fredalecrim
3 min readFeb 4, 2016

Recentemente visitei a Zappos, em Las Vegas. Esta renomada empresa do mundo online manda muito bem em atendimento! Sua reputação é maravilhosa quando o assunto é entregar uma experiência incrível para seus Clientes.

Há pouco tempo a Zappos “instalou” uma nova filosofia de gestão chamada Holocracia. O modelo é explicado em detalhes no livro Holacracy: O novo sistema de gestão para um mundo em constantes mudanças.

Eu lí o livro e achei muito interessante as ideias e conceitos dessa filosofia de gestão. Mas, até para a dinâmica e moderna Zappos está sendo difícil fazer essa mudança.

Desde de abril, quando a Holocracia começou a ser o modelo de gestão na Zappos, 210 funcionários pediram para sair por não se adaptarem a nova filosofia.

A Holocracia foi criada por um ex-executivo do mercado de Softwares. A Filosofia tem como base um documento chamado de “constituição”. A “constituição” possui 30 páginas que explicam como funciona a empresa com a nova filosofia. Exercer uma função, por exemplo, passa a ser “energizar um papel” e problemas no trabalho são “tensões”.

Em entrevista para o The Wall Street Journal, Toni Hsieh, fundador da empresa disse que a holocracia exige “tempo e muita tentativa e erro”. Ele ainda disse que o sistema dá poder aos funcionários “para agir mais como empreededores” e fomenta um “fluxo de ideias” mais rápido, colaboração e inovação. Esses fatores podem ajudar a Zappos a vender mais sapatos e roupas, apesar de ele não querer comentar sobre o impacto financeiro até agora. Hsieh disse que a holocracia é apenas uma das ferramentas de autogestão usadas na Zappos.

A holocracia é um dos movimentos que muitas empresas estão fazendo na direção de eliminar hierarquias, diminuir gargalos e aumentar a produtividade. Na Zappos, por exemplo, o movimento começou em 2013, quando Toni Hsieh fez um projeto piloto da holocracia em apenas um departamento da empresa. Depois desse teste, ele decidiu que a Zappos iria tentar eliminar os chefes e colocar os funcionários no poder.

A matéria do The Wall Street Journal além de falar com Hsieh, também explica como funciona a filosofia de gestão:

A filosofia de gestão substitui as equipes de trabalho por círculos. Funcionários se unem a círculos baseados no tipo de trabalho que querem fazer. Cada círculo tem um “link líder” semelhante a um gerente de projeto com autoridade limitada.

Os membros dos círculos definem seu papel e responsabilidades numa série de “reuniões de governança” e monitoram o progresso em reuniões “táticas”. Até agora, os empregados da Zappos já formaram mais de 300 círculos nas áreas como serviço a clientes e redes sociais.

Na holocracia, os empregados estabelecem suas próprias prioridades e discutem os problemas com o resto do círculo. As reuniões terminam com a oportunidade para que digam qualquer coisa que tenham em mente.

A Zappos deve levar até 5 anos para concluir a transição para esse novo modelo de gestão. É bem legal ver gente com uma visão positiva sobre o que acontece ao seu redor, concorda? Toni Hsieh não ficou desmotivado pelo fato de 14% dos funcionários terem pedido demissão. Ele ficou feliz por 86% dos funcionários terem decidido ignorar o “dinheiro fácil” e ficar na Zappos.

Um comentário comum entre os funcionários que ficaram na Zappos é que a nova filosofia fez com que as reuniões se tornassem modelos de eficiência. Em 1h30 de reunião é possível falar e resolver muitos itens da agenda, por exemplo.

Como tudo novo, há bastante críticas a holocracia. Alguns especialistas dizem que não tem como dar certo e que facilmente o caos se instala em uma empresa com essa filosofia de gestão. E você meu amigo, o que acha?

fredalecrim

É empreendedor e escritor. Já escreveu 3 livros: Foi co-fundador do Chic Coiffeur; É sócio do CREDERE e do Hairsize.