CAÍ DE PARAQUEDAS NUM LOCAL CERTO.

Rafael Hundrão Campos Bezerra
NITE-CEUMA

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Olá, meu primeiro texto aqui e estou contando um pouco da minha história desde que entrei pro time NITE que tem mais ou menos uns 4 meses, apesar de fazer parte da comunidade do NITE desde março.

Bom, o Núcleo de Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (NITE), tem como um dos seus produtos o PUE, então não consigo falar do NITE, sem falar do PUE, então senta que lá vem história, beleza?

O COMEÇO

Tudo começou com uma insatisfação minha dentro dos projetos de extensão da faculdade, porque só tinha projeto que eu não me encontrava e pra mim não fazia nenhum sentido estar ocupando um espaço sem sentir “tesão” pelo mesmo, então fui conversar com minha professora favorita (fada para os íntimos!).

Fui conversar porque vi que tava meio desesperado, meu curriculum tava aquele bem ok, aluno tira boa nota, mas nada mais do que isso, então fui conversar com ela: “prof. tem algum projeto que a senhora faz parte ou então algum projeto bacana que eu consigo entrar?” na mesma hora, ela me passou o edital do PUE e falou sobre o NITE, que pra mim, era algo totalmente -que?quem? nhã?- sem entender muito bem, abri o link, sem perspectiva de alguma coisa.

O PROCESSO

Logo pensei: “wow! Que projeto bacana!” então, a professora me passou o número da Lai Amorim — Community Manager do NITE, mandei um “vem de zap” pra ela e marquei um encontro no coworking (espaço colaborativo onde as pessoas compartilham o mesmo espaço de trabalho, ou seja trabalham juntas em coisas distintas).

Mas, vamos com calma! Vocês devem estar se perguntando o que é o PUE, né? Então o PUE, é o Programa Universitário Empreendedor, onde os alunos são responsáveis por criarem a suas startups, colocando em prática o empreendedorismo e suas próprias ideias, na real, tem como objetivo aumentar o empreendedorismo universitário e também, aumentar o grau de empregabilidade dos universitário na instituição que eu estudo, um espaço onde todos os alunos tem a total liberdade errar.

Pós “vem de zap”, fui no coworking ter uma conversa com a Lai (uma conversa muito tranquila, diga-se de passagem, mesmo eu trocando o nome dela ~risos~) para poder entender o programa e participar do mesmo. Fiz minha inscrição, muito empolgado, compartilhei com todos os meus amigos da turma, falando que seria uma experiência única, e que na real, é mesmo.

Pois bem, eu como uma pessoa ansiosa que sou, contei as horas para o resultado sair, se não me engano, a primeira lista ia sair na sexta, sim na sexta-feira e pá: eu vi que todos os meus amigos foram selecionados e eu não fui, ou pelo menos, não tinha chegado nenhum e-mail pra mim, mas na real, eu fui selecionado, me mandaram mensagem pelo linkedIn, porém eu tinha feito só pra passar no processo e tinha “esquecido do mesmo num churrasco” (DICA: USEM O LINKEDIN É MUITO IMPORTANTE !!).

“FEELING ERRADO.”

Sabe aquela fase que você tá em que tá tudo dando errado? E que parece não fazer sentido nenhum? E que não te traz nenhum resultado positivo? Pois é, eu estava passado por essa fase, é um processo no qual você amadurece, porque precisa aprender a lidar com as frustrações, é um processo bem ruim emocionalmente mas muito bom em termos de crescimento pessoal e profissional!

Passei por aquele sensação de insatisfação em tudo que fazia, aqueles pensamentos meio bestas como: “porque eu não passei?” “será que a minha ideia é muito ruim?”. Quando você se dá conta, tá passando por aquele processo de tentar te diminuir, por acreditar que tudo o que você faz tá dando errado e que na real, é só uma questão de “frustração”. Eu acredito que esse processo é bem ruim, mas precisa ser passado para nos fortalecer como indivíduos.

AMADURECER E SER EMPÁTICO É NECESSÁRIO.

