Mundo real

Giovana Gamboa
Tendências Digitais
3 min readJun 16, 2017

Na década de 70, o Atari trouxe o jogo Pong ao mundo e com isso deu o pontapé inicial na futura histeria que seria o mundo dos videogames. Logo depois, grupos de amigos invadiram os fliperamas em calorosas competições de Donkey Kong e Pac Man. Já na segunda geração de consoles, os jogos chegaram as casas e tornaram o núcleo jogadores bem menor. Com a terceira geração de consoles e os jogos para computador, o "single player" ganhou espaço. Até que enfim, na era dos jogos online, jogadores do mundo inteiro puderam se reunir em uma mesma partida, mas cada um em sua casa.

Nos últimos anos, esse isolamento no mundo dos videogames, seja nos jogos de computador ou nos jogos mobile, foi discutido como um assunto muito complexo. Então, em contrapartida à esse cenário e no ciclo frequente de revisitar o passado, novos modos de interação e dinâmicas de jogos começaram a surgir. Com a evolução das tecnologias foi possível surgir mêcanicas de jogo que simulam o mundo real ou o usam como parte da experiência.

Amizades renovadas

Consoles como o Nintendo Wii e o Xbox Kinect, trouxeram novamente os amigos a uma mesma sala e a transformaram em um salão da dança, campo de tênis ou aula de ioga. E quanto a juntar os amigos, mobile games como Head's Up, similar do imagem e ação, ou versão mobile dos famosos jogos de tabuleiro Ticket to Ride e Carcassone, são a nova tendência de party games.

Mas por que apenas emular o mundo real quando é possível utilizá-lo como parte do jogo? É isso que a realidade aumentada e os jogos de realidade alternativa podem oferecer. Os Arg (Alternate Reality Game) como são conhecidos, são jogos usualmente crossmídia,que "gameficam" ações reais e são comandados por usuários mestres, ao invés de uma inteligência artificial. Normalmente o Arg é parte um universo maior, um videogame ou campanha publicitária, mas que tem um grande poder de engajar os jogadores por seu realismo.

No entanto, a tecnologia que melhor utiliza o mundo real como parte da jogabilidade, é a realidade aumentada. Outside games como o Pokémon Go, mostraram as possibilidades até então pouco exploradas dessa tecnologia. Utilizar locações reais para caçar pokémons trouxe um novo tipo de engajamento e interação para o jogo clássico. E é isso que esses formatos diferentes de interação permitem, um nicho de jogadores mais comprometidos — apesar da casualidade comum aos usuários mobile, e que são early users das novas mecânicas que surgirem. E futuramente, com a evolução dos smartphones e novos tipos de input, os jogos poderão ir além do gps e câmera, e utilizar outros dados do usuário a fim de criar uma experiência única e personalizada.

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Giovana Gamboa
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Oi! Sou uma Product Designer apaixonada por resolver problemas através da tecnologia.