Olá caro leitor, como vai? A demanda de textos/artigos aumentaram, então desta vez irei falar um pouco sobre as minhas etapas na hora da criação. Digo “um pouco” porque pode dar origem a vários outros tópicos, de muitos outros assuntos em volta deste, mas por hora vamos focar nas partes primárias.
Esse processo não é uma linha que deve ser seguida rigidamente, na verdade é uma forma de ilustrar como funciona o meu processo e tentar mostrar a minha linha de pensamentos em determinados momentos.
Primeiro de tudo, quem sou e o que faço?
Meu nome é Gregory Buso, sou designer e ilustrador, trabalho há alguns anos na área criativa e meu foco é Marcas, ou seja, logos e identidades visuais em em geral. Normalmente uso o rotulo Designer, porque existem outros focos em que tenho algum conhecimento e gosto de trabalhar, por exemplo:
Arrisco desenvolvimento frontend, mas fico em conceitos na usabilidade aplicando teorias de User Interface e User Experience. Em resumo, gosto de estar em contato com os usuários para criar soluções melhores para o produto ou projeto em questão.
O principal é trabalhar com conceitos de marcas e segmentos, personalidade e ramos de atuação, gosto de pensar que as IDs são como uma “roupa” de uma empresa, produto ou serviço, porque é com ela que a impressão inicial é feita, ou seja, o primeiro contato. Sobre essa diferença tem dois artigos que escrevi que são: “Porque ser um designer generalista?” e “Porque ser um designer especialista?” que se aprofundam bem nessas questões.
Certo, vou segmentar em alguns passos usando o exemplo de criação de uma ID, porém pode ser usado em qualquer espécie de projeto de qualquer ramo, porque o proposito aqui é criar insights.
Vou fazer suposições com um cliente de um projeto fictício somente para ilustrar o andar das coisas e colocar em pratica alguns exemplos.
Vamos imaginar agora que você e o cliente já fizeram a conversa inicial, já se conheceram, já sabe a necessidade dele, tem algumas coisas em mente, mas precisa amadurece-las, então para isso, os próximos passos vão servir bem para construir a ideia!
1. Briefing
Depois da reunião inicial (meeting) o primeiro passo é ouvir o que o cliente quer, nessa parte provavelmente ele vai passar algumas referencias (se caso não conheça, anote para pesquisar depois) vai dizer o que viu, onde está mirando, o que inspira, alimenta o potencial em tal mercado e enfim, no final o cliente quer um material visual para aplicar no produto dele.
Aproveite esse tempo e colete o máximo de informações que conseguir, anote em tópicos fazendo perguntas chave para o projeto, como que cores ele gosta, que tipo de comportamento ele espera da marca, quais são as metas de crescimento dele e etc.
2. Brainstorm
Se jogar no Google “Brainstorm” vai encontrar o seguinte:
O brainstorming (literalmente: “tempestade cerebral” em inglês) ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo — criatividade em equipe — colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados.
Praticar brainstorm é bom para o projeto porque funciona como uma espécie de filtro, agora pense na quantidade de informações que você tem, apenas uma delas será a escolhida, mas tem um, porém: Ela nunca é pura, uma ideia pode ser a soma de muitas outras coisas em volta dela, por isso quanto mais complexo for, melhor no alinhamento de informações.
No que tem de informações, tudo o que precisa é trabalhar nelas, então parando para pensar um pouco, já consegue imaginar algumas opções certo? Mas para isso precisa arriscar e complementar essas informações com o próximo passo.
3. Pesquisa, pesquisa e mais pesquisa!
Lembra das referências que o cliente passou? Conhece a fundo elas? Modelo de negócio, estratégia de marketing, posição no mercado e etc…são pontos importantes que podem agregar no objetivo de atingir o que o cliente quer.
Sem generalizar, mas alguns clientes vão querer resumir a conversa para fazer entender o modelo deles dizendo: tipo Netflix, tipo Uber, tipo iFood. Nada de errado com isso, mas esses são modelos pré-definidos e é sempre bom ter na ponta da lingua como explicar esse tipo de modelo.
