Meios de interação — controles tradicionais

Isaac Bruno Brandão Maia Lima
4 min readApr 8, 2016

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É muito fácil nos dias atuais observarmos a evolução nos jogos digitais em aspectos como qualidade gráfica, jogalidade, entre outros que saltam aos nossos olhos a cada nova geração de vídeo games, mas muitas vezes nos esquecemos de reparar em um componente de grande relevância nesse contexto, são os nossos controles, e o que dizer deles? O nosso meio de interação, um detalhe pequeno, porém não menos importante quando o assunto é passar boas horas se divertindo em frente a consoles, PCs, smartphones, ou, seja qual for a plataforma. São eles os responsáveis por traduzir os desejos e as intenções dos usuários, em ações dentro do jogo, ou seja é a interface mais próxima dos usuários e são muitos os pontos que precisam ser levados em conta na hora de produzir um bom controle como, conforto, ergonomia, funcionalidades, durabilidade, entre outros, que juntos atendem as necessidades dos mais variados jogadores, e um simples detalhe mal ajustado, pode resultar numa experiência frustrante que não vai convidar o usuário a jogar novamente, portanto é indiscutível que este é um fator crucial na experiência do usuário, nesse e em alguns dos próximos posts pretendo discutir um pouco sobre os principais meios de interação e sua evolução ao longo dos anos, pois é quase impossível pensar em design de interação em jogos digitais sem pensar no principal componente o qual possibilita essa interação, os controles e quando se trata de garantir a satisfação do usuário a equipe de design não deve medir esforços.

O que queremos abordar hoje são os controles tradicionais esses os quais funcionam na maioria dos jogos pois trabalham de maneira genérica e não se limitam a um jogo especifico ou categoria, mas ao mesmo tempo a experiência encontrada no uso de controles específicos vai além, eleva a jogabilidade a um patamar mais alto com um grau de imersão superior, mas isso é assunto para um outro post.

Os primeiros esforços para a construção de um controle próprio para um determinado jogo surgiram obviamente junto com o desenvolvimento dos primeiros vídeo games e foi projetado para o jogo, Spacewar, na ideia inicial do projeto que foi concebido pelos membros do Tech Model Railroad Club (TMRC) do Instituto de Tecnologia de Michigan, utilizava as teclas presentes no próprio monitor do computador para controlar o jogo, este sistema era um tanto injusto, pois favorecia quem estava mais perto do monitor, além do fato de não ser nada confortável. Para resolver o problema eles arranjaram partes separadas em outras salas da universidade e construíram duas caixas com dois interruptores (para rotação e aceleração) e um botão de tiro, e assim surgia o primeiro controle onde os dois jogadores podiam pela primeira vez se afastar do monitor e jogar com um controlador externo.

Um pouco depois veio o Space, a primeira máquina arcade desenvolvida por Nolan Bushnell, que mais tarde fundaria a Atari, o aparelho era uma versão adaptada do Spacewar, mas com o mesmo esquema de controle de três botões. No entanto foi Ralph Baer, mais conhecido como o PAI dos video games, que revoluciou com os controles do Magnavox Odyssey o que seria o primeiro console caseiro, basicamente, o controle era composto por dois potenciômetros, componente eletrônico onde a conexão central é deslizante e manipulável, como os velhos sintonizadores de rádios mais antigos, um comandava a movimentação de uma barra na vertical, enquanto o outro controlava o efeito da bola. Nolan Bushnell aprendeu tempos depois que quanto mais simples melhor, e aproveitando a brecha deixada pelo Odyssey, redesenhou os controles do jogo criado por Halph Baer tornando-o ainda mais simples, necessitando apenas de um disco de comando.
A segunda geração trouxe uma grande novidade, os Joysticks, mais precisamente em agosto de 1976, a fabricante de televisores Fairchild seguiu o exemplo da Magnavox e resolveu se aventurar no mundo dos vídeo games com o Fairchild Channel, e o controle tratava-se de um bastão com um joystick no topo. Nada ergonômico, mas extremamente eficiente.
Desde então começaram a aparecer outras necessidades como por exemplo, a de mais botões para realizar um número maior de comandos a medida que os jogos se tornavam mais complexos, então vieram outros controladores da Nintendo, Sega, os Joysticks foram substituídos por direcional em cruz para movimentação, e mais tarde por analógicos nos controles da Sony, além de passarem a desenvolver comandos compostos, que basicamente consiste em apertar e algumas vezes manter pressionado uma sequência certa de botões em um determinado espaço de tempo, para ativar outros movimentos no jogo e assim sucessivamente, geração após geração eles foram evoluindo até se tornar o que vemos hoje controles altamente sofisticados com capacidade de operar sem a necessidade de fios, com sistema de vibração em diversas situações, com telas touch acopladas formatos mais anatômicos proporcionando conforto entre outras diversas funcionalidades, tornando assim a experiência do usuário mais agradável, através de uma interação mais fluida.
Logo abaixo você encontra um artigo que foi usado como referência e que traz de forma detalhada a evolução dos controles desde os seus primórdios, o que não era a intenção aqui, esse texto tinha o propósito de apresentar uma visão geral de um dos primeiros meios de interação em jogos digitais ainda utilizado até hoje de maneira similar, porem com uma evolução realmente relevante, nos próximos postos continuaremos a falar sobre os meios de interação, mas outros mais específicos e que proporcionam novas experiências decorrentes de formas de interagir um pouco diferente dos controles tradicionais.

Fontes:
A evolução dos controles de vídeo game
http://www.tecmundo.com.br/playstation-move/6812-a-evolucao-dos-controles-de-video-game.htm
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=a0lz3qyjsV8
Evolução dos controles — simulação
http://www.gadgetlove.com/blog/the-evolution-of-the-nintendo-controller

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