Envelhecimento Saudável: o que o Brasil pode aprender com a Holanda?

Hype60+
3 min readMay 30, 2017

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Se ao ouvir falar sobre a Holanda você ainda pensa em tulipas, queijo e coffee shop, você precisa se atualizar sobre esse país que é um dos mais inovadores do planeta.

Não é de hoje que a Holanda vêm se destacando como protagonista em contribuições para o bem comum da humanidade. O país está entre os 5 países com melhor sistema de ensino superior do mundo, ocupa o sétimo lugar no ranking de país mais feliz do globo, tem uma política ambiental de dar inveja, respeita as diferenças e já está se preparando para vender apenas carros elétricos em 10 anos. É claro que em relação à iniciativas para a longevidade não seria diferente.

A Fundação FHC promoveu, no último dia 17 de maio, um encontro com Bas van den Dungen, Vice-Ministro de Saúde do Ministério de Saúde, Bem-Estar e Esporte da Holanda; Alexandre Kalache, que dispensa introduções; e Sérgio Fausto, superintendente da casa. Lá, tivemos a maravilhosa oportunidade de escutar e aprender, com Bas, o que o país vem fazendo em políticas públicas para ser considerad0 pela sexta vez, o melhor sistema de gestão de saúde do continente europeu.

Vou destacar aqui o que mais me chamou atenção:

  • Personalização do cuidado: ao invés de criar iniciativa para todos, que acaba mais excluindo do que incluindo, na Holanda, eles perguntam ao idoso o que importa e faz sentido para ele, de acordo com suas necessidades e desejos. Ele quer ficar em casa? Quer ir para um Centro-Dia? Quer ir para uma Casa de Longa Permanência? A escolha é dele e o cuidado se adapta a sua realidade.
  • O retorno do médico/cuidador da família: lá, Casas de Longa Permanência, são raríssimas. Em pesquisa, eles descobriram que é muito mais saudável para o idoso ficar na sua própria casa e perto da sua família, sua rede de proteção mais próxima. Para diminuir os gastos com transporte desse idoso para os hospitais para fazerem exames de rotina e também reduzir os problemas causados com essa locomoção para alguns, a Holanda está investindo em cuidadores da família, que ficam próximos às casas, responsáveis por bairros. Eles ainda promovem a figura do Cuidador Informal, que pode ser alguém da família responsável por esse idoso e que é pago pelo governo pelo seu trabalho.
  • Tecnologia: nada de corridas de ambulância dramáticas, hoje as casas de idosos na Holanda estão sendo equipadas com sensores para que os cuidadores “dos bairros” estejam de olho em sua saúde e que os socorram em instantes, quando perceberem alguma alteração indesejada.
  • E no fim, nada disso seria possível sem a Sustentabilidade Financeira dessas iniciativas. E você sabe como eles conseguem fazer tudo isso? Pasmem, 30% da receita nacional da Holanda vai para esses projetos!

“Longevidade combina com solidariedade”, disse o Vice-Ministro.

E não é que ele está certo mesmo? Só com ela conseguiremos desenvolver no nosso país a Cultura do Cuidado e começar a olhar os nossos queridos sêniores com o respeito e admiração merecidos.

Depois de aprender tanto com a Holanda, nós do Hype60+ queremos propor uma ideia maluca:

Empresas, marcas, iniciativas, galera toda, que tal nos juntarmos e fazermos algo a respeito do envelhecimento saudável no Brasil?

Originalmente publicado no site Hype60+, por Layla Vallias

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