NN/g UX Conference in Vancouver — Dia 3

Flavia Kawazoe Cabral
4 min readAug 28, 2018

--

Bruce "Tog"Tognazzini

Segundo dia de curso com a lenda, Bruce "Tog" Tognazzini. Para quem não conhece, ele é essa pessoa incrível, que apenas criou, além de outras coisas, o método de preencher password que todo mundo usa (e eu sempre achei que fosse assim).

The Rolling Blackout Password entry system

Bom, o fato é que o cara é assim, fantástico. O workshop dele é cheio de histórias e piadas interessantes sobre a vida dele como engenheiro e designer, a relação dele com a criação e a Apple e com Jakob Nielsen e Don Norman. É algo como ouvir alguém muito famoso numa mesa de bar contando sobre a sua vida mega interessante, com "plus" dele estar, além disso, passando dicas e conceitos de psicologia e interação entre homem e máquina.

O problema é que o conteúdo é gigante, mesmo, e você meio que se perde se piscar, bocejar ou ler qualquer palavra no meio de curso. E se, você não está com atenção entre 95%-100%, você perde muito, porque o inglês e a dicção dele são bastante complicadas. Tirando isso, tudo maravilhoso. Vamos aos principais pontos de hoje…

Teste suas soluções com os representantes mais velhos dos seus usuários
Se a sua solução for para pessoas de 30–50 anos, garanta que você fará testes com pessoas próximas aos 50. Não porque elas pensam diferente (pode até ser o caso), mas porque essas pessoas tem limitações motoras que devem ser levadas em consideração. Aliás, é papel nosso, como designers, garantir que a solução seja acessível, é nossa responsabilidade, seja testando ou fazendo personas que representam esse grupo ou de fato contratando alguém especialista em acessibilidade.

FITTS'S LAW: a lei da proximidade e alvo
Estude a Lei de Fitts (aqui nesse link), que determina a relação entre tamanho do alvo x distância x acertividade humana em acertar o alvo. E, nas palavras de Tog, Fitts descobriu que "pessoas acertam o alvo sem errar se as pessoas se encontram em cima do alvo ou se ele aumenta conforme a distância". O que, em design de interação, significa que links longos e botões grandes são mais fáceis de serem clicados dos que os pequenos, flat e discretos. Parece óbvio, né? E é, só que muitas vezes nós, designers, esquecemos disso e favorecemos algum tipo de moda. Não que isso não seja importante para a aceitação de uma interface, mas cabe a nós decidir quanto da experiência vamos matar em favor da beleza.

Faça um teste de arquétipos de Jung, o MTBI
Além de estudar os arquétipos e suas combinações (introvertido x extovertido, sensoriais x intutivos, racionaistas x sentimentais, perceptivos x julgadores), faça você, como designer, um teste desse. Assim, você tem uma idéia de onde você está em relação aos seus usuários e pode entender como seu modelo mental é totalmente diferente deles. Por exemplo: você pode ser uma pessoa introvertida, fazendo um aplicativo de balada para pessoas extrovertidas. Nesse caso, se você sabe que você é o oposto do seu usuário, você consegue desenvolver soluções que se encaixam melhor no mundo dele.

Co-criação e brainstorm
Apesar de alguns designer odiarem, sessões de brainstorm são essenciais para o projeto, segundo Bruce Tog. Ele afirma que todos os envolvidos no projeto devem participar da primeira fase para que haja o maior número de ideias possíveis (isso inclui escritores, designers visuais, desenvolvedores, usuários, profissionais de marketing, etc. e exclui gerência e CEOs). E as regras são claras: não julgue ideias, não fale que não dá para fazer e essas coisas… Toda ideia é uma ideia que pode gerar outras ideias, por mais absurda que seja.

Amanhã é o último dia do workshop com o Bruce Tog. Vamos ver o que o dia de amanhã nos reserva. Espero que vocês estejam aproveitando esses textos. Estou fazendo-os como uma maneira de passar um pouco do que estou aprendendo e vivendo aqui, mas também para recapitular tudo o que estou aprendendo e ler mais tarde.

Dúvidas? Deixa uma mensagem para mim que eu respondo com pelo menos um: eu não sei!

Flavia Kawazoe Cabral é jornalista, feminista, mãe de um lindo menino, esposa do Du Cabral, cofundadora do Empatia Criativa e UX Designer na IBM.

--

--