“Designers Unicórnio” não existem
As empresa não estão em busca de um designer mágico que possa resolver todos os problemas.
De acordo com Katie Dill — VP de Design na Lyft, o grande erro dos candidatos é expressar o óbvio durante as entrevistas.
As pessoas adoram falar sobre como fazer "estratégia do design" e sobre como querem trabalhar em grandes e novos projetos. Mas elas se esquecem de que quase todo mundo quer isso.
Nós estamos mais interessados em encontrar profissionais que saibam como grandes e pequenas melhorias fazem um negócio avançar. Nós queremos os designers que possam ter grandes ideias e que saibam como realizá-las. Profissionais que sejam apaixonados por resolver problemas — e não apenas os problemas "sexy".
De acordo com Kowitz — Design Partner na GV, muitas descrições de vagas seguem mais ou menos o seguinte padrão:
Startup procura por junior designer com perfil de rockstar para elaborar wireframes e desenvolver belos mockups. Você será responsável por criar nosso logo e por escrever textos de User Interface (UI). Exigências: saber como aplicar estudos de usabilidade, conhecer prototipagem e escrever HTML e CSS.
Ora, uma descrição dessas deixa claro que a empresa está em busca de um “unicórnio” — um designer mágico que possa resolver todos os problemas. “Que pena que esse profissional não existe”, lembra Braden Kowitz. Por isso, ele enfatiza que um job description realista é fundamental na hora de recrutar.
Kowitz lista, então, algumas perguntas cujas respostas ajudam a delinear o perfil ideal de UX Designer, de acordo com áreas diferentes:
- Pesquisa (User Research): O que os consumidores querem? Eles conseguem entender como usar nosso produto?
- Desenvolvimento de produto: O que estamos construindo? O que não estamos construindo? No que consiste nosso próximo lançamento?
- Redação: Como descrevemos nosso produto aos consumidores de forma que eles entendam?
- Design de interatividade: Como o produto se comporta? Como é organizado?
- Design visual: Qual o look and feel do produto?
- Desenvolvimento de User Interface (UI): Como construímos interfaces de alta qualidade com rapidez e flexibilidade?
Rochelle King, VP de Design e de User Experience do Spotify, é categórica sobre o que a empresa busca em um profissional — e sobre o que não busca também:
Para além das qualidades básicas que procuramos em bons designers — habilidade de articular seus pontos de vista, entender como alavancar dados para capacitar o design — os profissionais aqui têm que ser altamente adaptáveis e flexíveis.
Uma analogia utilizada por King é a de uma orquestra: “Nós tínhamos um ótimo naipe de cordas, mas todos nela tinham que tocar violino. Faltava acrescentar a profundidade de algumas violas e de violoncelos — mas também precisávamos de metais, instrumentos de sopro e percussão. Em termos de design, isso significava que faltavam pesquisadores de usuários, profissionais de prototipagem, entre outros”.
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