O combate dos grandes municípios a um inimigo invisível

Gabriel Rodrigues
15 min readJun 8, 2020

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Por Emerson Santos, Felipe Cardoso e Gabriel Rodrigues

Coronavírus no Rio Grande do Sul

A pandemia do Coronavírus chegou ao Brasil tendo muitos casos. No Rio Grande do Sul acabou levando quase duas semanas a mais para registrar o seu primeiro caso de contaminação, porém depois passou a contabilizar um avanço da COVID-19 em ritmo mais rápido e alarmante. Segundo o balanço do dia 22/06 o estado já possui 19.710 casos confirmados e um total de 458 óbitos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. O número estimado de recuperados é de 15.994 (81% dos casos).

* Os dados estão atualizados até às 20 horas do dia 22/06/2020.

No dia (09/05) foi feito o anúncio de que o Rio Grande do Sul migraria para uma nova política de enfrentamento ao coronavírus e de consultas à sociedade e às entidades representativas, e o governo apresentou, a consolidação do chamado Distanciamento Controlado. O Decreto nº 55.240, que estabelece o modelo, passou a valer oficialmente em todo o território gaúcho. Baseado na segmentação regional e setorial, o Distanciamento Controlado prevê quatro níveis de restrições, representados por bandeiras nas cores amarela, laranja, vermelha e preta, que irão variar conforme a propagação da doença e a capacidade do sistema de saúde em cada uma das 20 regiões pré-determinadas.

BANDEIRAS

  • AMARELO — RISCO BAIXO
  • LARANJA — RISCO MÉDIO
  • VERMELHO — RISCO ALTO
  • PRETO — RISCO ALTÍSSIMO

Em estudo realizado em parceria pelo governo estadual e pela In Loco(empresa do ramo de segurança da informação), o isolamento social na última semana, ficaram em casa apenas 41% das pessoas.

O governador Eduardo Leite anunciou, no fim da tarde de sábado (20/06), o mapa do distanciamento controlado válido entre a 0h de terça (23/06) e as 23h59 de segunda-feira (29/06). Na atualização, as regiões de Porto Alegre, Novo Hamburgo, Canoas e Capão da Canoa entram na bandeira vermelha, que determina medidas mais restritivas de distanciamento social.

Os principais motivos, segundo o governador, são o aumento no número de internações na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por pacientes com COVID-19 e consequentemente, na redução de leitos disponíveis nos hospitais dessas cinco macrorregiões. Leite destaca um agravamento nesses indicadores especialmente nas cidades da Região Metropolitana e nas demais que têm a Capital como referência.

Gráfico que mostra um comparativo entre as 12 cidades mais populosas do Rio Grande do Sul e seus casos referentes ao Covid-19, Mortes e Incidência p/ 100mil habitantes.

Porto Alegre

Para combater o vírus, a gestão municipal de Porto Alegre decretou estado de emergência em 17 de Março, com restrições ao funcionamento de serviços, transporte e educação.

O Município, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem 1,468 milhões de habitantes, é dentre os analisados com a situação mais preocupante, pois lidera o ranking por número de casos confirmados da COVID-19. A capital registrou um aumento de 153,27% no mês de Maio, entre os dias 30 de Abril e 31 de Maio, os dados dispararam de 488 para 1.236 e o número de óbitos aumentou 140%, de 15 saltou para 36, no mesmo período. A ampliação expressiva dos dois indicadores coincide com a sequência de flexibilizações feitas pela Prefeitura, que tiveram início no dia 23 de Abril com a liberação das atividades da indústria e da construção civil.

63% dos casos foram notificados após liberação das atividades

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, no dia 8 de Maio, Porto Alegre registrava 618 casos confirmados da Covid-19 e 18 óbitos. Após 30 dias, em que o número de testes foi ampliado, algumas atividades foram flexibilizadas na Capital e o isolamento social diminuiu, a cidade saltou para 1.712 casos confirmados do coronavírus e 45 mortes. A liberação das atividades influenciaram diretamente no fluxo de pessoas na cidade.

Bandeira vermelha e mais restrições após 100 dias do primeiro caso

O primeiro caso de COVID-19 na capital, ocorreu em 11 de Março. E após 100 dias do primeiro caso, a capital possui, segundo o balanço do dia 22/06, 2.927 casos confirmados e 68 óbitos. Também tem 9.368 casos descartados, 6.068 casos em análise e 1.196 recuperados da doença.

