A importância da arborização nos centros urbanos

Ao longo do século XX as cidades foram crescendo rapidamente e muitas vezes sem um planejamento adequado e sendo ocupadas desordenadamente, originando vários problemas de infraestrutura e na qualidade de vida da população. No meio disso tudo, muitas vezes o processo de arborização ficou em segundo plano.

Com o aumento da população, rede aérea de energia, a impermeabilização do solo, entre outras coisas, transformou as cidades em lugares pouco suscetíveis a uma área verde, sem espaço para jardins e quintais privados, e com fertilidade do solo baixa. O que é um infortúnio, já que a vegetação urbana desempenha funções importantíssimas para um centro urbano.

Um dos benefícios está no bem-estar psicológico do homem, devido aos fatores estéticos e também de um conforto térmico e de uma vida mais saudável. Veja bem, uma cidade arborizada tem uma temperatura e umidade do ar mais controlada, pois sem uma área verde, a poluição e o fato de que as ruas são em sua maior parte de asfalto ou concreto produzem ilhas de calor — locais com baixa umidade e alta temperatura.

As árvores também diminuem as enchentes e problemas de erosão. Porque? Bem, as copas das árvores fracionam a água das chuvas, e com isso o impacto com o solo é reduzido. Além disso, as folhas, e toda estrutura da árvore retém água, diminuindo as enchentes. Aliás, as árvores também protegem o asfalto com sua sombra, evitando desgaste como contração e dilatação com a mudança de temperatura.

Além de diminuir gastos com infraestrutura, a prefeitura dos municípios economiza também na saúde. As árvores também filtram os raios solares na pele humana, evitando doenças de pele e visão. E arborização beneficia não só a saúde humana, mas também de um vasto ecossistema, servindo de abrigo de inúmeros insetos, líquens, pássaros, enriquecendo a biodiversidade. As flores e frutos das árvores também são responsáveis pela alimentação e abrigo de aves, dando-lhe condições de sobrevivência.

Uma cidade arborizada também traz um bem-estar ao agir como barreira contra o vento e ruídos, além de diminuir a alta luminosidade. As árvores obstruem, conduz e filtra o vento, protegendo construções. Estruturas vegetais também absorvem os sons, diminuindo a poluição sonora do local, e ainda impedem o reflexo da luminosidade em edificações, por exemplo.

A poluição do ar também diminui com áreas verdes. Isso porque as árvores retêm partículas em suspensão no ar em suas folhas, derivadas de uma grande quantidade de veículos em movimento. Isso impede que doenças respiratórias se agravem, como asma, pneumonia e bronquite. A própria agua da chuva ajuda a lavar essas partículas das árvores. As árvores também têm seu papel no combate ao aquecimento global. Através da fotossíntese, as árvores capturam o gás carbônico da atmosfera para a formação de estruturas vegetativas.

A estrutura de uma cidade, porém, nem sempre é favorável ao desenvolvimento natural da vegetação. A compactação do solo, por exemplo, é um fator prejudicial. Além disso os resíduos de construção e entulhos no subsolo, e as calçadas impedem que o ar e a água da chuva penetrem no solo, impedindo o desenvolvimento de plantas. E apesar de agir contra a poluição, o excesso de resíduos industriais podem obstruir os estômatos das folhas, dificultando a respiração da árvore.

Várias leis protegem as árvores nos centros urbanos contra poda irregular, maus tratos, remoção, de modo que qualquer manejo depende de autorização prévia dos órgãos responsáveis. A Lei de Crimes Ambientais também protege as árvores, considerando infração ambiental qualquer manejo inadequado. Mas como qualquer tipo de ato ou lei para preservação do meio ambiente, a população deve ter grande papel para que faça efeito. Tenhamos sempre isso mente, cobrando do Poder Público, mas também agindo de modo a preservar a vegetação das nossas cidades.