Future QBs: Josh Rosen, UCLA

6-foot-4, 210 lbs

Henrique Bulio
5 min readDec 21, 2017

Alguns te dirão que ele é o melhor quarterback da classe. Alguns não gostarão da personalidade dele. Seja lá o time que você está dentro, isso não muda o fato dos scouts da NFL terem todos os motivos pra gostar de mais um prospecto polarizante do oeste americano.

Rosen não começou a praticar futebol americano até o ensino médio; antes disso, era um dos melhores jogadores juvenis de tênis nos Estados Unidos. Antes de adentrar UCLA, o jogador chegou a receber honras de All-American do USA Today em 2014; tanto o Rivals.com quanto o Scout.com apontavam o quarterback como um five-star prospect.

Titular desde sua primeira temporada dentro da universidade, Rosen quase levou os Bruins a final da Pac-12; uma derrota para USC na última semana da temporada regular encerrou as esperanças de UCLA. Mesmo assim, Josh foi o primeiro true freshman a começar o ano como titular na história da faculdade. Também em 2015, o jogador recebeu novas honras de All-American, agora como o melhor quarterback primeiro anista em toda a NCAA.

No ano seguinte, a linha ofensiva de UCLA produzia em nível muito inferior se comparado a temporada anterior; se em 13 jogos em 2015 os Bruins cederam 14 sacks, Rosen já hávia sofrido 13 em apenas seis jogos em 2016. Seis, aliás, foi o número de jogos disputados pelo sophomore até uma lesão no ombro sofrida no confronto contra Arizona State encerrar prematuramente sua temporada.

2017 foi a temporada na qual os analistas projetavam Rosen como uma possível primeira escolha geral no Draft. Ele começou o ano liderando a maior virada da história de UCLA, vencendo por 45–44 com um game-winning drive mágico após estar perdendo por 34 pontos. Ao longo que o ano avançava, outros eventos importantes aconteceram: Rosen deixou o jogo contra Washington no terceiro quarto após sofrer uma concussão (e escondê-la de seus treinadores) no primeiro drive da partida, perdendo também a partida seguinte; um jogo notável foi o matchup contra USC em novembro, que colocou Josh Rosen frente a frente com Sam Darnold, outro dos prospects mais badalados para o Draft de 2018: ainda que UCLA tenha saído derrotada do Los Angeles Memorial Coliseum, Rosen foi claramente quem mais impressionou os scouts presentes no estádio.

O que há de bom:

  • Porte físico;
  • Força no braço;
  • Pocket presence;
  • Mecânicas;
  • Ainda muito jovem quando entrar na NFL

Com 1,93m e 95kg, o porte físico de Rosen é daqueles que a maioria dos scouts da NFL se apaixonam com facilidade. Além disso, o quarterback de UCLA tem um braço capaz de lançar bons passes em quaisquer faixa do campo com velocidade.

Tendo apenas 20 anos atualmente, caso Josh realmente decida declarar-se elegível para o Draft de 2018 da NFL — isso ainda não é uma certeza, diga-se — , Rosen adentrará a liga profissional com somente 21 anos. Mesmo tão jovem, suas mecânicas de passe são extremamente refinadas e isso terá peso positivo na avaliação do jogador. Por fim, se você não gosta de quarterbacks que costumam sair com frequência do pocket e jogam num estilo mais tradicional, Rosen é o seu draft crush.

O que há de ruim:

  • Incertezas sobre a personalidade do jogador;
  • Progressões;
  • Confia muito no braço

Rosen tem tendência a forçar passes em janelas inexistentes confiando exageradamente na força de seu braço. Veja esses dois passes contra Memphis como exemplo:

Outro fator que precisa ser trabalhado são as progressões do jogador: UCLA chamava uma alta quantidade de passes aonde Rosen não precisava realizar leituras complicadas, mas é consenso entre os analistas que algum refinamento será necessário antes da liga profissional.

O maior problema, contudo, diz respeito a personalidade do jogador: diz-se que Rosen não é o melhor dos companheiros de time, costumeiramente agindo de forma arrogante/desnecessária e que não é o melhor dos líderes. Isso sem dúvida será assunto entre os scouts em grande parte das entrevistas no processo pré-Draft.

Quatro descidas:

  • Comparação na NFL: Muitas pessoas apontam Eli Manning como uma comparação interessante, a qual eu concordo. Ambos possuem uma boa mecânica de passe, são capazes de fazer qualquer lançamento e são basicamente pocket passers. A maior diferença está na personalidade: Rosen não tem medo de dizer o que pensa, enquanto Manning é bastante reservado e não gosta de polêmicas.
  • Aonde ele se encaixa: Não é exagero dizer que ele se encaixa em toda e qualquer equipe dado seu estilo de jogo, moldado de forma tradicional. Dessa forma, é extremamente provável que ele seja escolhido numa das duas primeiras escolhas, aonde Browns e Giants certamente estarão buscando um quarterback.
  • Ele está pronto pra jogar desde o primeiro dia: Como supracitado, um pouco de refinamento nas progressões não faria mal. Num cenário onde Rosen é draftado na primeira escolha geral pelo Cleveland Browns, contudo, ser o titular desde a primeira semana não seria algo ruim.
  • Projeção para o Draft: Rosen é um jogador que faz o estilo tradicional de um quarterback, tão amado pelos scouts. Seria extremamente surpreendente se ele não saísse em uma das duas primeiras escolhas, quando Browns ou Giants estarão on the clock. Os dois times precisam de sangue novo na posição mais importante do jogo e Josh é um prospecto polarizante.

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Henrique Bulio

Numa eterna cruzada contra o feijão por cima do arroz.