Volta Por Cima: a nova novela das 19h da Globo que fez bonito em sua estreia.
Ontem, segunda-feira (30/09), estreou Volta Por Cima, da autora Claudia Souto, que substituiu a novela Família É Tudo, de Daniel Ortiz, recém-terminada na última sexta-feira (27/09).
Ao meu ver, a história começou bem, apresentando os personagens, seus medos e suas alegrias, além de uma situação de tirar o fôlego, como, por exemplo, a cena em que o ônibus da Viação Formosa - nome fictício da empresa de ônibus da novela - corre perigo de cair da ponte. Após Lindomar (MV Bill) não se sentir bem e perder o controle do volante, mesmo com Jão (Fabrício Boliveira) assumindo o posto de motorista, já era tarde demais; o ônibus continua desenfreado e fica em uma linha tênue, deixando seus passageiros em perigo. Além disso, Lindomar, na mesma cena, fica desacordado e falecerá.
A novela tem um grande potencial para reerguer o horário que anda mal das pernas há um tempo. Carisma é o que não faltou na estreia; as cenas cômicas de Gigi (Rodrigo Fagundes), Belisa (Betty Faria) e Joyce (Drica Moraes), até os olhares apaixonados dos protagonistas Jão e Madalena (Jessica Ellen), marcaram o público na estreia.
Além da escalação do elenco ótimo e das ótimas atuações, outro grande acerto na novela de Souto foi a direção de André Câmara, que foi muito elogiada na novela das 18h, exibida em 2023, Amor Perfeito. Com a filmagem impecável, o telespectador consegue ver o quanto os atores estão felizes em cena, fazendo seus personagens. A direção é um ponto importante nisso, e, principalmente, o texto, que, em um primeiro momento, gostei na estreia, conseguindo deixar tudo leve e fluindo bem. Afinal, sem um texto bom e sem uma direção boa, não há um telespectador que fique satisfeito, não é mesmo, Daniel Ortiz e Fred Mayrink?!
E serão comuns situações dentro ou fora do ônibus que fazem o brasileiro se identificar, aquele que acorda cedo e tem que pegar ônibus todo dia para trabalhar ou estudar. Além disso, situações que especificamente o carioca também vai se sentir representado 100%, como a história dos bate-bolas e a questão dos bicheiros.
A novela tem uma energia 100% brasileira, algo que os telespectadores não sentiram ao assistir sua antecessora, Família É Tudo.
No geral, a estreia do novo folhetim da faixa fez bonito não somente em sua qualidade de texto e direção, como já apresento no título, mas também em seus números. A novela marcou 21 pontos na Grande São Paulo e 25 pontos no Rio de Janeiro.
O maior medo do autor que escreve esta matéria é que a história se esvazie muito rápido, já que a previsão é de que o folhetim seja finalizado com 191 capítulos. Deixando claro que isso é apenas uma preocupação particular e não uma crítica, fora isso, a história tem tudo para dar a volta por cima no horário das 19h.
Voltando ao elenco, temos Jessica Ellen, Fabrício Boliveira, Drica Moraes, Isadora Cruz, Isabel Teixeira, Tereza Seiblitz, Betty Faria, Rodrigo Fagundes, MV Bill, Milhem Cortaz, entre outros. São nomes grandes, recheados de carisma e atuações, como já disse nessa matéria, ótimas que dão água na boca do telespectador, deixando um gostinho de “quero mais” para os próximos capítulos.
Como disse, várias situações tendem a ficar a favor de Cláudia Souto, que, dessa vez, com sua nova novela, tem uma proposta diferente de seus folhetins anteriores, que são Pega Pega (2017-2018) e Cara e Coragem (2022-2023), com uma ideia popular, diferentemente do que a autora apresentou anteriormente.
Finalizo este texto com a esperança de que a história prenda o público e que não se torne mais uma novela genérica, como vimos em sua antecessora, de Daniel Ortiz. Que nos próximos capítulos, o telespectador fique com mais vontade de ver o que ocorrerá no capítulo seguinte, fazendo as pessoas reféns de uma boa história.