A prefeitura de Porto Alegre devido ao aumento de casos, decidiu retomar regras mais rígidas na tentativa de conter a propagação de casos de coronavírus na cidade. As empresas que terão suas atividades restritas são aquelas com faturamento acima de R$ 4,8 milhões por ano e que não fazem parte do rol de atividades essenciais. As mesmas restrições são válidas para shoppings, que seguirão abertos, menos as lojas com faturamento acima deste patamar. As medidas foram anunciadas pelo prefeito Nelson Marchezan na noite de domingo (14/06). O decreto com as alterações foi publicado na segunda-feira (15/06) e entrou em vigor na terça-feira (16/06).

A decisão foi motivada pela velocidade no aumento de pacientes internados com COVID-19 nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de Porto Alegre. Em sete dias, houve um crescimento em 43,7% nos casos de internação, segundo a prefeitura.

Nem sequer se passou uma semana dessas novas restrições, após nova rodada de atualizações de dados do COVID-19, o governo do Rio Grande do Sul colocou a cidade de Porto Alegre em bandeira vermelha no sistema de Distanciamento Controlado, o prefeito Nelson Marchezan Jr. anunciou o fechamento, a partir de segunda-feira(22/06) do comércio. Permanecerão abertos apenas os estabelecimentos e serviços considerados básicos e expressamente autorizados, além dos autônomos e microempreendedores individuais. O novo decreto foi detalhado pelo gestor no domingo(21/06). O executivo também estabelece regramento para evitar aglomerações em estabelecimentos como supermercados, shoppings e parques e praças. Pessoas que desrespeitarem medidas de proteção individual, ou supermercados e shoppings que não evitarem aglomerações poderão ser multados.

A Capital, cidade com mais casos confirmados no Estado, teve piora em seis dos 11 indicadores analisados: hospitalizações de casos confirmados aumentaram 54% em relação à semana anterior (137 ante 89), enquanto aquelas pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) cresceram 35% (212 contra 157). O número de internados em leitos clínicos COVID-19 teve variação de 47%, enquanto aqueles em leitos de UTI específicos expandiram 36%. As mortes aumentaram 92%, com 23 falecimentos em uma semana. O Palácio Piratini projeta que 43 pessoas percam a vida por conta no novo coronavírus na próxima semana.

Essa demanda de pacientes, está deixando profissionais da saúde trabalhando numa rotina exaustivamente.

“Tem sido bastante pesada, fora a atenção necessária que já precisamos dar diariamente aos pacientes, é preciso também passar segurança pois muitos estão com medo por estarem internados nesse momento.” Esta é a situação vivida pela Gabriela Lopes Peixoto enfermeira em Porto Alegre, que lamenta a situação e tenta dar todo o suporte aos pacientes nesse momento delicado.

Os profissionais da saúde nesse momento de pandemia estão trabalhando com uma pressão muito grande e também acabam infelizmente sendo discriminados, pois estão diariamente expostos com pacientes que possuem o vírus. A enfermeira Júlia Silva dos Santos que trabalha no Hospital Mãe de Deus na capital, nos contou um pouco sobre essa situação.

“A pressão psicológica está grande. Novos treinamentos a todo momento. Se você mora em condomínio e é da área da saúde, você é discriminado, as pessoas tem medo de chegar perto de você e tudo mais. Já tive casos em que uber não quis aceitar a corrida por ser em hospital. Os ônibus estão com horário reduzidos e muitas vezes não se tem como chegar no serviço ou em casa.”

Júlia também comenta sobre o medo de passar o vírus para algum familiar.

“ Sem contar o medo de passarmos algo para nossas famílias, trabalhamos na linha de frente e muitos tivemos que deixar as casas por ter pais do grupo de risco, outros deixaram seus filhos com outros parentes e tudo para proteger aqueles que amamos. Houve muitas pessoas sendo afastada no trabalho por ser do grupo de risco ou ter algum sintoma, aumentando o trabalho de quem ficou por ter menos funcionários na escala.”

A enfermeira Júlia para completar, disse ainda que o Estado e a capital não estavam preparados para essa pandemia.

“A cada dia que passa temos um novo protocolo para como lidar com a pandemia. A pouco tempo não era recomendado usar máscara, hoje, não podemos sair de casa sem estar de máscara. A cada dia que passa, tem uma nova orientação.”

