Sob os olhos
Tenho andado rápido demais
E não tenho visto mais o tempo
Seus olhares não me enganam
Simplesmente posso vê-los
Nas mentiras que as escondem
As lembranças se consomem
Enquanto chamam meus olhos
Esgotando a vontade da voz
Nem os pés são vistos nas ruas
Enfim,
Assim se criam as distâncias
E nascem as transfigurações
Enquanto dissociam
Raras são as batidas na porta
Não as encontram
Se desajeitam
São estes os olhos
Na lua, nua e crua
Este é possivelmente
o sufocamento das palavras
infelizmente não nos mata
mas nos enforca…
Mas tudo bem,
Nada disso é de todo mal
Foram apenas jeitos e gestos
Dos dizeres não expressos
Que abrasei no silêncio
- Jean Nascimento