Os perigos de Pokémon Go
Desde o seu lançamento, muito se discute a respeito dos benefícios e malefícios que o aplicativo Pokemon Go vem gerando aos seus usuários. Diversos casos envolvendo pessoas ao redor do mundo vêm chamando a atenção na internet. No Brasil, o aplicativo chegou apenas no dia 3 de agosto, mas muito antes disso já se era discutido o prejuízo que o jogo poderia causar.
Um deles é justamente a segurança de seus usuários. Por deixar o celular à mostra com o objetivo de capturar os Pokémons, pessoas se perguntavam em muitas redes sociais se o aplicativo realmente daria certo em nosso país.
Embora o jogo tenha se tornado o mais baixado da App Store brasileira, não demorou muito para os primeiros relatos de furtos aparecerem. Muitos destes roubos aconteceram em eventos grandes, como os ocorridos nos parques Farroupilha e Germânia. Foi o que relatou o estudante Lucas Lorenzo, de 19 anos. Ele participou do evento chamado “Primeira caçada Pokemon”, realizado no Parque Farroupilha, no dia 13 de agosto. “Soube do evento pelo Facebook. Muitos conhecidos estavam comentando. Havia mais de 3 mil confirmados no encontro”, relata o jovem.
Eventos como estes, organizados através de redes sociais, podem ser um convite para pessoas que tem outras intenções. Lucas foi apenas uma das várias pessoas que ao final do dia publicaram em seu mural do Facebook a informação de que tinham sido furtados nas proximidades do parque.
Usuários têm encontrado diferentes meios para capturar os pokemons ao redor da cidade. É importante salientar que a Niantic, criadora do jogo, considera ilegais quaisquer recursos externos, e vem banindo diversos jogadores por usarem sites para localizar os monstros. É o caso do site Fastpokemap em que o usuário digita o CEP ou nome do lugar e a página mostra os pokemons que estão naquela região, além do tempo em que ele ficará por lá. Acontece que qualquer pessoa pode adicionar os pokemons, ainda que os mesmos não se encontrem ali. É o que diz o estudante Douglas Stadulni, que baixou o aplicativo no dia do lançamento. “ Normalmente usuários usam estes sites para fazer pegadinhas, adicionando os pokemons mais raros, mesmo que eles não estejam naquele local. No primeiro momento é engraçado ver a reação das pessoas, mas isso pode ser perigoso também.”
Entre as queixas mais populares da internet estão as de pais de jogadores que adicionam dinheiro de verdade no aplicativo, com o intuito de melhorar o seu personagem. Dentro do universo de Pokemon Go há uma espécie de loja, que possibilita o usuário de comprar diversos itens. Para isto, o dono do celular deve fazer micro transações. Foi o que aconteceu com o filho de Beatriz Peixoto. A mãe relata que recebeu a fatura do cartão com mais de 50 reais gastos pelo filho para melhorar seu personagem na caçada Pokémon. “ As crianças acabam não tendo limites, se torna um vicio. Muitas vezes o problema está na associação do símbolo identificador da moeda. Elas acham que estão gastando dez reais, quando na verdade são dez dólares”, conta Beatriz.
Um site fez um levantamento relatando que após um mês do lançamento mundial, Pokemon Go havia uma receita de US$ 200 milhões, (aproximadamente R$ 632 milhões em conversão direta) em receita .Como o jogo não possui anúncios, esta receira estaria diretamente ligadas as compras realizadas dentro do jogo.
É fato que Pokemon Go se tornou uma febre mundial. E assim como todo jogo, ele pode trazer tantos benefícios como malefícios. Uma coisa é certa: o usuário precisa tomar muito cuidado quando estiver caçando pokemons. São diversos os relatos de jogadores que foram atropelados, furtados ou até mesmo presos após invadirem residências para capturar os monstrinhos. Nunca uma brincadeira deu tantos problemas e dores de cabeça.