Relações líquidas e as novas tecnologias de comunicação

Novas tecnologias de comunicação: as redes sociais aproximam ou afastam as pessoas?

Flávia Prass
3 min readJul 11, 2016

Este texto tem como principal finalidade contribuir para os estudos relacionados às relações líquidas na atualidade e ao uso de novas tecnologias de comunicação, sendo estes aspectos analisados sobre o modo como as relações, tanto virtuais quanto presenciais, se estabelecem a partir do uso das ferramentas de comunicação.

A partir dos estudos levantados podemos perceber que, com o surgimento da internet e das novas tecnologias de comunicação, os relacionamentos têm se pautado principalmente por intermediação de ferramentas virtuais de socialização, pelas quais são formadas comunidades, grupos e outros espaços de relacionamento em rede, com interesses e objetivos em comum. Este aspecto deu-se por uma transformação das interações entre os indivíduos, que passaram na sua integralidade a serem realizadas de forma virtual, facilitando, assim, a troca de informações de forma rápida e instantânea. Por este motivo, essas ferramentas são utilizadas para comunicar-se, seja com amigos e conhecidos, mantendo-se, assim, o vínculo entre os mesmos, estando estes longe ou perto, e também para estabelecer relacionamentos de trabalho.

Por outro lado, as interações mediadas, transformaram o modelo das relações, que de uma dimensão real passou para uma dimensão virtual, adquirindo aspecto midiático, ou seja, mediado pelas tecnologias de comunicação, onde se colocou em jogo a afetividade entre os indivíduos. Entretanto, pela facilidade de interação, o uso dessas ferramentas deve ser feita com certa medida, para não se tornar prejudicial nas relações. Mesmo com essa questão, a internet veio facilitar a comunicação na sociedade, que depende dela e através dela se desenvolveu, formando e se transformando em diferentes culturas com variadas formas de expressão dos indivíduos que as compõem.

Em um contexto amplo, através da internet a sociedade passou a viver em um ciberespaço, caracterizado pela conexão em rede, que pelas trocas informacionais geradas, pelos grupos de indivíduos, em comunidades, constituem-se em uma cibercultura. Em outras palavras, vimos que a sociedade vive de forma virtual, uma forma além do espaço-tempo da realidade, e nesse sentido, com o uso das tecnologias de comunicação, são criados novos espaços ou novos ambientes sociais onde as interações e os relacionamentos entre os indivíduos acontecem. Esses novos espaços e ambientes suscitam o termo sociabilidade, que Zigmunt Bauman especifica como determinante para caracterizar a modernidade líquida, época atual em que vivemos. Esse termo, que o autor define como uma emergência da sociedade, é determina pela momentaneidade e instantaneidade das interações entre os indivíduos e que devido às características dos relacionamentos, pautados pela virtualidade, facilitam também a prática tanto de conexão entre os indivíduos como de desconexão entre os mesmos, caracterizando assim a superficialidade das relações.

Relações Líquidas

Desta forma, trazemos o pensamento de Martins (2008, p.105), quanto à sua perspetiva sobre o futuro da tecnologia, em que o mesmo pontua que esta não deve ser responsável pelos atos dos homens.

Ela não é a encarnação do bem, tampouco a do mal. A tecnologia que permite a comunicação para o mundo inteiro em tempo real será o que se fizer dela. Se quisermos que seja banal e feita para o entretenimento, ela será. Como se quisermos que ela seja dinâmica, informativa e educativa ela será. Os carros podem revelar caminhos e paisagens como podem causar acidentes. Nem por isso os carros devem ser julgados como objetos bons ou maus. (MARTINS, 2008, p.105)

Em suma, concluímos que, com o advento da internet, as redes sociais se popularizaram, tornando-se um eficiente meio de comunicação, porém devido a especificidades da sua utilização, vale ressaltar que estas devem ser usadas de forma consciente, pois ela pode tanto nos aproximar de pessoas distantes como nos distanciar de pessoas próximas, desta forma é uma questão de saber dosar a sua utilização, não esquecendo que se trata de um “mundo virtual” e que existem muitas outras possibilidades reais fora da telinha do computador, por exemplo.

Referência:

MARTINS, Francisco Menezes. Impressões digitais: cibercultura, comunicação e pensamento contemporâneo. Porto Alegre: Sulina, 2008. 110 p. (Cibercultura) ISBN 9788520504949

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