nevoeiro da perspicácia
Minha melancolia é o cordão do meu espartilho,
Junta todos os órgãos com um laço delicado no final.
Empertigada e atenta, o único jeito possível de se mostrar ao mundo.
Orquídeas brancas, recém limpas e bem cuidadas.
Meus dedos percorrem tudo o que existe na minha mente,
No doce vazio silêncio mental.
O rio flui incessantemente para onde eu não consigo mais ver. Por meses vejo apenas sangue. Estou rachando aos poucos, é perceptível e abominável. Respiração sobe e desce. Quero me atirar à terra macia e culposa, fétida mas convidativa. Excessivamente condescendente, morfética. Estou de pé esperando um sinal, uma visão.
Mariposa branca, graciosa e permanentemente aflita,
Para onde voas quando há tormento?
Não lave suas mãos! De novo não! Seja corpórea.
Deixe sangrar, revire-se de dentro para fora.
Silente é o grito de agonia de um pequeno vulto sem cor;
Tremendo espasmo de alegria do não-respirar.