Quando há neblina na Roda Humana

Instituto Solare
4 min readJul 19, 2019

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Em tempos de véu dharma e um tanto de Astrologia.

O ano é dois mil e dezenove,
Júpiter bate na porta do grupo humano que habita a Terra, perguntando se queremos sucesso em nossas esperanças sociais e capacidade para explorar algo maior. Ao respondermos — Sim — , ele nos aconselha que o primeiro desafio desse caminho é: “Ter o mesmo interesse em evoluir e prosperar na posição de coletivo humano, quanto se tem para posição de indivíduo humano.” — Júpiter.

Sabemos que isso é difícil, devido as tantas vezes que escolhemos nos agredir, oprimir e separar ao longo do tempo do grupo humano, criamos hábitos e modos de vida nos afastam. Até aqui, pode-se acreditar que esse é um tipo de pensamento religioso ou utópico de Júpiter para nós, mas na verdade, veremos que é mais fácil quando percebemos o sofrimento e a ilusão que nos conecta, ao invés de querermos trilhar um caminho de evolução e progresso “só nosso”.

Ao avistar o encontro desse grande planeta com Sagitário nas efemérides de 2019, entendi que viveríamos de forma explícita aspectos que não nos deixariam (e de fato não estão) esquecer do quanto é importante saber se a nosso comportamento mental, moral e filosófico, estão alinhados com a liberação do sofrimento dos outros seres também; ou seja, estaríamos no caminho da descoberta se há um tipo de ligação incondicional invisível-aos-olhos-individuais, entre todos os seres e a Terra, ou se existe apenas a mentalidade que conhecemos hoje, autocentrada, totalitária e arrogante na prática social coletiva.

Trazendo esse tema estranho ao indivíduo, é claro que Júpiter não está só nos chamando para fazer uma terapia e fazer uma viagem para se libertar, ele também é representante do Estudo que expande a qualidade da roda humana. Todos de repente parecem ser os conhecedores do “Tudo e do Nada” e por todos os lados a realidade distorcida impressiona, trazendo a ilusão ou o aprisionamento. Quem traz esses elementos pro nosso caminho é Netuno, durante esse ano ele tenta ajudar — embora atrapalhe — a lição de Júpiter para nós. Então Netuno avisa: “Busque a evolução e a esperança do ponto de auto-observador primeiro, para não se enganar, pois os falsos e os véus estarão em queda”.

O resultado da nossa evolução coletiva não é culpa de nenhum planeta, mas com esse recado, é fácil concluir que por muito tempo estivemos cegos para o lugar onde o julgamento moral, religioso, social e até “espiritual” entra em conflito com essa ligação de vida, existência e sobrevivência entre os seres humanos, Júpiter e Netuno estão influindo nisso este ano, nos resultados que essas atitudes já nos causaram e ainda causarão, se continuarmos a velar. Lembrando que mesmo que optemos por um lado, ou pelo outro moral, o resultado das ações coletivas* vão para todos na Terra.

Conseguimos ver a venda em nossos olhos? A ligação incondicional
invisível-aos-olhos pode ser chamada de amor, de espiritualidade, de atitude humanitária, de energia, de cura, de transcendência ou de Netuno. Se tirarmos essas vendas, enxergaremos as nuvens inconscientes da moralidade e arrogância humana — mas agora, o que faremos com ela? Teremos de nos informar e integrar o bastante para fazer com que o sofrimento causado por todo esse tempo de ignorância seja transformado em compaixão e desenvolvimento lúcido das nossas expectativas.

Júpiter terminará sua visita no final do ano, conferindo se fomos só evasivos e iludidos com nossa “abundância” de evolução na vida pessoal, ou se conseguimos, também ou somente, passar do primeiro desafio, refinando nossos pensamentos e usando nossa sensibilidade e conhecimento em função de um objetivo maior e coletivo.

Por Sagitário ser o signo envolvido pelas influências de Peixes (onde está Netuno) é possível observar os seres desenvolvendo obstinação com aquilo que estão estudando ou buscando acreditar (filosofias e ideologias), dessa forma, obstinação em excesso, intolerância e dogmatismo são alguns resultados que devemos evitar. O desafio entre o moralismo (Júpiter) e a inclusão (Netuno) pode ajudar por exemplo, movimentos que historicamente foram ignorados e oprimidos por centenas de anos, é natural que esses discursos precisem de uma atividade implacável para se estabelecer como uma nova realidade.

Pautas que acredito estarem presentes na quadratura de Júpiter em Sagitário com Netuno em Peixes:

  • Justiça nebulosa, fraude em decretos e legislações;
  • Alienação pelo crescimento espiritual, financeiro, nacionalista ou de status (Internet, Instagram);
  • Imigração em massa;
  • Fantasias vendidas como milagres. (Exemplo: esquemas de pirâmides, explosão de Terapeutas e Coach’s confundindo as intenções do estudo com intenções acadêmicas, abuso de poder financeiro/cultural religioso passando dos limites);
  • Eventos UFOS;
  • Massa de comportamento produzindo fuga da realidade, expansão desgovernada de qualquer coisa que seja decidida/iniciada a nível social (Exemplo: epidemias);

Só com um coração aberto e uma mente capaz de perceber o inconsciente coletivo, conseguiremos não agir diante das “negatividades” desse transito. Aliás, essas “negatividades” existem na humanidade desde o início, sofrimento inerente ao Samsara, mas durante esses ciclos, se intensifica a importância de elucidar isso e também a oportunidade do despertar.

*20 de Julho (Data Limite) fala sobre isso, 50 anos depois de um ciclo iniciado.

Por: Kyalene Mesquita — Praticante do Dharma, Astróloga Humanista e Fundadora do Instituto Solare.

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Escola de Astrologia Humanista - Fund. em 2016 por Kyalene Mesquita