Como Tomar Decisões Melhores — Parte 1: Ampliando o Leque de Opções

Impresario
4 min readDec 5, 2016

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Este é o segundo post da série “Como Tomar Decisões Melhores” iniciada no último post, de introdução.

O primeiro passo para se melhorar a qualidade das decisões é Ampliar o leque de opções.

Frequentemente se tomam decisões sem considerar alternativas. Sim ou não. Ocasionalmente se tomam decisões considerando duas alternativas: A ou B.

Crédito da Imagem: http://dieta.spisanie.to/media/k2/galleries/1117/Alkalno-kiselinenBalans5.jpg

Imagine se todo o dia você limitasse a sua refeição a duas opções: prato saudável ou prato saboroso”? Garanto a você que a tentação seria grande em optar pelo “prato saboroso” na maioria das vezes, com implicações para a saúde.

Nessas situações, estamos nos limitando antes da largada. Vamos chamar esse vício de enquadramento limitado. Duas oportunidades de melhorar o enfoque:

  1. Criar situações de ganho mútuo (A e B) ao invés de mutuamente exclusivas (A ou B)
  2. Criar novas opções além das inicialmente consideradas

Criar situações em que conseguimos maximizar os benefícios para todos os envolvidos é uma arte. Não é à toa que especialistas colocaram essa como a terceira lei do Método de Harvard para Negociações. É um passo de despreendimento conseguir montar planos em que se obtêm não apenas o que eu quero (A) e os benefícios que outros também almejam (B). É um passo de comprometimento para que criemos uma realidade melhor para todos. É o passo fundamental para quem quer transformar realidades: entender que todos fazem parte dela, e tem aspirações tão legítimas quanto a minha.

O exemplo clássico para esse tipo de pensamento é o balanço entre qualidade e produtividade. Edward Deming, pai da Qualidade moderna, observou que era possível ampliar a qualidade de produtos com pequenas modificações e introdução de novos hábitos no processo. Desta forma, o processo maximizava a qualidade — e portanto, a satisfação dos clientes — enquanto minimizava o impacto em produtividade — custos da empresa.

No dia-a-dia, isso se traduz em pequenas ações incrementais que podemos tomar para avançar a qualidade das nossas decisões.

Crédito da Imagem: http://revistaneon.net/wp-content/uploads/2015/07/House-Building.jpg

Lembro claramente quando construímos uma casa. Como família, tivemos uma série de decisões para tomar, algumas em sequência, outras simultâneas: profissional de arquitetura, mestre-de-obras; fornecedor de concreto, portas, janelas, madeira para a escada; piso utilizado na sala de estar, na cozinha, nos quartos, entre outros.

No início da construção da casa, tomamos uma decisão para balancear qualidade, eficiência e custos: para toda e qualquer decisão, iríamos considerar um mínimo de três opções, e um máximo de cinco. O mínimo de três opções nos garantia que a opção final não fosse exageradamente cara, ou de qualidade inferior; o máximo de cinco nos garantia que a tomada de decisão não fosse demasiadamente longa.

Essa “decisão de como tomar decisões” logo de largada nos serviu muito bem; uso até hoje quando penso em trocar de carro, comprar um terno novo, ou em ações maiores e de duração mais longa como implementar projetos corporativos. Um bom balanço entre simplicidade e maximizar benefícios.

Da mesma forma, ao buscar mais opções forçamos uma pausa no processo. Essa pausa, se bem usada como reflexão, pode determinar um curso mais suave para a sequência de ações, assim como remover muita da ansiedade criada pelo simples fato de que uma decisão é necessária.

Creio que seja importante mencionar que, num mercado consumista em que vivemos hoje em dia, muitas vezes temos o problema inverso: ao invés de precisar criar opções, precisamos limitá-las. Use portanto essas recomendações com critério: às vezes a pedida é fazer justamente o oposto do que está escrito.

Agora que entendemos a base para ampliar nossas opções, precisamos analisar cada uma delas. Não perca o nosso próximo post!

Compromissos: nos conte nos comentários

  • No seu dia-a-dia, quais as situações em que você se auto-limita a uma opção ou outra?
  • Quando vier uma nova decisão, parar e refletir: considerei todas as alternativas possíveis?
  • Silêncio meditativo quando o impacto cognitivo da necessidade de tomar uma decisão é grande
  • Quando tomo uma decisão que impacta outras pessoas, considero as aspirações de todos os envolvidos? Como entender isso, de forma simples e sem demoras?

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Impresario é o mecenas da era digital. Um blog de inspiração para empreendedores: gente criando novas realidades. Temas: Negócios e Desenvolvimento Pessoal