o que você não vai fazer hoje?

Gabi Guerra
2 min readJul 3, 2017

--

Passei umas boas horas lendo sobre priorização de tempo. Buscando e testando ferramentas. Criando rituais. E o que mais funcionou pra mim até hoje foi aceitar que não dá pra fazer tudo.

Cada coisa que eu decido fazer, significa, necessariamente, deixar de fazer outra. Dormir uma hora a menos, ler menos páginas de um livro, deixar um email sem resposta. Ainda não encontrei fórmula mágica que me permita fugir disso.

Depois de alguns testes, o que comecei a entender é que além de priorizar o que farei da minha semana (ou mês, ano, dia), eu preciso também entender o que eu não vou fazer. Então eu escrevo. Minhas prioridades e também uma lista de coisas que são importantes e/ou eu gostaria de fazer mas que não vou. Simplesmente porque não dá pra fazer tudo.

Essa coisa que parece (e é, na real) tão simples me ajudou muito. É muito fácil criar armadilhas pra gente mesmo. Trabalhar só aquele tempinho a mais. Ver só mais um episódio. Fazer só mais uma reunião. E se encher de culpa por sei lá quanto tempo.

Acho que cada pessoa, instintivamente, prioriza certas coisas na sua vida. Sempre temos aquela coisa (pra mim é o trabalho, admito) que se a gente não planeja e pensa direitinho acaba colocando tempo demais. E depois se arrepende, porque colocar tempo demais numa coisa implica em tirar tempo de outras.

Cada hora a mais que eu passo no trabalho é uma hora a menos que passo em casa. Cada hora a mais no facebook é uma hora a menos conversando com meu namorado. Cada hora a mais na Netflix é uma hora a menos lendo. E por aí vai.

Às vezes a gente não se dá conta de quão precioso é o tempo né? E aí aceita e se compromete com coisas pensando que é só uma horinha. No fim a conta é alta.

E esse tem sido um grande aprendizado pra mim nos últimos anos. Aceitar que vão ter milhões de coisas que eu gostaria mas que não vou conseguir fazer, porque vou priorizar outras no momento. Escrever todas elas num papel, e fazer as pazes com o fato de deixá-las de lado por um tempo. E deixá-las lá, tirando elas (e a culpa) de mim.

--

--