Mas também, você pode conhecer suas próprias referencias que talvez possa funcionar melhor das que o cliente apresentou, nisso eu costumo trabalhar em um modelo, coletar informações precisas e fazer uma nova apresentação para o cliente, normalmente seria: “Olá, você conhece esse modelo? Funciona assim e assado, talvez funcione melhor para o projeto, o que acha?”
4. Esboços (Sketch)
Certo, hora de pôr as mãos na massa! É agora que eu fico dias sentado desenhando, folhas e folhas rabiscando, brincando com cor e shapes até encontrar o modelo para o momento baseado em todas as informações adquiridas, e como eu sei disso? Tudo na base do teste.
Claro que muito se baseia na variável tempo, porque não é todo mundo que tem. E nessa questão cairia aquele velho ditado “É melhor imperfeito feito do que perfeito não feito”. Então nada precisa ser perfeito!
Lembrando que não é para sair da linha de raciocínio, ou seja, fora das informações definidas com o cliente inicialmente. Quando finalmente ter um leque de opções com ótimo potencial é a hora de ir para o próximo passo.
5. Amadurecimento da ideia
Com os esboços separados, vamos evoluir a ideia colocando eles em vários modelos, itens impressos como cartões e brindes, sempre observe o espaçamento, cores, o contraste e se tudo está em harmonia, não se esqueça da mensagem por traz de tudo! Lembrando que uma identidade visual é composta por vários itens, físicos e digitais e todos apontando para o mesmo objetivo.
Após isso, eu faço uma pequena apresentação para o cliente, e geralmente é aqui que ele faz umas pequenas observações que seria aqueles “aumenta um pouco, coloca outra cor” que todo mundo fala. Mas depois de um tempo um modelo é escolhido e é agora no próximo passo que vamos descobrir se vai funcionar.
6. Hora de prototipar!
Com um modelo de ID nas mãos, vamos testa-lo colocando em tipos de sites usando as cores e fontes, apps, redes sociais e qualquer peça publicitaria. Porque é com essas peças que a maioria das vezes aparece mais itens para compor essa ID, nem que seja alguns ícones ou um pattern por exemplo.
Agora se for necessário descartar o modelo atual e voltar para o passo anterior, faça! Porque as vezes o logo não teve um comportamento legal, o espaçamento não ficou bom, ficou muito simples ou ficou muito detalhado e etc. Ponto aqui é que isso acontece e peça alguns feedbacks se necessário.
7. Finalização (pré-launch!)
Se tudo passou com os testes de prototipação, digo que uns 90% do trabalho está pronto, porque as partes mais difíceis foram trabalhadas e concluídas. Nisso agora são peças publicitárias de marketing.
O ponto importante desse passo é deixar tudo pronto.
Claro, poderá existir uma versão 2.0 desse mesmo projeto e esse contador volte ao 0% antes mesmo de chegar ao primeiro 100%. Sempre é necessário renovação.
Mas no final das contas deu certo, não é? Todos os pontos checados e prontos.
8. Lançamento (Launch)
O Dia D chegou! Hora de fazer barulho!
Mais um trabalho concluído e mais algumas lições de experiência aprendidas! Eu gosto de observar de perto o lançamento do produto do cliente, é sempre bom acompanhar os comentários e ver de perto os primeiros feedbacks surgirem. É interessante porque ao mesmo tempo o feedback é para você, então atenção nisso.
Nada melhor que um usuário para jogar coisas que você não tinha pensado antes na sua cara!
Existem algumas ferramentas onde é programado um lançamento simultâneo, mas particularmente eu prefiro fazer isso manualmente. O bom é que existe os posts agendados para trabalhar nisso.
Obrigado novamente por acompanhar um artigo aqui comigo! Queria lembrar que a situação do cliente é muito utópica, então muito disso pode nem chegar perto de acontecer e por isso outros textos virão falando sobre psicologia, filosofia e estados de mindset.
Mas sobre esse texto em específico, qualquer ponto que queira acrescentar nesse assunto, fazer alguma sugestão ou apenas um feedback é só comentar abaixo.
Converse comigo pelo e-mail: gregory.buso@hotmail.com
Um abraço e até a próxima!