O fim das imobiliárias!
2020 pode ficar marcado na história como o ano em que o mercado imobiliário como o conhecemos deixou de existir, devido a empresas como Quinto Andar, Loft, Grupo Zap e Housi.
A profissão de corretor de imóveis, no Brasil, surgiu ainda no período colonial. Muitos fazendeiros queriam comprar imóveis nas cidades e por conta da alta demanda surgiram os intermediadores de negócios imobiliários, os corretores.
Esses corretores se organizaram, ganharam mais relevância e criaram as primeiras imobiliárias como as conhecemos hoje, focadas em venda, compra e aluguel de imóveis.
"2020 pode ficar marcado na história como o ano em que o mercado imobiliário como o conhecemos deixou de existir."
O processo de transação imobiliária, seja ela qual for, é muito burocrático e quase sempre envolve um intermediário entre as partes. Tornar isso algo mais simples sempre foi um desejo de todos, mas nunca houve um movimento forte nessa direção.
Em 2012 surgiu a startup QuintoAndar, prometendo uma solução inovadora e tecnológica para aluguel de imóveis sem burocracia, sem fiador e no prazo de 48 horas.
Rapidamente a empresa causou um alvoroço no mercado. Uma solução rápida e segura para donos de imóveis e inquilinos. Risco quase zero para as duas partes e tudo resolvido de um jeito simples e fácil.
"7 anos depois, o QuintoAndar tem valor de mercado superior a 1 bilhão de dólares."
A título de comparação, a Lopes, maior empresa imobiliária do país, com ações na Bolsa, fundada em 1935, vale 345 milhões de dólares.
Além do QuintoAndar, surgiram várias outras empresas nesse nicho de mercado. Mas foi em 2018 que esse mercado viu um novo salto evolutivo.
A Loft, empresa que compra, reforma e vende imóveis, atingiu o valor de mercado de 1 bilhão de dólares em apenas 16 meses desde sua criação.
Nesse curto período de existência, comercializou mais de 1 mil apartamentos e adquiriu a empresa Decorati, especializada em reformas, tornando-se capaz de reformar até 500 imóveis simultaneamente, preparando-os para a revenda.
"Cerca de 40% de toda a força de trabalho da Loft, são analistas de dados. Nas empresas tradicionais do mercado imobiliário, eles seriam corretores."
Isso sem falar da Housi, empresa que trabalha com moradias on-demand, seguindo uma tendência global de uso e não mais posse de um bem.
“As vezes você não precisa morar, só descansar on demand.”
A empresa oferece planos de assinatura curtos, sem obrigações contratuais e ainda disponibiliza serviços como carros compartilhados, etc.
A forma de anunciar imóveis também está mudando. O Grupo ZAP, um dos maiores do país em venda de imóveis, distribuiu pizzas grátis para moradores de diversos prédios em São Paulo. Na caixa da pizza, vinha a frase: “nós queremos comprar seu imóvel”.
O que empresas como Loft e Grupo Zap fazem, por exemplo, é diminuir drasticamente o prazo de venda de imóveis, com pagamento à vista, dando liquidez para quem precisa vender.
“Dezesseis meses, em média é o tempo que um proprietário leva para vender um imóvel, em São Paulo.”
Acredito que as imobiliárias não vão deixar de existir, mas muito provavelmente milhares delas serão fechadas ou incorporadas por empresas de tecnologia ligadas ao setor.
E os corretores de imóveis? A profissão será extinta?
Não, desde que aprendam novas habilidades como análise de dados e inteligência artificial, por exemplo.
Tecnologia e inovação trazem mais oportunidades do que ameaças. Por isso o mais importante é entender como elas podem potencializar negócios e carreiras. A partir daí, todos só temos a ganhar.
Artigo adaptado, publicado originalmente por Junior Borneli — Fundador da StartSe.
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