lágrimas de sodalita

(in)quietudes
1 min readSep 10, 2024

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Estive correndo por mais tempo do que consigo me lembrar,

A terra ameaça me engolir, a minha própria terra.

Olhar para o abismo não foi uma boa ideia, no entanto é tarde demais.

Tentei me esconder, contudo é impossível, está em todo lugar.

Quero arrancar tudo de dentro de mim, desfazer toda a costura,

Tirar os dentes um por um e plantar como sementes.

Que tudo fique em pedaços, porcelana com detalhes de oleandros,

E outras coisas irrelevantes, adornos frágeis e complacentes.

Eu desisto, assim que paro em frente ao lago, me deixo afogar…

Afundo, afundo, chegarei a outro mundo.

Meus olhos opacos de luas mortas, renascerão,

Sobreviverão, talvez não as minhas entranhas.

Fundo, fundo, agora é para sempre.

Flutuando subitamente, encontro a estrela

Fatal, pontiaguda e exasperante.

Sodalita intrometida, meu âmago e voz.

Meu coração se desprende e voa livre, pássaro solitário.

(Ele voltará, não suporta viver longe do musgo e

Do entulho brilhante, pobre criatura).

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Written by (in)quietudes

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

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