Porém, eu tinha passado, só não tinha o recebido o e-mail, mas essa situação foi boa, porque eu pude passar pelo processo de amadurecimento e empatia, saber que todo mundo tem seu tempo específico para realizar as suas “tarefas” e que cobrar os outros é algo horrível, tentei focar que o meu não tinha chegado e que talvez pudesse chegar e que se não chegasse, tranquilo, fui beber minha cerveja em paz.

Depois de muito tempo, me mandaram um e-mail falando que eu tinha sido aprovado e que eu não tinha visto meu linkedIn e etc… Aquela sensação de satisfação, sendo descrita pelo: “AAAAAAAAAAAAH, UFA!” nunca esteve tão viva dentro de mim quanto naquele dia.

Então, eu fui selecionado para a próxima etapa que era pra apresentar o PITCH DECK — nossa, sabe aquela pessoinha que ama fazer slide, pois é, essa pessoa sou eu, fiz um dos melhores slides da minha vida, achei tão bonitinho e caprichei muito na apresentação — Chegou o dia pra eu apresentar o meu PITCH, eu fui todo seriozão (eu lembro que eu fui de calça e na época eu odiava usar calça na faculdade, mas olha que legal, isso também foi um processo de maturidade que eu tive que passar), eu estruturei o pitch de uma forma bem legal, que tivesse tudo bem claro e bem simples, porém mesmo assim fiquei apreensivo e chamei uma amiga que é muito importante pra mim, pra ir comigo, para me dar aquele apoio moral ♥.

Chegando lá, descobri que eu tava entrando em uma -lombra bem torta-, foi uma das apresentações mais tranquilas que eu tive, sabe aquela história de criar um ambiente seguro? pois é, eu estava me sentindo em um ambiente super seguro e nunca foi tão real, me senti como se ninguém fosse me julgar por nada, descobri que tive três aprendizados do PUE só nesse processo de entrada: — maturidade, empatia e ambiente seguro — .

O PROGRAMA

FUI APROVADO! — Logo em seguida, perguntei se eu poderia chamar minha amiga pro time, acredito muito naquela história de que juntos somos mais fortes, então foram tranquilos e chamei ela, naquele momento fazia todo sentido pra mim.

Eu lembro que o primeiro encontro foi sobre Design de Thinking, dado por Karol Borges (Karolzinha que ama sorvete), eu lembro que fiquei encantado com tudo isso, thinking, sprint e etc. eu que já era amante de design, vi que poderia ser realmente o shipper perfeito eu e o design.

Chegando na validação do problema, eu me vi bem aperreado, porque eu tinha ido com uma ideia totalmente formada, chegando lá, o que acontece? pá, conheci de primeira o que era pivotar (resumindo: quando você muda de ideia/estratégia e etc.). Uai, fiquei naquilo: “velho e agora?”. Este foi mais um processo pelo qual pude aprender dentro do NITE, talvez possa ser considerado um processo real de amadurecimento, pra mim foi.

PIVOTAR É PRECISO E NÃO É FEIO DESCOBRIR NOVAS FORMAS.

Então, quando eu pivotei, eu pude perceber que as pessoas são as coisas mais importantes do processo (!!), ou seja, as pessoas têm muito o que falar e poucas pessoas para escutar, o mundo tá cheio de inovação feat. tecnologia porém será se tá sendo utilizada em ajudar os problemas reais das pessoas? (pergunta reflexiva), esse foi outro aprendizado que pude ter dentro do PUE: ser inovador feat. empreendedor não é somente fazer coisas mirabolantes e sim solucionar problemas simples que as pessoas enfrentam diariamente.

Dai vocês se perguntam: “qual era a tua ideia? e qual foi a tua nova ideia? Primeiramente, eu nem me apresentei direito, mas sim, eu estudo Engenharia de Produção, eu gosto bastante da matéria de layout, foi uma das poucas matérias que eu realmente gostei.

Então, eu imaginei criar uma plataforma que servisse para mapear todo o layout dos restaurantes e fazer com que as pessoas escolhessem o local onde elas queriam sentar, por exemplo: hoje eu vou ter um date (queria viu -brincadeira-), eu queria escolher a mesa na qual eu fosse sentar, ou seja, selecionar antes um espaço reservado e etc. para que eu não chegasse no restaurante e sentar no meio da galera e todo mundo olhando a situação de um date, é um pouco constrangedor, pelo menos pra mim.

