidade de jornalistas esportivos e suas relações com os clubes do coração

Filipe Guedes
3 min readJun 13, 2023

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Em um país no qual o futebol se apresenta como um dos elementos culturais mais característicos, o sonho de trabalhar na modalidade mexe com a cabeça e o coração de milhares de pessoas diariamente. No campo, entretanto, não há espaço para todos e muitos acabam “escoando” para as laterais do gramado.

Enquanto alguns se posicionam como técnicos, médicos ou demais cargos de comissões técnicas, outros empunham os microfones para transmitir aos espectadores informações sobre o que acontece dentro e fora das quatro linhas no entorno do que deveria ser, mas nem sempre é, um espetáculo.

Se o ditado popular “trabalhe com o que ama e nunca mais amarás nada” é essencialmente pessimista, o provérbio que diz o contrário também está mergulhado em otimismo. Toda ocupação carece de racionalidade no dia a dia e só a paixão envolvida nas atividades dificilmente basta. Nesse cenário, o caso dos jornalistas envolvidos com o futebol parece servir de exemplo perfeito.

Ocupar um cargo na imprensa esportiva brasileira torna desafiadora a relação dos profissionais com seus clubes do coração e divide os componentes da área a respeito do tema: alguns optam por publicizar seus afetos, outros buscam esconder — ao menos durante certo período da carreira — sob o temor de que uma informação dessa natureza comprometa a credibilidade do seu trabalho, além de outras possíveis implicações.

É exatamente este último aspecto sobre o qual se debruça a reportagem, que conversou com três jornalistas dos canais ESPN e Star+: Breiller Pires, Duda Gonçalves e Mário Marra.

Todos mineiros — ainda que “no papel”, Marra tenha nascido em São Paulo (SP) — eles ocupam funções diferentes na emissora e trazem pontos de vista diversos para enriquecer a discussão sobre a interação entre a credibilidade e a paixão clubística no dia a dia do comunicador no contexto do futebol.

Adotados como estruturas fundamentais na execução da matéria, os perfis revelam trajetórias completamente diferentes, seja em termos de formação pessoal ou profissional, entre as três personalidades. Confira, clicando nas imagens abaixo, os relatos de cada um dos entrevistados e, como artigo final, uma autoanálise do resultado da proposta e as reflexões que dele se desdobraram.

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