Sistema Musical

Igor Teo
2 min readApr 21, 2022

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Ao longo da história, o Ocidente desenvolveu um sistema para entender e representar a música. O sistema musical representado num círculo fechado, em que as mesmas notas se repetem em diferentes alturas, baseado em intervalos de escalas, é essencial para a arte ocidental.

No entanto, hoje sabemos que ele não é de todo correto. A forma como a frequência sonora cresce entre um tom e outro não é uma progressão simples, tampouco um retorno. Trata-se de um crescimento exponencial, como um logaritmo.

Por exemplo, se partimos da nota Dó, temos um Dó grave na frequência aproximada de 130 hertz, depois um Dó mediano a 260 hertz, e um Dó agudo a 520 hertz. A diferença de frequência do primeiro Dó ao segundo é a metade da diferença do segundo ao terceiro. O próximo Dó agudo teríamos na frequência de 1040 hertz, enquanto se quiséssemos um Dó mais grave ele estaria em 65 hertz. Ou seja, vemos como de Dó a Dó não se trata de uma “escadinha musical”, mas de uma curva exponencial.

Na escala diatônica (“dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó”), depois de Si não encontramos o mesmo Dó do início da escala. A escala não forma realmente um círculo. Encontramos um outro Dó expandido, presente em intervalos maiores. Portanto, não estamos aqui num ciclo, senão mais propriamente numa espiral em expansão.

Pensar as escalas musicais, que são os intervalos harmônicos que existem entre diferentes notas, como ciclos pode nos ajudar em muitos sentidos, sobretudo ao ensinar e transmitir a música. Porém, não podemos esquecer que a música guarda uma semelhança com outros fenômenos da natureza, a saber, desde a sequência Fibonacci até a forma dos cascos dos caracóis. Sim, a natureza gosta de fazer arte.

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