Porto Alegre é a capital do estado e o município mais populoso do estado, sendo assim, possui a taxa de mais de 1500 casos confirmados desta epidemia, com mais de 60mortes causa pela Covid-19.

Caxias do Sul

A prefeitura de Caxias do Sul, na serra gaúcha, confirmou o primeiro surto de coronavírus da cidade na noite do dia (29/05). Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 12 funcionários de um frigorífico da JBS, que fica no distrito de Ana Rech, testaram positivo para a doença. No último balanço chegou ao um total de 99 funcionários do frigorífico contaminados (informados ao Município). A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), informou que segundo o balanço do dia (22/06), o município tem 681 casos positivos, sendo 372 recuperados, 257 em isolamento domiciliar, 26 em enfermaria, 15 em UTI e 11 óbitos, 48 aguardando resultado e 9.040 negativos para COVID-19.

O balanço aponta que há 15 pessoas com COVID-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). A ocupação dos leitos está em 90% para o SUS e 53% na rede privada.

O crescimento das hospitalizações na Serra estava constante, que ocasionou na mudança na cor da bandeira no município, passando de laranja para vermelho no dia 13/06, mas passado uma semana teve melhora em quatro indicadores de propagação da COVID-19 e dois de capacidade de atendimento. Permanece mal, contudo, em relação aos números da última semana, obteve uma melhora. O Município então volta para a bandeira laranja, que significa risco médio.

Caxias do Sul é a segunda cidade mais populosa do estado e a maior de sua região serrana, o que reflete também nos números de covid, que já ultrapassa a cass dos 400 casos cofirmados.

Canoas

A cidade de Canoas já soma 393 casos confirmados de COVID-19 no município. Canoas também já consta 9 óbitos, 233 curados, 1.403 testes negativos e 58 testes em análise, segundo dados da Prefeitura.

A enfermeira Maria Helena Covi de Souza, que em noites alternadas trabalha no Hospital Getúlio Vargas em Sapucaia do Sul e de dia numa UBS em Canoas nos contou um pouco sobre a distribuição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S).

“Os EPI’s (máscaras) são fornecidas as cirúrgicas que são barreiras, mas não eficazes de impedir a contaminação. A máscara ideal (NR 95) é fornecida quando algum paciente interna sob suspeita de COVID-19 ou Tuberculose e a mesma tem que durar muitos dias, sendo que a recomendação deveria ser uma a cada paciente e descartada depois do atendimento. Recebo como expliquei racionado. Ninguém estava preparado para esta situação, ela é muito maior que podíamos imaginar.”

Na última semana, a cidade de Canoas piorou em 7 dos 11 indicadores, tais como as hospitalizações pelo novo coronavírus terem quase dobrado e a quantidade de leitos de UTI livres ter diminuído. Essa piora fez que o Município entrasse na bandeira de cor vermelha, que significa risco alto.

Situada na Região Metropolitana, Canoas apresente um indice baixo na incidência p/ 100mil habitantes, porém já passa hoje dos 190 casos confirmados de Covid-19.

Pelotas

Segundo dados da Prefeitura de Pelotas, no balanço do dia (22/06), o Município tem 197 casos confirmados de COVID-19 e 2 óbitos. Do total de pessoas infectadas, 47 estão em isolamento domiciliar, 145 são consideradas recuperadas e 3 estão internadas.

Os números bons de Pelotas em comparação a outros municípios, se deve muito pelo distanciamento social feito na cidade, onde segundo a pesquisa realizada pela In Loco teve um dos melhores índices de distanciamento com 52%.

Após ficar duas semanas consecutivas mantendo-se na bandeira amarela, que significa risco baixo, Pelotas voltou a se encontrar na laranja, que significa risco médio. A razão da mudança foi o aumento entre casos ativos na semana e o número de recuperados no início da semana, além do município ter registrado os seus primeiros óbitos.

Pelotas, a quarta cidade do estado com mais habitantes e a maior da região Sul gaúcha, se mostra de certa forma positiva pois apesar de apresentar mais de 100 casos de Covid-19, não possui nenhuma morte.

