Leituras de 2023

Frederico Batista Emídio
5 min readJan 5, 2024

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Obs.: Até esse ano publicava essa retrospectiva apenas no meu Linkedin, a partir desse ano vou replicar aqui no meu Medium também.

Imagem gerada pelo Chatgpt e DALL-E, combinando os temas dos livros que li em 2023

Olá pessoal!

Aqui estou novamente, na minha escrita anual sobre os livros que li no último ano. É mais uma retrospectiva entre as milhares que vocês devem ter lido pela internet, mas já que comecei com a tradição, e ainda não tenho motivos para parar, vamos lá!

Nem todo ano tem grandes insights e aprendizados, às vezes são apenas anos normais com leituras normais, e acredito que é o caso de 2023.

Para começar a citar algum tipo de novidade ou aprendizado, gostaria de começar com uma não tão feliz para mim. Esse ano aprendi o que todo mundo já sabe: Tudo que começa, uma hora acaba. Digo isso porque o hábito que adquiri em 2020 de ler com as minhas filhas em grupo, infelizmente não foi sustentado em 2023. Com o fim definitivo da pandemia, os hábitos em casa mudaram bastante, e infelizmente minhas filhas não tinham muita energia para me ouvir lendo com elas durante as noites. Não foi por falta de tentativa, tentei continuar a colação de Nárnia com elas, e não foi possível, tentei ler outros livros de fantasia, e também não consegui. Talvez as escolhas dos livros não tenham sido as melhores, mas de qualquer forma foi o fim de uma fase, que espero tentar retomar ao menos esporadicamente ainda.

Para ser justo, conseguimos ler juntos O Livro das Virtudes para Crianças, de J. B. Chautard. Apesar de termos lidos juntos, não dá para falar que foi um hábito.

Ao mesmo tempo, apesar de não ter conseguido ler com elas, elas leram relativamente bastante sozinhas. A minha filha mais velha já adquiriu o mau hábito de comprar mais livros do que consegue ler, e na blackfriday de 2023 basicamente descarregou um carrinho da Wishlist da Amazon. Como um pai leitor, isso me dá orgulho, sabendo o quão difícil é para adolescentes lerem, e saber que ela está adquirindo um gosto próprio também me faz feliz. É importante falar que é um gosto próprio, porque em geral são livros realmente ruins na minha opinião :). Livros teens de baixa qualidade em geral.

Também a minha filha do meio começou a ler livros sozinha, ainda livros pequenos, mas não são livros de ilustrações.

Espero que ambas permaneçam e cresçam nesse habito de leitura que para mim é um verdadeiro sinal de um futuro promissor.

Voltando aos meus livros, esse ano “ouvi” bastante livros, através da Alexa lendo livros do Kindle (via celular). Funciona para mim, tanto em português como em inglês, e aconselho muito para pessoas que dizem que não possuem tempo para ler. É possível ouvir livros na academia, dirigindo, fazendo comida, lavando louças, etc. Ao consumir livros em diferentes mídias, você se dá conta que o que importa mesmo é o conteúdo e não o canal. Acho importante falar isso, porque não consigo entender quem diz que só gosta de ler livros físicos.

Se o que importasse fosse apenas o livro físico, se você encontrasse seu autor preferido, não ia gostar de ouvir ele contando histórias ou fazendo palestras ao vivo? Imagina você falando: “Gosto da sua história, mas pode digitar e imprimir para eu ler?” Não faz sentido, não é mesmo? Por isso consumir historias apenas em livro físico é uma crença limitante na minha opinião. Tudo bem você viver com essa crença, apenas não se defenda como se fosse algo positivo.

Para ilustrar esse meu pensamento, gostaria de citar o grupo de leitura famoso, chamado Inklings, um dos grupos que o Tolkien fez parte com o C.S. Lewis, para citar apenas dois autores famosos. Nesse grupo, grandes obras como O Senhor dos Anéis e Nárnia foram lidos antes de serem impressos, ou seja, grandes clássicos do nosso tempo foram “audiobooks” antes de serem “físicos”.

Voltando sobre as leituras do ano passado, li bem pouco livros sobre trabalho, mas gostaria de citar o livro Superinteligência, de Nick Bostrom (Indicação do Cláudio Sanches). Em um ano em que Inteligência Artificial virou mainstream, ler esse livro foi ótimo, especialmente para extrapolar o que pode ser o futuro com tecnologias como essa. Curiosamente, hoje li um artigo no Medium que cita esse livro como uma das recomendações de leitura para 2024 de Sam Altman, CEO da OpenAI.

Também li livros enormes, que talvez justifique o baixo número de livros lidos em 2023, para citar alguns: Ilíada é um livro muito grande e difícil de ler, O Novo Povo de Deus, de Bento XVI também é um livro complexo e grande, além do The Lost Road and Other Writtings, do Tolkien. Livros ótimos, porém, que consomem bastante tempo para ler.

Também para o tema profissional, recomendo a leitura do livro **The Psycology of Computer Programming**, de Gerald Weinberg. É um livro sobre gestão de times técnicos de engenharia de software. Achei ótimo, tanto como um ex programador, como um executivo de tecnologia com o desafio de liderar centenas de programadores.

Voltando a falar de Ilíada, foi uma ótima leitura, uma história de praticamente 3000 anos atrás. É incrível ver a capacidade de criar histórias da humanidade, e historias como essas durar milênios. Em livros como esses, é sempre muito instrutivo ler as introduções e comentários, que, em geral, são outros livros em si. Aprende-se muito sobre o próprio livro, sua época de escrita, entre outras coisas.

Curiosamente, ano passado li O Diário de Anne Frank e também uma biografia de Tolkien, que também possuía diários muito interessantes, e isso me fez criar meu próprio diário, que espero que consiga manter ao longo de 2024.

Enfim, acredito que consegui passar por alguns dos livros que li ao longo do ano passado, e como de costume, a lista inteira você pode encontrar aqui nesse link, com os demais anos.

Abaixo está a evolução da quantidade de livros lidos nos últimos anos:

Livros por anos

Fique a vontade de comentar o que achou da lista, e sugerir livros para 2024.

Um feliz 2024!

Links para os textos sobre 2020, 2021 e 2022

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Frederico Batista Emídio

Engenheiro de Software, com mais de 20 anos de experiência, responsável por canais de investimentos no Banco Itaú