A rua como abrigo
O número de pessoas em situação de rua no Brasil cresceu aproximadamente 20% nos últimos dois anos
Histórias como as de Roberta e Raimundo vêm se repetindo pelo Brasil. A grande taxa de desemprego e a dependência química são motivos prováveis para o aumento de pessoas em situação de rua. “Eu vim de Natal para conseguir uma vida melhor aqui, quando eu cheguei até encontrei um emprego bom como marceneiro, mas teve corte de gastos na empresa que me contratou e eu fui demitido”, conta Raimundo Oliveira. Após a demissão, ele não conseguiu mais pagar o aluguel, e a única opção foi morar na rua com a família.
A Revista Esquina On-line traz também uma reportagem sobre êxodo rural.
O crescimento do desemprego no Distrito Federal, entre 2016 e 2017, foi de 2,8%, como podemos observar no gráfico abaixo.
Durante o ano de 2017, 315 mil pessoas ficaram sem trabalho. O número confirma o que vemos nas cidades: na tentativa de driblar a crise, alguns criam pequenas empresas, outros vendem doces ou até moram na rua. É o caso de Gabriel Wagner, que teve a rua como única opção.
Por falar em moradores sem teto, o governo do Distrito Federal criou os Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centros Pop). Aqui no DF há duas unidades, uma em Brasília e outra em Taguatinga Norte. Esses locais para convívio e atendimento básico ajudam pessoas que escolheram a rua como moradia ou sobrevivência. “Eu já fui lá para dormir, tomar banho e comer, tem vinte e dois anos que moro na rua, a única coisa ruim é que lá só podemos dormir até às cinco horas da tarde, mas a comida é boa”, afirmou “Galego”, uma das pessoas assistidas.
A rua não é só moradia para pessoas desempregadas, o vício em álcool e drogas também pode levar a sair do conforto de casa e da família, por desespero e falta de amparo. “Minha mãe roubava, então comecei a beber e usar drogas, quando percebi já estava na rua, usando tudo o que você pensar e acabando com a minha vida, já tem cinco anos que vivo de trocados que peço na rua para comprar drogas, ” relata Roberta Castro, de 24 anos.
O Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) é um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas. O CAPS atende cerca de 400 pessoas por dia. É o caso de José Antônio que sofre com a dependência:
No mapa abaixo, você encontra os endereços dos sete CAPS destinados à luta contra dependência química.
O vídeo acima é sobre o projeto “Aquecendo Corações”, que acontece quinzenalmente. Voluntários decidem onde vão distribuir o sopão e os agasalhos para os moradores de rua, por meio de um grupo no WhatsApp.
Os moradores de rua não são os únicos atendidos. Pessoas que estão há horas na fila do hospital ou que acompanham algum paciente e não têm condições de sair para comprar comida também recebem a sopa. “Aqui nós viemos para aquecer os corações não só de moradores de rua, tem muita gente dentro dos hospitais que precisa dessa comida pra ficar de pé”, afirma Kênia Garcia, a idealizadora do projeto.
Confira a reportagem sobre moradores da Praça do Relógio em Taguatinga, da Revista Esquina.