Santa Maria

Segundo dados do boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, aponta que Santa Maria tem 517 casos confirmados do novo coronavírus. O número de pessoas recuperadas é de 221, de casos descartados é de 1.125, de suspeitos é de 4.562 e a cidade também registrou 13 óbitos pelo novo coronavírus. O Município foi outro que teve o status alterado no dia (13/06), devido ao grande aumento nos casos, sendo assim Santa Maria saiu da cor laranja para a vermelha, significa que a cidade está avaliada como alto risco de contágio à COVID-19. Porém, a prefeitura alegou que, no dia (12/06), sete leitos disponíveis não tinham sido inseridos no sistema. Com isso, segundo o governador, aumentou a proporção de leitos livres, o que foi suficiente para reduzir da cor vermelha para a laranja na bandeira final.

Santa Maria, a cidade universitária está em 5º lugar entre as cidades do estado por população e já passa dos 500 casos de Covid-19.

Gravataí

Segundo dados do boletim epidemiológico da Prefeitura de Gravataí, o Município possui 270 casos confirmados do novo coronavírus. Deste total tem 108 pessoas recuperadas, 155 ativas em recuperação e 7 óbitos pela doença. A cidade se encontra na bandeira laranja, que significa risco médio.

Gravataí, cidade da Região Metropolitana, já passa da marca de 100 casos.

Viamão

Segundo dados do boletim epidemiológico da Prefeitura de Viamão, o Município tem 513 casos notificados. Desse total de pessoas, se encontram 183 casos confirmados para COVID-19, 49 recuperados, 12 óbitos pela doença, 301 casos descartados. Desses 183 casos confirmados, 110 estão em processo de recuperação e tratamento, 10 pacientes viamonenses permanecem internados na Capital e 2 pacientes no Hospital de Viamão.

O Município se encontrava na bandeira laranja, porém após Porto Alegre entrar na bandeira vermelha, o município de Viamão também mudará seu status da bandeira laranja para a vermelha, pois integra a região metropolitana.

Com mais de 250mil habitantes, Viamão se mostra como uma das menores incidências de casos de Covid-19 p/ 100mil habitantes de Região Metropolitana.

Novo Hamburgo

Segundo dados da Prefeitura de Novo Hamburgo no total, o município contabiliza, até o momento, 465 casos confirmados de coronavírus, entre esses, 12 mortes, 213 pessoas recuperadas e 245 que estão em acompanhamento. Ao todo, já foram testadas 3.191 pessoas. A taxa de ocupação da UTI está assim: em 100% do Hospital Municipal, em 52,9% no Hospital Regina e 85,7% no Hospital Unimed.

A cidade de Novo Hamburgo na última semana, piorou em 8 dos 11 indicadores, entre eles, um aumento de hospitalizações por COVID-19, um crescimento na incidência de óbitos em relação à população e uma relação menor entre diagnosticados e recuperados. Sendo assim, a região de Novo Hamburgo teve a alteração de status, passando da bandeira laranja para a bandeira vermelha, que significa risco alto. A bandeira vermelha impõe restrições mais severas em relação à bandeira laranja e determina que somente estabelecimentos que vendem itens essenciais podem estar abertos, mantendo 50% dos trabalhadores.

Morador do Município, o enfermeiro Edson Luis da Silva que trabalha no Conselho Regional de Enfermagem do RS (COREN), nos disse que o Estado mesmo antes da Pandemia, já demonstrava dificuldades de atendimento.

“O nosso Estado estava já com dificuldades nos atendimentos do SUS e a Pandemia só agravou a situação.”

Município da Região Metropolitana de Porto Alegre que está chegando aos 400 casos confirmados do novo CoronaVirus, também se mostra em curva ascendente.

São Leopoldo

Segundo dados do boletim epidemiológico, no município tem 673 casos positivos, 178 casos ativos, 9 óbitos, 486 recuperados e ainda 162 casos suspeitos. Estão internados 8 pessoas na área COVID-19 do Hospital Centenário. Desse total, 3 estão em leitos clínicos e 5 em leitos de UTI. No dia 15 de junho, foi decretado um controle mais rígido para evitar a propagação do novo coronavírus na cidade, como o fechamento de parte do comércio nos dias de semana e total nos finais de semana, permanecendo em operação apenas os serviços essenciais.

O Município se encontrava na bandeira laranja, porém, após Novo Hamburgo entrar na bandeira vermelha, o município de São Leopoldo também mudará seu status da bandeira laranja para a vermelha, pois integra a região.

