nevoeiro da perspicácia

(in)quietudes
1 min readSep 14, 2024

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Minha melancolia é o cordão do meu espartilho,

Junta todos os órgãos com um laço delicado no final.

Empertigada e atenta, o único jeito possível de se mostrar ao mundo.

Orquídeas brancas, recém limpas e bem cuidadas.

Meus dedos percorrem tudo o que existe na minha mente,

No doce vazio silêncio mental.

O rio flui incessantemente para onde eu não consigo mais ver. Por meses vejo apenas sangue. Estou rachando aos poucos, é perceptível e abominável. Respiração sobe e desce. Quero me atirar à terra macia e culposa, fétida mas convidativa. Excessivamente condescendente, morfética. Estou de pé esperando um sinal, uma visão.

Mariposa branca, graciosa e permanentemente aflita,

Para onde voas quando há tormento?

Não lave suas mãos! De novo não! Seja corpórea.

Deixe sangrar, revire-se de dentro para fora.

Silente é o grito de agonia de um pequeno vulto sem cor;

Tremendo espasmo de alegria do não-respirar.

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Written by (in)quietudes

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

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