Um Deus que Dança

Gladir Cabral
1 min readJun 11, 2024

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Em seu mais recente trabalho musical Um Deus que Dança, Márcio Cardoso traz uma série de canções que refletem sobre a vida de Jesus, sua aproximação ritmada da nossa própria vida humana. O álbum começa com uma canção Buarquiana intitulada “Translúcido”, com sua série de palavras proparoxítonas que nos fazem dançar. Trata-se de um samba urbano e muito swingado. Bom demais.

Cada canção tem seu clima próprio e apresenta uma cena específica da vida de Jesus e seus encontros com pessoas mais do que especiais, como a Samaritana, a mulher excluída por causa de uma enfermidade, Nicodemos e José de Arimateia, Maria Madalena…

Tem bolero, tem ijexá, tem samba, tem bossa, tem canções Buarquianas, como falei, mas tem também Jobinianas e Gilberteanas. Na verdade, tem Brasil, tem a matriz Nitzscheana que declara com todas as letras: “Eu acreditaria somente num deus que soubesse dançar”. E que mais tarde viraria canção na voz de Gilberto Gil: “O Eterno Deus Mu Dança”.

Aqui se poderia dizer, com Márcio Cardoso, “o Verbo se fez gente e dançou entre nós cheio de graça e de verdade” (João 1:14). As canções de Márcio são uma celebração da vida e da fé que nasce no chão da vida, na poeira da estrada, que é de onde vem o baião: “Debaixo do barro do chão” (Gil).

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