São Leopoldo, cidade da Região Metropolitana, passou dos 400 casos, e se mostra em uma curva muito ascendente em relação aos casos de Covid-19.

Rio Grande

A Prefeitura Municipal de Rio Grande informou, através da Vigilância em Saúde, a atualização dos dados relacionados ao Novo Coronavírus no município de Rio Grande. De acordo com o órgão, até o dia (22/06), a cidade registra 140 casos confirmados, 30 em isolamento domiciliar, 108 recuperados e 2 óbitos. Ainda possui 37 casos suspeitos (9 internados, 26 em isolamento domiciliar e 2 óbitos suspeitos). O Município se mantém na bandeira laranja, que significa risco médio.

A Cidade da Região Sul do Estado possui uma das menores taxas comparado sobre as outras 11 cidadaes com mais de 200mil habitantes.

Alvorada

O Município localizado na região metropolitana da capital gaúcha possui,segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), um total de 268 casos confirmados de Coronavírus e de 9 óbitos. O Município segundo dados do IBGE tem a população estimada em 210 mil pessoas e se encontrava na bandeira laranja, porém após Porto Alegre entrar na bandeira vermelha, o município de Alvorada também mudará seu status da bandeira laranja para a vermelha, pois integra a região metropolitana.

Situada na Região Metropolitana, Alvorada registra uma ‘’baixa’’ taxa de casos do Covid-19, comparando com outras cidades da mesma região.

Passo Fundo

Conforme boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Passo Fundo no dia (22/06), o município tem 1.464 casos confirmados de COVID-19. O número de recuperados da doença é de 1.072, enquanto que o de casos ativos, aqueles que ainda não são considerados recuperados são 352. Possui também um total de 69 óbitos, sendo 40 de moradores de Passo Fundo e 29 de outros municípios. Na cidade ainda consta o número de 4.287 casos descartados e 207 em análise. A cidade de Passo Fundo, segundo dados do IBGE tem a população estimada em mais de 203 mil habitantes. Com um número de população bem menor que a Porto Alegre, por um momento Passo Fundo teve mais óbitos que a Capital gaúcha, que fez o município entrar na bandeira vermelha, que significa risco alto. Atualmente se mantém 6 semanas consecutivas na bandeira laranja, que significa risco médio.

Cidade do norte do Rio Grande do Sul com mais casos e mortes, se igualando praticamente a capital do Estado, Porto Alegre.

Lageado e Bento Gonçalves, um caso a parte

O Município de Lajeado é o segundo no ranking de casos, com um total de 1.585 pessoas infectadas. Desse total 1.555 estão recuperadas, 9 casos ativos e 21 óbitos pelo novo coronavírus. A cidade que possui a população estimada em 84 mil habitantes, segundo dados do IBGE. Acabou ficando na bandeira vermelha, que significa risco alto, durante o mês de Maio, pois estava ocorrendo muitas internações, que fez o município mesmo depois de acabar a quarentena ter que voltar a ficar com o comércio todo fechado novamente pela questão de muita contaminação após liberarem o comércio. Após o momento pior passar, a cidade conseguiu diminuir o número de internações e voltou novamente a bandeira de laranja, que significa risco médio.

O Município de Bento Gonçalves possui 938 casos confirmados, sendo desse total, 796 são de casos curados. Possui também 116 casos ativos, desses 92 estão em isolamento e ainda possui 26 óbitos pela doença. Outra cidade que tem tido muitos casos do COVID-19, pois além do já citados acima Bento Gonçalves possui 526 casos de suspeita, então o Município foi além da construção de um hospital de campanha improvisado. Uma estrutura que estava abandonada ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi reformada e 40 leitos foram disponibilizados. A obra, que amplia o complexo hospitalar, foi realizada com apoio de setores da indústria, do comércio e de outros segmentos da sociedade, além dos voluntários.

O crescimento das hospitalizações na Serra estava constante, que ocasionou na mudança na cor da bandeira no município, passando de laranja para vermelho no dia (13/06), mas passado uma semana teve melhora em quatro indicadores de propagação da COVID-19 e dois de capacidade de atendimento. O Município então volta para a bandeira laranja, que significa risco médio.

Comparativo de casos e incidência p/ 100mil habitantes entre as cidade de Lajeado(mais casos no RS), Bento Gonçalves(munícipio próximo) e Porto Alegre(capital do RS).