Obs: não tenho vergonhas das pessoas que eu costumo ter date, mas é que as pessoas da minha cidade comentam/inventam bastante e também todo mundo se conhece aqui, aquela típica cidade pequena.

obs2: são luís é uma cidade incrível e mágica (venham visitar !!)♥.

Foi um processo que eu pude perceber que não fazia nenhum sentido para as pessoas e que elas não se importavam com isso e foi aí que eu pude perceber que talvez fosse um problema só meu: “mas tá, só eu iria usar essa plataforma? faz sentido? ”

Então nesse processo de validação, percebi que tínhamos que pivotar, eu e minha amiga fizemos entrevistas, conversamos bastante com outras pessoas e descobrimos outro ponto: as pessoas chegavam na padaria e o pão não estava pronto/quente (!!). — Vocês já pararam pra pensar que isso é muito triste? Imagina, chegar na padaria e o pão acabou de sair e não tem mais pão? ou o pão tá frio? e entre outras coisas descobrimos que isso É MUITO RUIM! Então por isso que nasceu a PÃO QUENTINHO ♥ (que esse nome é meio brochante mas eu sou péssimo com nomes — olhem o título do texto -)

VENDER NÃO É TÃO FÁCIL PORÉM NÃO É TÃO CHATO

O primeiro dia de realizar a rede de contatos feat. clientes da pão quentinho, foi bem legal, acordei por volta das 5h da manhã para realizar nossas vendas (é bem louco para uma pessoa que tem ansiedade e fica imaginando muita coisa e criando uma expectativa bem alta, ou seja, ela não dorme). Porém, os clientes foram bem receptíveis e de cara amaram a ideia do horário do pão, queriam o horário do pão o dia inteiro, se possível. Pude perceber que os conteúdos ensinados no PUE: são reais! Na padaria percebi que existiam várias personas e que essas personas eram segmentadas em horários diferentes e que tinham que ser trabalhadas de formas diferentes.

O ÓBVIO NÃO É TÃO ÓBVIO.

Vocês estão se peguntando: “nossa! que ideia meio óbvia, né?” Então, to aqui pra lembrar que as coisas óbvias e simples elas passam batidas e a gente nem percebe por ser tão óbvio. DICA: as coisas óbvias não são tão óbvias assim (!!) por exemplo: a vaga do cadeirante do estacionamento é do cadeirante, então porque as pessoas costumam estacionar lá?; as mulheres que andam de short curto não devem ser assediadas, então porque as mulheres sofrem assedio e são xingadas por estarem de short curto?; o gay que é afeminado não precisa ser espancado, então porque o gay afeminado é espancado?; o cego que não consegue atravessar a rua precisa da nossa ajuda, porque a gente não ajuda?; dentre mais coisas óbvias que passam pela gente e a gente não percebe por ser tão óbvio.

Enfim, o PUE me ensinou a ser uma pessoa melhor, e todo o conteúdo dado, pude perceber que não é apenas para criação de startup, e sim para aumentar a nossa percepção sobre o mundo e também o desenvolvimento das pessoas, para que elas possam retornar ou até mesmo criar seus valores feat. princípios, entendendo que antes de tudo, o que mais importa são as pessoas que passam por nós e qual impacto causamos na vida delas.

Só para finalizar: o NITE me proporcionou coisas mágicas, que estavam apagadas ou desencontradas dentro de mim, na realidade, um formando que ainda não tinha se encontrado no mercado trabalho na área que você estuda, é meio desesperador, eu entendo bem desse processo. Por isso gostaria muito de agradecer o NITE pela oportunidade que eu tive de me encontrar e de criar um ambiente seguro e confortável pra mim, entender o meu processo como pessoa e fazer somente as coisas que fazem sentindo e valem a pena lutar. #EleNão

Depois disso, eu me despeço contando que entrei no time do @nite-ceuma, ou seja, acabei caindo de paraquedas num local certo através de uma conversa no WhatsApp com minha professora. E, ah! Hoje sou Agente de Aceleração do NITE, estou há 4 meses operando essa “função” e o mais legal de tudo, é que eu estou responsável por esse programa que tanto me encantou e encanta.

O meu próximo texto será sobre como foi minha experiência do primeiro PUE que organizei.

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