Contato com as Prefeituras

A reportagem buscou entrar em contato com as prefeituras de duas maneiras, primeiro via Lei de Acesso à Informação (LAI) e segundo por email.

  • Porto Alegre: A reportagem fez o pedido da LAI sobre quantas unidades de saúde e pronto atendimentos capital gaúcha possui.

A resposta foi:

“ — Unidades de Saúde — 134;

- Pronto Atendimentos — 3 (Lomba do Pinheiro, Bom Jesus e Cruzeiro do Sul)

+ UPA Moacyr Scliar (gerenciada pelo Grupo Hospitalar Conceição);”

  • Caxias do Sul: A reportagem fez o pedido de Lai sobre quantas unidades de saúde e pronto atendimentos a o Município possui.

A resposta foi:

“ 50 UBS, sendo que duas delas estão nas penitenciárias: PERGS e PICS

2 UPAS

Não possuímos Hospital Municipal em Caxias do Sul.

Contratualizados com o SUS Hospital Geral, Hospital Pompéia, Hospital Virvi Ramos.”

  • Pelotas: A reportagem fez o pedido de Lai sobre quantas unidades de saúde e pronto atendimentos a o Município possui.

A resposta foi:

“O MUNICÍPIO DE PELOTAS DISPONIBILIZA O ATENDIMENTO EM 50 UNIDADES DE SAÚDE VINCULADAS A ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE E DUAS UBAI (UNIDADE BÁSICA DE ATENDIMENTO IMEDIATO). ALÉM DE 01 UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO QUE É A UPA AREAL E O PSP. O MUNICÍPIO NÃO POSSUI HOSPITAL MUNICIPAL. ATUALMENTE, EM RAZÃO DA PANDEMIA, FOI CRIADO O CENTRO COVID, CADASTRADO JUNTO AO SMS COMO HOSPITAL DE CAMPANHA E SENDO PROVIDENCIADO OUTRO HOSPITAL DE CAMPANHA NO SESI.”

Ainda tivemos o retorno por email da prefeitura de Pelotas, onde perguntamos quais as atitudes ou aspectos feitos para Pelotas ter bons números comparando com outros municípios.

A resposta foi:

“Pelotas se preparou, desde o início da pandemia para estruturar a rede de saúde, capacitar os profissionais que atuam na linha de frente, criou o Comitê de Crise — formado por integrantes da rede hospitalar, universidades, epidemiologistas, empresários, forças de segurança entre outros — , para que todas as medidas tomadas sejam compartilhadas e equilibradas, tendo como prioridade sempre a preservação da vida. Editou mais de 20 decretos com o objetivo de garantir, estimular e fiscalizar o isolamento social e o uso de equipamentos de proteção individual.” Prefeita de Pelotas, Paula Schild Mascarenhas

  • Lajeado: A reportagem fez o pedido de Lai sobre quantas unidades de saúde e pronto atendimentos a o Município possui.

A resposta foi:

“1 Hospital particular

1 UPA 14 ESF

3 Centros de Saúde

2 UBS

3 CAPS

1 SAE

1 Farmácia Escola

1 Agência de medicamentos do Estado”

Até fechamento desta matéria a reportagem não obteve nenhum retorno dos respectivos municípios: Canoas, Santa Maria, Gravatai, Viamão, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Rio Grande, Alvorada,Passo Fundo e Bento Gonçalves.

Como vimos na reportagem, a situação não está nada bem no Estado e o novo coronavírus é bem mais que uma gripezinha, então vamos deixar aqui 5 dicas para vocês.

SIGA AS 5 DICAS

Ajude a combater o coronavírus

1 MÃOS -> Lavar frequentemente;

2 COTOVELO -> Usar para cobrir a tosse;

3 ROSTO -> Não tocar;

4 ESPAÇO -> Manter a distância segura de 2 metros;

5 CASA -> Não sair, se possível;

E Não Esqueça

-> Fique em casa se você se sentir indisposto.

-> Se você tiver febre, tosse e dificuldade para respirar, procure assistência médica. Ligue antes de sair.

-> Siga as instruções de sua autoridade de saúde local.

-> Evite ir desnecessariamente a clínicas ou hospitais para permitir que os sistemas de saúde operem com mais eficiência, protegendo você e as outras pessoas.

* Os dados de todas as cidades estão atualizados até as 20 horas do dia 22/06/2020.

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